Cafezinho Premium 605 - Educassão Nasional

Data de publicação: 05/01/2024, 14:25

Link para a análise do De Olho No Material Escolar: https://cafebrasilpremium.com.br/app/e-books/relatorio-analitico-conae-2024

Já é parte do folclore a afirmação de que a educação brasileira, quando comparada à de outros países, fica na rabeira. É assim há décadas e as tentativas para mudar esse cenário sempre encontraram obstáculos intransponíveis. Quer ter uma ideia de como é? Ouça o LíderCast 766 que gravei com a Ilona Becskeházy. Chega a ser desesperador. Mas a coisa piora. Muito.

Você já ouviu falar da CONAE? Conferência Nacional de Educação? É uma conferência convocada pelo Ministério da Educação que pretende discutir com todos os representantes de segmentos da sociedade, temas de relevância para a educação brasileira. A Conae ocorre em intervalos de até quatro anos, e deveria ser precedida por conferências organizadas em nível municipal, intermunicipal, distrital e estadual, coordenada pelos seus respectivos fóruns. Ou seja: os interessados no tema “educação” discutem nos municípios, nos distritos e nos estados, levantando temas que depois serão consolidados e rediscutidos na Conae.

A próxima Conae discutirá o “PNE - Plano Nacional de Educação 2024-2034: política de Estado para a garantia da educação como direito humano, com justiça social e desenvolvimento socioambiental sustentável.” O propósito é discutir o novo PNE e elaborar um documento final propondo emendas. Após a entrega do Documento Final, o Governo Federal encaminhará ao Congresso Nacional o projeto de lei que visará instituir um novo PNE, com vigência de 2024 a 2034.

Lembrando: PNE é uma lei que traz metas, indicadores e estratégias para nortear as políticas públicas de educação durante uma década. Uma década!

Muito bem, mas e daí? Bem, o pessoal do De Olho No Material Escolar fez uma análise contextual dos documentos que embasam o Conae 2024 e, consequentemente, o PNE, e as conclusões são, no mínimo, preocupantes.  

Dos delegados apontados para as discussões, “movimentos de afirmação da diversidade” têm mais participação do que movimentos voltados à educação e praticamente o dobro de espaço das comunidades científicas de ensino e pesquisa. Tem um desequilíbrio aí.

Além disso, faltam diretrizes objetivas, metodologia e embasamento científico. Não houve um debate amplo e democrático, incluindo setores importantes como a comunidade científica e representantes do agro e meio ambiente. O documento é pouco claro, possui direcionamento ideológico, o setor privado é tratado como sendo “do mal”, com ênfase na demonização do agronegócio. E para resolver o problema do Brasil estar sempre nas últimas colocações, o documento critica o uso de provas nacionais ou internacionais para medir a qualidade da educação.

Temas para debate como a universalização do acesso à educação, evasão escolar, ensino técnico, utilização de recursos públicos e qualidade dos conteúdos educacionais, com medição dos índices a partir de padrões internacionais? Esses são detalhes deixados em segundo plano.

Cara, o PNE vai definir o caminho para a educação nos próximos dez anos. E a seguir como está, teremos o aprofundamento do fosso educacional.

É o futuro de seus filhos e netos que está em jogo. Alerte seus vereadores, deputados e senadores, esse processo tem de ser mais transparente e – atenção – com diversidade de opiniões. Do jeito que está, tá caindo pra esquerda. E a gente sabe o que tem lá...

Se você quiser acesso à análise do De Olho No Material Escolar, colocarei um link nos comentários.

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