Café Brasil Premium 838 - Merdades e Ventiras

Data de publicação: 06/09/2022, 12:45

 

https://www.youtube.com/watch?v=WwVchkXRDRg

O mundo vem passando por uma revolução sem precedentes na mídia. Nos comunicamos de um jeito muito diferente de como fazíamos dez anos atrás. Hoje, cada um de nós é uma mídia individual, compartilhando com outras pessoas aquilo em que acreditamos – ou não. A comunicação é a cola que nos une ou é a força que nos separa. Por isso, compreender como funciona a mídia é fundamental para não ser transformado em massa de manobra. Eu me preocupei tanto com isso cara, que eu lancei um livro. E essa é a praia hoje.

Bom dia, boa tarde, boa noite. Você está no Café Brasil e eu sou o Luciano Pires.

Posso entrar?

"Fala Luciano! Marcelo Andreolli de Bauru. Vim contar aqui o que aconteceu agora, uma segunda feira gelada em Bauru, o frio de agosto batendo e eu sai pra caminhar com a minha filha e coloquei pra gente ouvir o episódio do Bohemian Rhapsody.

Ela conheceu a música vendo um vídeo do Harry Potter, que mostra uma cena onde o personagem morre e aí toca aquela parte da música que fala não quero morrer e tal. E eu apresentei pra ela o podcast do Bohemian e cara! ... caminhando com ela ouvindo o podcast vendo ela se surpreender. Uma garota de 12 anos começando a conhecer música, gostar de cantores e a gente podendo apresentar pra ela coisas boas. É muito gratificante.

Eu já tinha ouvido algumas vezes o Bohemian Rhapsody, ouvi mais uma vez, junto com a minh filha. Uma satisfação imensa e valeu a pena.

A gente já é ouvinte do Café com Leite, já até participamos uma vez, lá com a Bárbara e hoje foi a primeira vez que ela ouviu um Café Brasil comigo, inteiro. E foi show de bola.

Vida longa ao Cafezinho, vida longa ao Café com Leite. Obrigado Luciano por impactar tão positivamente na minha vida, na vida da minha família e agora na vida da minha filha tão diretamente. Um abraço".

Grande Marcelo, que legal. Já é freguês aqui do Café Brasil. Apresentando a boa música para sua filha usando as mídias alternativas, independentes, fora das teias da manipulação geral que vemos nas grandes mídias. Olha: o conteúdo está todo por aí, meu caro, temos mais é que buscar, apreciar e divulgar. Nas ações independentes está a maior parte do valor da nova comunicação. Tem gente que acha ruim quando eu digo isso, mas vou morrer dizendo: procure, curta, divulgue os independentes. Eles querem o mesmo que você: li-ber-da-de.

https://www.youtube.com/watch?v=lI4vgVs77OU

Vou partir para o lançamento do meu décimo livro, cara! O Merdades e Ventiras. Olha, eu acho que o momento não podia ser mais propício, viu? Vou fazer uma leitura aqui de alguns pedaços, parte do começo, logo no início do livro, tá bom? Vamos ali, ó.

Duvido que alguém no uso pleno de suas faculdades mentais não tenha percebido a maneira como, mais acentuadamente nos últimos anos, estamos sendo jogados de um lado para o outro quando a matéria é informação - ou seria desinformação?

Talvez porque há muito o critério de conhecimento aceito em nossa sociedade venha sendo subvertido. Estamos sendo acintosamente manipulados por elites que usam a mídia a serviço de seus mais diversos interesses, especialmente os ideológicos, políticos e comerciais.

Quando me refiro à “mídia”, trato de rádio, televisão, cinema, outdoor, jornais, revistas, mídias sociais, podcasts e todo tipo de veículo de informação, inclusive o WhatsApp, Telegram e outros sistemas de comunicação. É claro que a maior parte do foco cai no jornalismo, na imprensa, mas sempre que falarmos de “mídia” nos referimos a todo o complexo de meios que levam e trazem a informação até nós.

Se antes havia algum pudor por parte dos profissionais da mídia, e a notícia nos chegava assim dúbia, furtiva, subliminarmente comprometida, agora a manipulação é escancarada, cara. A depender do sujeito por trás do fato gerador da notícia, a realidade muda descaradamente, conforme o ambiente, o sujeito, a sensação, a iluminação... A percepção que o mensageiro tem do sujeito ou do objeto por trás de um fato reveste a notícia de contornos e elementos que podem levar o entendimento da realidade, cara, que chega às raias do absurdo. Se você gosta do elemento, você trata de um jeito. Se você não gosta, você trata do outro. O fato muda conforme a tua posição com relação ao elemento que gerou o fato.

