LíderCast 268 - Luciano Bravo

Data de publicação: 03/04/2023, 10:19

Luciano Pires: Bom dia, boa tarde, boa noite, bem-vindo, bem-vinda a mais um LíderCast, o podcast que trata de liderança e empreendedorismo com gente que faz acontecer. No episódio de hoje trago Luciano Bravo, que é CEO da Inteligência Comercial e country manager da Savel Capital Partners, palestrante e consultor, o tema é muito importante, a inexistência de um sistema de crédito para os empresários no Brasil. Olha, quem já tentou levantar recursos em bancos, sabe que eles só emprestam dinheiro para quem provar que não precisa, não é? O Luciano Bravo mostra que é possível criar condições adequadas para que empresários e empresas brasileiras possam estruturar o seu projeto de crescimento de forma correta e ter acesso à linhas de crédito internacionais.

Muito bem, mais um LíderCast, sempre comentando como que o meu convidado chegou até aqui, esse é mais um daqueles casos em que uma agência de comunicação manda para mim um material por e-mail, Luciano, tenho um contato aqui de um sujeito interessante, e ali vem um pequeno descritivo que é o que basta para mim, eu dei uma olhada no descritivo, tem café no bule. Então, estamos aqui hoje para conversar, o programa começa com três perguntas, que são as únicas que você não pode chutar, o resto você chuta à vontade, essas três tem que ir na lata, então seu nome, sua idade e o que que você faz.

Luciano Bravo: Meu nome é Luciano Bravo, tenho 51 anos e sou estruturador na área de crédito internacional.

Luciano Pires: Estruturador na área de crédito internacional, eu não tenho a menor ideia do que é isso, e vai ser bom a gente explicar para a turma aqui. Nasceu onde, xará?

Luciano Bravo: Xará, nasci em Santos, na baixada.

Luciano Pires: Santos? Santista, outro dia entrevistei o Tejon aqui, grande santista também. Você tem irmãos?

Luciano Bravo: Sim, nós somos em sete ao total, eu sou o penúltimo.

Luciano Pires: Cara, família grande. O que que o seu pai e sua mãe fazem ou faziam?

Luciano Bravo: Meu pai era funcionário da Codesp, como é normal na região de Santos, quem nasceu lá geralmente o pai trabalhou no porto ou trabalha na COSIPA, o meu trabalhava no Porto, e minha mãe era doméstica.

Luciano Pires: Como é que era teu apelido quando você era pequenininho? O meu era Lucianinho.

Luciano Bravo: Não, o meu era marciano. Época de Luciano marciano que rimava, o cara chamava marciano.

Luciano Pires: O que que o marciano queria ser quando crescesse, cara?

Luciano Bravo: Eu, na verdade, quando era bem novo, eu pensava em ser astrofísico, eu estudava, desde novo estudava astronomia, física quântica, com 14, 15 anos já estudava física quântica.

Luciano Pires: Com o Pelé ali do lado arrebentando, você não quis ser jogador de futebol?

Luciano Bravo: É porque já tinha o Pelé, não precisava de outro, deixa o Pelé em paz.

Luciano Pires: Astrofísica?

Luciano Bravo: É.

Luciano Pires: Quando eu era moleque, meu negócio era astronomia, cara, era alucinado por astronomia, cheguei a voar, construir a... história comprida. Mas você seguiu essa carreira aí de tentar ser astrofísico ou descobriu que não dava?

Luciano Bravo: Primeiro que na época não dava dinheiro, hoje até astrofísica, astronomia é um negócio bem latente, ainda mais com a entrada do setor privado, com o Elon Musk e outros, mas na época era bem difícil. E aí eu na verdade parei aos 18 anos, dos 13 aos 18 eu ainda estudei essas coisas de física quântica, cosmologia e tudo, mas aí dos 18 eu tive que trabalhar, e já estava formado em eletrônica e fui para o mercado de trabalho.

Luciano Pires: Você foi fazer eletrônica?

Luciano Bravo: Fiz eletrônica, fiz eletricidade, eletrônica, hidráulica e pneumática.

Luciano Pires: Isso colégio técnico?

Luciano Bravo: Sim, eu sou aluno do SENAI, fui aluno do SENAI e depois de escola técnica lá da região.

