Café Brasil Premium 843 - O nosso hino

Data de publicação: 10/10/2022, 10:18

https://www.youtube.com/watch?v=BwY-fjsseIg

Aproveitando este momento único de mobilização nacional, que emenda talvez a eleição mais importante de nossa história com uma copa do mundo, decidimos fazer um episódio especial do Café Com Leite, explicando para a garotada a letra do nosso Hino Nacional. Para ampliar o alcance desse episódio, vamos reproduzi-lo aqui no Café Brasil.

 

Bom dia, boa tarde, boa noite. Você está no Café Brasil e eu sou o Luciano Pires.

Posso entrar?

 

[tec] COMENTÁRIO DO OUVINTE [/tec]

Grande Gabriel... meu caro, como é mesmo o bordão que tem sido muito usado por aí? O jornalismo profissional morreu.  A pandemia derrubou máscaras, e descobrimos que temos de ser muito mais seletivos com as nossas amizades, com os especialistas nos quais acreditamos. Descobrimos que ninguém sabe de porra nenhuma. E essa constatação faz isso: nos deixa sem entender as atitudes de gente que até então julgávamos inteligente. Vamos ter de selecionar muito mais em quem acreditamos, meu caro.

Quanto ao Ciro, foi traído e humilhado pelo PT a vida inteira. Canta de machão e depois aparece com o rabo entre as pernas apoiando a decisão de seu partido de apoiar o PT... O Ciro é um otário, só isso.

Continue indignado, meu caro. Esse é o primeiro passo para a mudança.

 

Muito bem. Você que é ouvinte contumaz do Café Brasil, já sabe de nosso projeto voltado ao público infanto-juvenil, o Café Com Leite, não é? Já estamos no episódio 19 e resolvemos fazer um clássico. É ele que você ouvirá na íntegra a partir de agora abrindo com o Hino Nacional para quinteto de flautas doces, de Orlan Chaves:

 

https://www.youtube.com/watch?v=hkynayF-puE

Bárbara: Bom dia, boa tarde, boa noite! Sabe que o Hino Nacional Brasileiro é um dos mais belos hinos do mundo? Mas você sabe o que é e para que serve um hino?

Babica: É mesmo, Bárbara! E será que nosso ouvinte sabe o que quer dizer a letra do nosso hino?

Bárbara: Ah, Babica, entender a letra do Hino é mesmo um desafio. Vamos tentar explicar hoje?

Babica: Vamooooooosssssss! E eu sou a Babica, o avatar da Bárbara que vive dentro do celular dela!

Bárbara: E eu sou a Bárbara Stock, que junto com a Babica apresento seu podcast Café Com Leite. E quem traz um ouvinte hoje, sou eu! A Heloísa!

Oi Bábalo… oi oi Bárbala… oi oi Bárbara, oi Babica, eu sou a Heloísa de seis anos e moro em Santos. Eu gosto muito das suas histórias de super herói, mas eu quero uma do Homem-Aranha porque eu gosto muito dos poderes dele. Tchau.

Vida longa ao cafezinho, café com leite, café Brasil, Luciano Pires e todos. um abraço

Bárbara: Ahahahahahha, que linda, Heloísa! Seis aninhos! Olha, eu também gosto muito do Homem Aranha e ele vai voltar num dos próximos episódios, viu?

Babica: Heloísa, você gosta do meu super-herói favorito! Que legal!!! Agora vou fazer mais força pra ele voltar!

Bárbara: A Heloísa ganhou uma camiseta linda do Café Com Leite!

Babica: Ebaaaaaaaaaaaaaaaa. E olha, se você gostou do nosso Café com Leite, mande uma mensagem de voz para nós no whatsapp 11915670602. Se sua mensagem for escolhida, vamos publicá-la no próximo episódio e você ganhará uma camiseta muito legal!

Bárbara: Então, Babica, hinos nacionais, de qualquer país que você escolher, representa um símbolo de grande importância. Geralmente é uma representação do amor e do respeito que o povo tem pela sua nação. É uma homenagem que as pessoas prestam ao país onde vivem e à nação que construíram. Lembra da diferença ente país e nação?

Babica: Lembro sim. Mas por que o nome é “hino”? Não podia ser “melô” ou “canção” ou “balada”?