Aquela imprensa que já podemos considerar romântica, lá dos anos 1970, 1990, acabou. A função de informar os fatos foi substituída pela função de formar opiniões, sempre conforme uma agenda política. Repare que eu escrevi “substituída”, tá? Uma foi substituída pela outra. As ferramentas de informação passaram a servir à militância política, à custa do nobre dever de informar.

Meu interesse pelo assunto tornou-se mais evidente quando eu, no começo dos anos 1990, como executivo de uma multinacional, tinha a tarefa de falar para públicos diversos. Eu sempre me incomodei com a forma como as notícias eram passadas pela imprensa, muitas vezes levando as pessoas a concluir o contrário do que havia acontecido. E, no mundo no qual eu vivia, das grandes corporações, assim como no mundo do serviço público, decisões importantes eram tomadas com base naquelas visões deturpadas da realidade.

Afinal, quem é que ganhava com isso? Por volta de 1995, passei a incorporar esse tema em minhas apresentações, sempre atualizando os absurdos e percebendo que a situação só piorava.

Meu interesse evoluiu a ponto de, em 2004, eu lançar um livro chamado Brasileiros Pocotó, que tinha como pano de fundo discutir o impacto das mídias na cultura brasileira. O livro fez um relativo sucesso e me abriu caminho para perceber como a manipulação das informações está presente em todos os setores e momentos de nossa vida.

https://www.youtube.com/watch?v=SYIIhiRnifo

Televisão
Tony Bellotto
Arnaldo Antunes
Marcelo Fromer

A televisão me deixou burro, muito burro demais
Agora todas coisas que eu penso me parecem iguais
O sorvete me deixou gripado pelo resto da vida
E agora toda noite quando deito é boa noite, querida
Ô Cride, fala pra mãe
Que eu nunca li num livro
Que um espirro fosse um vírus sem cura
Vê se me entende pelo menos uma vez, criatura
Ô Cride, fala pra mãe
A mãe diz pra eu fazer alguma coisa
Mas eu não faço nada
A luz do sol me incomoda
Então deixo a cortina fechada
É que a televisão me deixou burro, muito burro demais
E agora eu vivo dentro dessa jaula junto dos animais
Ô Cride, fala pra mãe
Que tudo que a antena captar meu coração captura
Vê se me entende pelo menos uma vez, criatura
Ô Cride, fala pra mãe
A mãe diz pra eu fazer alguma coisa
Mas eu não faço nada
A luz do sol me incomoda
Então deixo a cortina fechada
É que a televisão me deixou burro, muito burro demais
E agora eu vivo dentro dessa jaula junto dos animais
Ô Cride, fala pra mãe
Que tudo que a antena captar meu coração captura
Vê se me entende pelo menos uma vez, criatura
Ô Cride, fala pra mãe

Ah, que delícia.... você ouve os Titãs, com participação  especialíssima da Rita Lee, naquele lendário acústico MTV. A canção chama-se Televisão, quem é que não se lembra dela, hein?

Então... as coisas mudaram muito em 20 anos. Chegaram as redes sociais, tivemos um interesse do povo pela política criando movimentos, novas vozes surgiram, novos pontos de vista passaram a ganhar espaço, criou-se um ambiente de conflito e de confronto, que chegou às raias da truculência.

E o resultado é, em pleno 2022, assistirmos as instituições políticas e sociais fragilizadas com ameaças reais à liberdade de expressão.

https://www.youtube.com/watch?v=iOKp_nMuC6s

No final de abril de 2021, promovi três aulas chamadas de “Desafio: As Mídias e Eu”, como parte de um projeto de lançamento de cursos online. As aulas foram focadas no que chamo de “Alfabetização para a Mídia”, observando mais detalhadamente o noticiário da grande imprensa. Esse tema realmente me fascina, cara. Gosto de analisar as artimanhas dos jornalistas no noticiário e nas mídias e alertar meus leitores e ouvintes. Aliás, a turma que frequenta o Telegram do Café Brasil sabe que de quando em quando nós vamos botando altas discussões ali mostrando claramente, como a mídia trata as notícias, né?

O material ficou tão interessante que achei que poderia transformá-lo num livro, se eu juntasse a ele conteúdos que usei na produção de diversos episódios do Café Brasil e até mesmo já publicados em alguns de meus livros.

