Cafezinho Premium 549 - Neymar venceu

Data de publicação: 13/12/2022, 13:50

A Confraria Café Brasil tem um grupo no Telegram onde os assinantes se manifestam sobre todo tipo de assunto. E não raro, surgem pérolas. Como um texto escrito pelo Tiago Geraldi, a quem pedi licença para trazer aqui. Ouça:

“O tornozelo dói, é difícil carregar o próprio corpo numa prorrogação. A 10 de Pelé pesa uma tonelada. O time adversário está inteiro no seu campo de defesa. Ele pára a bola no meio de campo de frente para 11 adversários, o local mais arriscado de se estar, rapidamente arranca pelo meio, a jogada mais improvável, o caminho mais difícil. Tabela uma, duas vezes, foge do marcador faltoso, dribla o goleiro e finaliza. Inacreditável!

O herói e o anti-herói tem uma coisa em comum: a coragem. Foi preciso coragem desde o início até agora para encarar os críticos, a torcida, a imprensa, os negócios, a hipocrisia de quem pouco entende sobre a economia e até o usou para impor um pensamento coletivista ingênuo de que é injusto um atleta ganhar muito mais que professores.

Coragem para superar os rótulos de mimado, promíscuo e egoísta mesmo que nenhum acusador o conhecesse pessoalmente. Coragem para perceber e abandonar, antes mesmo de Messi, o clube que era um barco naufragando. Coragem para quebrar o teatro de ilusões da mídia e se posicionar politicamente de acordo com suas convicções, contra sua assessoria e contra amigos próximos e após ser massacrado por isso, embarcar para o torneio decisivo em sua vida.

Já não víamos mais sua imagem nos anúncios dos jogos. Ele já não era um objeto de gerar anúncios e audiência, já que associou sua imagem ao suposto mal encarnado. É preciso agora destruir a imagem de herói.

Mas algo incompreensível aconteceu. A derrota após a jogada genial expôs o menino transformado em homem, aquele que superou seus limites e visivelmente deu seu máximo e o seu máximo, agora todos vêem, é muito acima da média. Foi o único vitorioso em uma derrota amarga.

Talvez compreendamos hoje que o anti-herói foi um herói desde o início. Um herói humano, errando e acertando, mas sempre com a convicção de estar fazendo o que é certo e tomando a iniciativa de se manter firme e não fugir do seu caminho.

Pode ser que não tenhamos mais Neymar na próxima copa, tampouco teremos um novo Neymar tão cedo. Não porque não vemos nenhum talento jovem se formando para os próximos anos, mas porque não basta talento, é preciso autenticidade, disciplina, mas acima de tudo coragem.”

Continuo a reflexão no vídeo

https://www.youtube.com/watch?v=YKg2im5J1aA&feature=youtu.be

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