Luciano Pires: Dois Lucianos de cidades do interior, você não é interior, mas é interior, que fizeram eletrônica no colégio, eu fiz colégio de eletrônica e que adorava astronomia, essas coisas todas, então a gente está se encontrando aí.

Luciano Bravo: Temos algo em comum, também não fumamos Free.

Luciano Pires: Isso aí. Você foi aos 18 anos, você chegou a fazer faculdade, foi escolher alguma coisa?

Luciano Bravo: Não, não, eu parei no curso técnico e depois já tive que entrar para o setor industrial e não...

Luciano Pires: E você foi trabalhar naquilo que você fez, você foi trabalhar com eletricidade?

Luciano Bravo: Exatamente, trabalhei dos 18 até os 25, eu fiquei como... na verdade, dos 18 aos 23 eu fiquei como funcionário e aos 23 eu virei empresário já.

Luciano Pires: Então, vamos descobrir como é que essa coisa acontece. Você estava dormindo, um dia você acordou, entrou uma luz pela janela e falou assim, Luciano, vá ser dono da firma. Como é que foi? Me conta aí a história.

Luciano Bravo: Não foi assim, queria que tivesse sido assim, com a entrada de um ET, alguma coisa, mas não foi, na verdade, a última empresa que eu trabalhei era uma empresa de automação em Santos, e o dono, ele era uma pessoa que tinha um procedimento muito ruim como dono empresa, e eu não pactuava com aquilo, então foi dali que eu decidi abrir a minha empresa, por não concordar como ele tratava os funcionários, naquela época, Lu, não tinha essas regras trabalhistas do jeito que tem hoje, então você era tratado meio como gado na época, nós estamos falando na década de 80, então 80, 90, então foi dali que eu tive esse ímpeto de abrir a empresa, mais para ter uma forma diferente de trabalhar, de me relacionar com as pessoas.

Luciano Pires: E você foi abrir uma empresa de que?

Luciano Bravo: De elétrica, do que eu era, de engenharia elétrica.

Luciano Pires: Terceirizando o trabalho, fazendo...

Luciano Bravo: Sim, prestando serviços para prédios, naquela época prédios e clientes.

Luciano Pires: Tinha 23 anos de idade?

Luciano Bravo: Tinha 23 anos.

Luciano Pires: Então, cara, com 23 anos de idade, trabalhando em uma empresa como você estava lá, é muito tranquilo, porque tem alguém mandando fazer coisa, tem o departamento jurídico, tem o departamento... quando você assume como dono da empresa, não tem mais nada disso, se você não for pagar conta, não tem a secretária para mandar pagar, e outra, você vai ter na tua frente três, quatro, cinco pessoas que dependem do salário do mês, então muda a responsabilidade, muda a carga, você sabia disso, você estava esperando ou você, vou abrir e seja o que Deus quiser?

Luciano Bravo: Na verdade, Luciano, naquela época não tinha essa visão de empreendedorismo hoje, não tinha a internet como temos hoje, e na verdade foi assim, foi querer fazer, não tinha... eu comecei a minha empresa entregando panfleto em prédio, fazia uns panfletos azuis naqueles mimeógrafos, e entregava nos prédios para trabalhar, foi assim que... eu e meu irmão, na verdade, eu tenho um irmão mais novo, que hoje mora na Irlanda, o nome dele é Cesar, e ele começou a empresa comigo, entregando panfleto em prédio.

Luciano Pires: E foi bem?

Luciano Bravo: Olha, foi tão bem que em 2011 eu faturei 40 milhões, e me tornei a maior empresa da região, tinha 280 funcionários, 30 obras e participei da maior obra na região, que foi a Brasil Terminal Portuário, uma obra de 1 bilhão de reais, então assim cresci bastante.

Luciano Pires: Que beleza, cara, 2011. E continua com a empresa?

Luciano Bravo: Não, em 2012 eu decidi encerrá-la justamente pelo motivo de não ter caminho de crédito no Brasil. Como eu já era médio, já faturava 40 milhões, eu percebi que quanto mais eu crescesse, mas eu me inviabilizaria devido à falta de crédito, e foi aí que em 2012 eu antecipei em 10 anos um plano de ser consultor, porque eu ia fazer isso aos 50, comecei com 40, no dia 12 de julho de 2012, eu tinha 40 anos.

Luciano Pires: Falta de crédito te levou a... você vendeu a empresa, o que que você fez?