Um livro cara, veja só a minha pretensão. Sim, pretensão! Eu não sou jornalista profissional, sociólogo ou antropólogo formado nas academias da vida. Não tenho o embasamento teórico dos que estudam profissionalmente o tema. Eu sou só um profissional de comunicação, há mais de quarenta anos trabalhando com marketing e geração de conteúdo. O que eu sei é pela experiência do dia a dia, as leituras e os contatos com quem conhece o assunto. Eu sou, portanto, um amador do tema “comunicação e mídia”, mas não o amador do jeitinho, do esculacho. O meu amador é de amar tanto o assunto que acho que tenho algo a dizer a respeito.

Há muitos anos, eu comecei a me interessar pelo que os norte-americanos chamam de “Media Literacy”. Li diversas publicações a respeito. No Brasil, eu nunca encontrei nada que represente um esforço didático, constante e pertencente aos currículos escolares sobre o que eu chamei de “alfabetização para a mídia”. As publicações a respeito do tema por aqui são focadas em nichos de especialistas, ou então, de iniciativas de gente independente como eu.

E foi assim que nasceu meu décimo livro. Aliás, o nome dele é pitoresco.

No final dos anos 90, eu já fazia palestras dentro do mercado de autopeças, abordando temas comportamentais, demonstrando como era importante criar alguns filtros para trabalhar as informações que recebemos diariamente das mais diversas fontes. Usando exemplos de artigos publicados na imprensa, cujos títulos diziam uma coisa, mas o conteúdo dizia outra, eu perguntava:

- Como devemos chamar uma mentira que, dependendo de como é apresentada, nos leva a acreditar que é uma verdade?

- Pensei em chamar de Ventiras ... mas escolhi Merdades, que é mais apropriado.

E então eu discorria sobre as Merdades, dando dicas de como se proteger delas. Olha: eu não fazia ideia que, quase 20 anos depois, as Merdades receberiam o nome de “Fake News” e se transformariam numa das maiores preocupações de quem produz e consome informações hoje em dia.

Não sou um teórico, sou o cara da mão na massa e no livro, sempre que possível, ilustro minhas ideias e opiniões com fatos que você já deve ter lido, ouvido e, certamente, compartilhado, com ou sem critérios de análise. São exemplos típicos de mau jornalismo - uns pitorescos, engraçados, outros bizarros, ou criminosos. Creio que, se não em todos, em alguns deles, pelo menos, você tenha sentido, como eu, indignação e impotência. Olha: eu confesso que não foi tão difícil reunir tantos exemplos, viu? Aliás, tive de dar uma linha de corte e parar de recolher exemplos. O que um dia foi exceção parece que agora é regra: o uso da manipulação descarada da informação para levar as pessoas a agir de determinada maneira. Claro que isso sempre aconteceu, mas, se você reparou, eu botei o termo “descarada” aí atrás.

“Descaramento” talvez seja o termo que melhor define a forma canalha com que certos profissionais da mídia têm manipulado as informações. Com descaramento, tratando o público como idiota, lançando mentiras a torto e a direito, mudando de ideia com o vento, praticando saltos ornamentais retóricos inacreditáveis, sempre com a intenção de defender um lado ou atacar o outro. Jamais de informar.

Meu caro: estamos em guerra. E como já disseram antes, a primeira vítima nas guerras, é a verdade.

Em duas décadas, desde que eu lancei o Brasileiros Pocotó, muita coisa mudou. Surgiram a internet e as redes sociais, os grandes impérios das revistas e jornais impressos praticamente desapareceram, as grandes redes de televisão estão minguando e os consumidores de informações mudaram completamente seus hábitos.

Vivemos uma verdadeira revolução da mídia.

O que é que não mudou?

A produção de Merdades, hoje Fake News, que se torna cada vez mais sofisticada, trazendo para nós uma responsabilidade gigantesca de filtrar, selecionar e consumir informação que seja pertinente, transparente e verdadeira.

Olha, não é fácil não, viu?

Por isso reuni 40 anos de experiência como profissional de comunicação, gestor e produtor de conteúdo para lançar meu décimo livro:

MERDADES & VENTIRAS – Como se proteger da mídia que faz a sua cabeça.

Na verdade, mais que um livro, estou lançando um processo. O conteúdo será distribuído na forma livro e como um curso online. Além de uma palestra.Você escolhe como quer consumir. Tá interessado, cara? Dê uma olhada no merdadeseventiras.com.br. De novo: merdadeseventiras.com.br. Está ali está o caminho das pedras.