Bárbara: Babica, hino é uma música, é um estilo musical. O que faz dele um hino é exatamente o sentimento de patriotismo que a letra traz. Isso é hino, e não existe outra forma de se fazer hino, se não for assim. A palavra hino vem do grego hýmnos, que quer dizer “canto laudatório”, ou seja, um canto de homenagem. Por isso, pelo que ele representa, não poder Melô. Aliás, Melô Nacional ficaria ruim, né?

Babica: É mesmo. Hino Nacional é muito mais bonito.

Bárbara: Então, o Hino Nacional do Brasil, do jeito que a gente conhece, existe desde 1823, quando a melodia foi composta por um violoncelista e compositor chamado Francisco Manuel da Silva. A música era para comemorar a proclamação da Independência do Brasil. E é tão bonita que recebeu em 1909 uma letra, uma poesia de Joaquim Osório Duque Estrada. Mas só em 1922 a música e letra foram declarados oficialmente como o Hino Nacional Brasileiro.

Babica: Nossa, mas é antigo, não é?

Bárbara: É sim, Babica. E o mais curioso é o compositor da melodia, Francisco Manuel, morreu cinco anos antes do nascimento do compositor da letra Osório Duque estrada.

Babica: Ah, eu sempre achei que eles tinham trabalhado juntos.

Bárbara: Não mesmo. Mas ficou linda!

Babica: Eu também acho lindo o hino. Me emociono com ele. Mas sabe de uma coisa, Bárbara?

Bárbara: O quê, Babica?

Babica (evergonhada): Eu não entendo quase nada da letra dele...

Bárbara: Ahahahahahahahha muita gente diz isso, Babica. Eu mesma, levei um bom tempo para entender. É que ela foi escrita usando palavras e um estilo que não se usa mais. O português erudito ou culto, que é muito rico e complexo. No dia a dia, nós usamos o português mais informal, que chamamos de coloquial, que é mais simplificado.

Babica: Como assim?

Bárbara: A principal diferença entre a linguagem culta e a coloquial é que a culta segue a regra formal e as normas gramaticais. A coloquial, que nós usamos no dia a dia, está mais fora dos padrões e segue variações conforme a época e o lugar em que a gente vive.

Babica: Me dá um exemplo?

Bárbara: Dou. Se um dia você for numa entrevista de emprego, não será adequado utilizar palavras como “mano”, “véio”, “vamo”, “tá ligaro”, entendeu? Isso você deve deixar para usar quando estiver com amigos num churrasco. E nesse churrasco, se você pedir assim: “Busque-me um copo d’água, por obséquio, cara amiga Bárbara”, todo mundo vai olhar você com cara estranha...

Babica: Entendi. A lígua é viva, né?

Bárbara: É. Ela vai mudando com tempo, por isso é importante existirem as normas cultas, que mantém uma referência. NO nosso hino dá pra ver isso direitinho. Quer que eu te explique?

Babica: Quero!

Bárbara: Então vamos lá. Você fala a letra de cada estrofe e eu explico.

Babica: Ebaaaaaaaaaaaaa. Vamos lá! Tá pronta?

Bárbara: Tô.

https://www.youtube.com/watch?v=RUQrFikV6vg

Hino Nacional na Viola Caipira , com Afonso Villasanti

Babica:

Ouviram do Ipiranga as margens plácidas

De um povo heroico o brado retumbante

E o sol da Liberdade, em raios fúlgidos

Brilhou no céu da Pátria nesse instante

 

Bárbara: Vamos lá. Essa primeira estrofe descreve a margem tranquila, que é o que quer dizer “plácida”, do Rio Ipiranga, em São Paulo. Foi ali que Dom Pedro I proclamou a Independência do Brasil. O autor fala do grito do Imperador ...

Babica: Independência ou Morte!

Bárbara: Isso. Brado retumbante é o grito forte que ecoou representando todo o povo brasileiro.  E fala como o país se tornou fúlgido, iluminado, pela liberdade, porque deixou de ser uma colônia portuguesa para ser, enfim, uma nação.

Babica:

Se o penhor dessa igualdade

Conseguimos conquistar com braço forte

Em teu seio, ó Liberdade

Desafia o nosso peito a própria morte!

Bárbara: “Penhor” pode ser entendido como “garantia”, “direito”. O autor da letra fala do direito de igualdade conseguido com firmeza pelos comandantes do Brasil. E na base dessa liberdade está o coração disposto a defender a liberdade até à morte. Esta última parte pode remeter à frase "Independência ou Morte", que teria sido dita pelo Imperador D. Pedro I.

Babica:

Ó Pátria amada

Idolatrada

Salve! Salve!