Luciano Bravo: Não, eu encerrei ela, eu levei dois anos para parar, entreguei todos os contratos, encerrei tudo o que eu fazia e parei a empresa, entendeu?

Luciano Pires: Era lucrativa, estava indo bem a empresa?

Luciano Bravo: Muito, muito lucrativa, eu sou um exemplo que... passou até um caso desse, se não me engano no Globo Repórter, das pessoas que mudam de profissão aos 40 anos, foi o que aconteceu, foi igual ao Pelé, você falou do Pelé, eu estava por cima quando eu decidi parar, então assim, muita gente para porque quebra, eu estava muito bem, resolvi mudar porque eu percebi que os próximos 10 anos iam ser difíceis, e foram mesmo, com os adventos da Lava Jato e tudo isso, o setor s engenharia sofreu horrores, milhares de demissões e milhares de empresas quebraram, eu antecipei isso, não passando por isso e já indo para outra área.

Luciano Pires: E você, quando você se desfaz do negócio, você estava com 200 e poucos funcionários, você falou...

Luciano Bravo: 280.

Luciano Pires: Você no dia seguinte, você está sozinho, vira um consultor, o que que você fez, cara?

Luciano Bravo: Não foi bem no dia seguinte, levou praticamente dois anos para ir entregando as obras, desmobilizando, mas é muito esquisito, eu tinha 5 escritórios, eu tinha... 30 pessoas trabalhavam dentro da sala, até para pegar água tinha gente para ir buscar um copinho de água, e no outro dia você está sozinho em uma sala, trabalhando, sendo sua própria secretária, seu executivo, seu tudo, seu pagador, você faz tudo, é bem diferente.

Luciano Pires: Então, como é que é esse processo, essa tomada de decisão, cara? Você tem que ter um desprendimento que é raro, espera um pouquinho, faturando esses milhões, um monte gente trabalhando, uma empresa bem sucedida, dando tudo certo, vou resolver parar, cara, não estou nem vendendo para alguém para pegar um monte de dinheiro, e você... cara, isso tem que ter um desprendimento, ou você se ferra e está com uma puta de uma bomba que vai acabar com você ou você é meio maluco, porque imagina o monte de gente em volta de você, mas você está louco, você está louco, e você fala, não, eu vou... o que que é isso, é uma visão?

Luciano Bravo: É assim, na verdade, isso daí chama-se future back, isso é uma técnica que eu só descobri o nome anos depois, e é uma técnica que pessoas como Steve Jobs, o Elon Musk utilizam, você vive metade do seu tempo no presente e metade no futuro, eu sempre vivi assim, 10 anos na frente, só metade de mim está aqui no estúdio, a outra metade está 10 anos na frente, e eu me enxerguei 10 anos na frente e vi que o futuro não seria bom para mim, porque o setor de prestação de serviço da área elétrica é ruim, se você acompanhar hoje, por exemplo, Portugal tem um déficit de 70 mil funcionários na mão de obra direta, e o Brasil caminha para o mesmo problema, então a queda é acentuada na produção de mão de obra técnica é muito grande no Brasil, e se você vive de mão de obra técnica, você vai entrar nesse problema. Fora o caso da Lava Jato, que atingiu as maiores construtoras e eu trabalhava com a Andrade Gutierrez, então ou seja, eu sabia que tudo ia entrar em um caldeirão, ia ferver, então eu ao invés de me jogar ali no abismo, eu pulei, eu resolvi parar enquanto eu estava bem, enquanto estava tudo bem, enquanto não tinha confusão, e é uma decisão que é a melhor que tem, é a consciente, quando você decide mudar o destino, mesmo estando bem, ganhando dinheiro, carro, tudo, você decide mudar de profissão, aí você faz uma curva lá embaixo para depois voltar.

Luciano Pires: É, tem uma tese aí que diz que a gente muda quando sofre algum tipo de pressão externa, então cara, um acidente, uma quebradeira, uma pandemia, alguma coisa horrorosa acontece e faz você mudar a tua vida, ou você pode esperar que isso aconteça ou pode provocar que isso aconteça, então foi teu caso, então? Eu vou provocar isso aqui, porque pelo menos eu tenho controle do que está acontecendo. E aí você vai ser consultor de que?