Merdades e Ventiras é um livro que nasce da indignação de alguém que, cansado de ser tratado como idiota pela mídia, decide reagir. E que sabe desde sempre que não adianta brigar com a mídia. O melhor é entender como ela funciona e o que podemos fazer para nos protegermos de suas armadilhas.

Vivemos tempos complexos, dinâmicos e absurdamente velozes. Dependemos cada vez mais da comunicação, por isso a construção de uma consciência crítica, o desenvolvimento do hábito da investigação, o aprendizado de técnicas para descobrir se as notícias que nos chegam são verdades ou mentiras, é questão de sobrevivência. Intelectual, espiritual e física.

Por isso eu convido você a fazer um mergulho sem volta no Merdades & Ventiras. Você sairá do outro lado com um olhar treinado, com sua armadura emocional solidificada e capaz de impedir ser feito de otário.

Vamos nessa?

https://www.youtube.com/watch?v=cG7rSBaB7PI&t=320s

Arrombou a mídia
Rita Lee
Henrique Barsch

Ai ai meu Deus
O que foi que aconteceu
Com a Mídia Popular Brasileira
Rádio e TV tem jabá
Novelas ditam quem é star
Eu também quero ser marketeira

Tem sempre na tela um apresentador
Vendendo a tragédia de algum cantor
A fé corre o risco de fugir da igreja
No canal do bispo, comercial de cerveja
De meia em meia hora, uma nova pesquisa
Mas como, se ninguém nunca me analisa?
Por sorte meu controle anda tão descontrolado
Eu mudo de canal e ele aperta o desligado...
isto é uma vergonha!

Jornais falham mais que previsão de economista
Tem crítico da hora que sonha ser artista
Veja a Época de trair com mais prudência
Velho viagrado Isto É a nova tendência
Ricos e Famosos dão as Caras por Capricho
Peladonas de hoje amanhã estão no lixo
Manchete eterna palestinos e judeus
Nossa Faixa de Gaza é na Cidade de Deus...
eu aumento mas não invento!

Em outdoor desfila o mundo fashion très chic
Morrendo de fome as top models têm chilique
Dietas, malhações, botox saem pela goela
Os Big McCoisa fazem mal e dão sequela
Fama Brother fraude no Limite do milhão
Programas de barraco, pegadinhas, que armação!
"Loiras apresentadoiras" tentam o estrelato
Mas pra chegar à Hebe haja sola de sapato..
mexeu com você, mexeu comigo!

Editatoriais são pura megalomania
Manipulando minha vida todo santo dia
As FMs tocam a mesmice que eu não peço
Nada mais parado que parada de sucesso
Um ponto no Ibope custa a alma pro diabo
E eu pago pra enfiar Tv à cabo pelo rabo
Quatro enxeridas falam mais que Zarathustra
É isso que dá juntar mulher de Saia Justa...
Um beijo do gordo!

É assim então, ao som de Arrombou a Mídia, adaptação que a Rita Lee fez em 2002 para a canção Arrombou a Festa, que vamos saindo indignados. Cara: é uma pena que a Rita nunca tenha gravado essa canção pra valer... O que você está ouvindo aí é o único registro que eu encontrei  de uma entrevista naquele programa Saia Justa e é o que tem por aí. Olha que letra deliciosa.

Então, é com uma conversa fluída, muitos exemplos e com a indignação genuína, sem academicismos ou teses mirabolantes, o Merdades e Ventiras propõe a você uma reflexão sobre a comunicação nestes tempos caóticos.  Talvez você seja um espalhador de merdades e nem se deu conta disso...

Não escrevo para proteger fulano ou beltrano nem partido A ou partido B. Eu escrevo para proteger meus filhos, meus netos e, se me permite, você. Como publiquei num post em minhas redes sociais em setembro de 2021: “Quem relativiza liberdade de expressão, fingindo que só vale para um lado, ou é burro, ou é canalha. E eu não sou nem um nem outro”.

Não esqueça: merdadeseventiras.com.br. Venha para o lado independente da força.

O Café Brasil é produzido por quatro pessoas. Eu, Luciano Pires, na direção e apresentação, Lalá Moreira na técnica, Ciça Camargo na produção e, é claro, você aí, que completa o ciclo.

O conteúdo do Café Brasil pode chegar ao vivo em sua empresa através de minhas palestras. Acesse lucianopires.com.br e vamos com um cafezinho ao vivo?

Mande um comentário de voz pelo WhatSapp no 11 96429 4746. E também estamos no Telegram, com o grupo Café Brasil.

Para terminar, uma frase que eu estampei numa camiseta a venda na loja do Café Brasil:

Admiro quem tem inteligência acima da mídia.

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