 

Bárbara:  Uma saudação ao país idolatrado, amado por sua gente.

 

Babica:

Brasil, um sonho intenso, um raio vívido

De amor e de esperança à terra desce

Se em teu formoso céu, risonho e límpido

A imagem do Cruzeiro resplandece

 

Bárbara:  O país Brasil é um sonho que se tornou real, como um raio de luz vívido, intenso, que traz esperança e amor às pessoas que aqui vivem. A imagem do Cruzeiro que brilha no céu belo, claro e que dá esperanças, é a constelação do Cruzeiro do Sul. A palavra “risonho”, não trata de sorrisos, mas de estar cheio de promessas.

 

Babica:

Gigante pela própria natureza

És belo, és forte, impávido colosso

E o teu futuro espelha essa grandeza

 

Bárbara: Gigante pelo tamanho que o Brasil tem, está entre os cinco maiores do mundo.  É um território bonito, de grande riqueza natural e com a força de seu povo se torna um gigante impávido, destemido. E toda essa grandeza o prepara para ter um futuro brilhante.

 

Babica:

Terra adorada

Entre outras mil

És tu, Brasil

Ó Pátria amada!

 

Bárbara: Entre todos os outros lugares do mundo, o Brasil é o mais amado por quem vive aqui.

 

Babica:

Dos filhos deste solo és mãe gentil

Pátria amada

Brasil!

 

Bárbara: O Brasil é como se fosse uma mãe generosa para todos os brasileiros.

 

Babica: Bem, aí acaba a primeira parte. Vamos para a segunda?

Bárbara: Vamos!

 

Babica:

Deitado eternamente em berço esplêndido

Ao som do mar e à luz do céu profundo

Fulguras, ó Brasil, florão da América

Iluminado ao sol do Novo Mundo!

 

Bárbara: Ah, esse verso é bem complicado. O berço é uma metáfora para a América do Sul, que é onde o Brasil, uma pátria jovem, está localizado. Então o Brasil está eternamente deitado no berço esplêndido da América do Sul. As forças da natureza, como o céu e o mar, estão presentes, e fazem parte do cenário onde o Brasil fulgura. Fulgurar é o ato de propagar ou ocasionar luz ou brilho; ato de brilhar. O Brasil brilha como florão, uma jóia, uma preciosidade no novo mundo descoberto pelos portugueses.

 

Babica:

Do que a terra mais garrida

Teus risonhos, lindos campos têm mais flores

"Nossos bosques têm mais vida"

"Nossa vida" no teu seio "mais amores"

 

Bárbara:  Garrida quer dizer enfeitada com flores, como são os campos do Brasil, que oferecem promessas e possibilidades. O que dá mais vida às terras, e junto com essa vida oferece acolhimento a quem vive em seu meio, que é o que quer dizer “teu seio”.

 

Babica:

Ó Pátria amada

Idolatrada

Salve! Salve!

Brasil, de amor eterno seja símbolo

O lábaro que ostentas estrelado

E diga o verde-louro desta flâmula

- Paz no futuro e glória no passado

 

Bárbara: O lábaro é a bandeira do país, enfeitada com as estrelas que representam seus estados. A letra pede que ele seja um símbolo de comprometimento e fidelidade de seu povo. E que o verde e amarelo, que é chamado de verde-louro, represente as conquistas do passado e um futuro de paz.

 

Babica:

Mas, se ergues da justiça a clava forte

Verás que um filho teu não foge à luta

Nem teme, quem te adora, a própria morte

 

Bárbara: E se por acaso no futuro formos ameaçados, se precisarmos levantar armas em defesa da justiça para o nosso povo, podemos contar com os brasileiros, que enfrentam as dificuldades e não têm medo de morrer por amor ao seu país.

 

Babica:

Terra adorada

Entre outras mil

És tu, Brasil

Ó Pátria amada!

Dos filhos deste solo és mãe gentil

Pátria amada

Brasil!

 

Bárbara: O Brasil, terra adorada pelos brasileiros entre tantos outros países, é a mãe gentil dos que aqui nascem e vivem. Pronto!

Babica: Nossa, Bárbara, eu não tinha entendido nada. Agora percebi como a letra é bonita, como fala com orgulho do Brasil, não é?

Bárbara: É mesmo. Mas tem uma coisa que você não sabe.

Babica: O quê?

Bárbara: Sabe aquela introdução instrumental do Hino Nacional?

Babica: Quem não sabe? (cantarola)

(colocar o instrumental por baixo em fade in)

Bárbara: Essa mesmo. Ela tem uma letra. Vou te mostrar:

Espera o Brasil que todos cumprais com o vosso dever

Eia! Avante, brasileiros! Sempre avante

Gravai com buril nos pátrios anais o vosso poder

Eia! Avante, brasileiros! Sempre avante

Servi o Brasil sem esmorecer, com ânimo audaz

Cumpri o dever na guerra e na paz

À sombra da lei, à brisa gentil

O lábaro erguei do belo Brasil

Eia! Sus, oh, sus! (*2)

Babica: Sus?

 

Bárbara: Sim. Buril é um instrumento para trabalhar a madeira, e a palavra "sus" vem do latim e quer dizer "de baixo para cima". É um chamado à motivação: Eia sus pode ser erga-se!, ânimo!, coragem! É sinônimo de "em frente, avante"

Babica: Ah, eu não sabia...

Bárbara. Então. Agora quero fazer um convite à você e ao nosso ouvinte.

Babica: Ebaaaaaa!

Bárbara: Em 2009, Eliezer Setton, um artista lá de Maceió, lançou um CD chamado “Hinos à Paisana”, que foi patrocinado em parte pelo Café Brasil do Luciano Pires. E ele gravou o Hino Nacional. O Luciano diz que é a versão mais bonita que ele já ouviu do hino. Quero convidar você e nosso ouvinte para ouvir. E, se quiser, cantar juntos.

Babica: Ah, que lindo! Vamos lá!

https://www.youtube.com/watch?v=pMcQsqcfs_g

Hino nacional na versão de Eliezer Setton

Babica: Bárbara, eu estou arrepiada!

Bárbara: Eu também, Babica! As coisa do Brasil me emocionam! E nosso hino é lindo!

Babica: É mesmo. Por isso temos de respeitá-lo. E aprender a cantá-lo com orgulho e respeito.

Bárbara: Taí mais um valor! O patriotismo. O sentimento de amor, devoção e de apego ao nosso país. O patriotismo permite que o povo se sinta parte do mesmo país, e ajuda no desenvolvimento e progresso da sociedade. É isso que o hino representa.

Babica: Viva o Brasil!

Bárbara: Vivaaaaaaaaaaaa!

 

Que tal? É assim então, ao som do Hino Nacional, no acordeon de Eddy Stafin, que vamos saindo esperançosos...

 

O Café Com Leite é publicado semanalmente e distribuído gratuitamente para quem se interessar em ter um conteúdo nutritivo para seus filhos, estudantes e parentes. É um projeto independente, apresentado pela Bárbara Stock e a Babica e editado pelo Senhor A, que nos deixa emocionados ao ouvir as vozes dos pequenos brasileiros que estão curtindo os episódios. O Café Com Leite é mais que um podcast, é uma missão.

 

Parte desse meu trabalho está em meu livro Merdades e Ventiras, que nasce da indignação de alguém que, cansado de ser tratado como idiota pela mídia, decide reagir. Reuni nele 40 anos de experiência como profissional de comunicação, alguém que não está dentro das redações e que sofre na mente as consequências dos climas de medo, angústia e desinformação provocados pela mídia.

Assim como o Café Com Leite, o Merdades e Ventiras é parte do meu legado. A cada dia torna-se mais importante conhecer o funcionamento da mídia, como nos comportarmos usando-a e, principalmente, como funciona este novo mundo onde, como indivíduos, nos tornamos mídias e vivemos o pesadelo das Fake News.

http://merdadeseventiras.com.br venha conhecer esta proposta, dê um passo além na sua independência intelectual dos canalhas que tentam diariamente fazer sua cabeça.

O Café Brasil é produzido por quatro pessoas. Eu, Luciano Pires, na direção e apresentação, Lalá Moreira na técnica, Ciça Camargo na produção e, é claro, você aí ó, completando o ciclo.

O conteúdo do Café Brasil pode chegar ao vivo em sua empresa através de minhas palestras. Acesse lucianopires.com.br e vamos com um cafezinho ao vivo.

Mande um comentário de voz pelo WhatSapp no 11 96429 4746. E também estamos no Telegram, com o grupo Café Brasil.

 

(Bárbara) Quem você trouxe para encerrar este episódio, Babica?

Babica: Ah, hoje é uma frase do jurista, político e diplomata brasileiro Ruy Barbosa:

A pátria não é ninguém. São todos.

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