Luciano Bravo: Então, na verdade, eu quando abri a empresa, eu abri como estruturação de negócio, qual era o meu objetivo, como eu sou formada na área técnica, trabalhei em dezenas de projetos, a minha ideia era ajudar os empresários a estruturar projetos do zero. Então, trabalhei em projetos de saneamento, porto no Panamá, cemitério vertical, tudo o que você imaginar eu me envolvia para desenvolver a estrutura de gestão, de implantação, de comercialização, então foi assim que a empresa começou em 2012, por esse caminho.

Luciano Pires: Fala um pouquinho dessa questão do crédito que você trombou nesse problema lá atrás, você falou, cara, faltava... outro dia eu trouxe aqui, é engraçado que toda vez que eu gravo um programa aqui, eu acabo citando esse programa, ficou tão marcante para mim, eu gravei aqui uma entrevista com o Alon Lavi, que é o cônsul de Israel em São Paulo, e ele estava comentando como é que o país Israel trata quem quer começar um negócio lá, e você ouve o cara falando, cara, esse cara mora em outro planeta, não é possível isso, hoje tem uma regra muito interessante lá que é a seguinte, cara, você bola uma ideia qualquer, vou empreender alguma coisa, você chega no governo lá, apresenta a tua proposta, se passar pela peneira que tem, você empresta um dinheiro, e eles te dão um dinheiro, você vai e monta o teu negócio, dali a três meses você volta e fala, deu tudo errado, quebrei, não dá mais certo, o governo fala, perfeitamente, continua tua vida aí que a gente vai em frente, e você sai sem dever nada, o dinheiro foi a fundo perdido. O raciocínio deles é o seguinte, cara, a gente faz isso com mil caras, 900 quebram, 100 dão certo, e dois dão muito certo, esse muito certo é o Wase, que vale bilhões e paga tudo aquilo que eles deixaram de investir, então eles têm uma visão... aqui no Brasil, cara, se você empresta um dinheiro e quebra, você além de sair...

Luciano Bravo: O nome sujo para o resto da vida.

Luciano Pires: Você está ferrado para o resto da vida, você não tem mais caminho. Então, essa questão de crédito no Brasil, você trombou nisso lá e o que que foi, o que que chamou tua atenção, o que que te mostrou...

Luciano Bravo: O que chamou a atenção foi exatamente quando eu comecei uma obra, a obra da Brasil Terminal Portuário, foi a maior obra que eu peguei, foi uma obra de 26 milhões, naquele ano, e eu, todo mundo que vende precisa de dinheiro para operacionalizar vendas, se você vende uma obra, você precisa de no mínimo 10% para mobilizar, 10% de 26 milhões é 2,6 milhões, e aonde que você arruma esse dinheiro? Então hoje no Brasil, o gargalo de todo mundo a crescer é que os bancos não bancam, eles não financiam contratos, compra de materiais, compra de commodities, então assim, o Brasil poderia produzir muito mais, não produz porque não tem dinheiro para isso, ou seja, os bancos não emprestam, mas eu vi isso há dez anos atrás, agora 11, ou seja, eu peguei uma obra, quando eu precisei buscar dinheiro, não tinha, e aí eu tive que, vamos dizer, pedir ao cliente que financiasse o início da obra. E aí se tornou uma coisa muito indigesta isso, e aí eu percebi que quanto mais eu crescesse, mais eu ia ter que depender de o cliente investir em mim para fazer, e foi aí que eu acreditei que isso não era um caminho bom, porque... e não era mesmo, porque hoje raramente uma empresa, quando você aprova uma obra, ela te dá 20, 25%, eles têm regras de compliance, um monte de coisa que inibe isso, então você acaba não crescendo, ou crescendo totalmente endividado em um monte de operação. Foi aí que eu percebi que não tinha eu faturar 100 milhões por ano, porque aonde eu ia arrumar 10 milhões para financiar isso? Não tem lugar.

Luciano Pires: Você foi investigar na época, você foi conversar com banco, com a turma toda para tentar entender porque que isso acontece, cara?

Luciano Bravo: Na verdade, eu fiz isso durante 5 anos, começou em 2012, terminou em 2017, eu investiguei o mercado para entender o porquê que não tem crédito no Brasil, o porquê é tão difícil, mesmo você produzindo, vendendo, se dando bem, porque que as empresas... os bancos, desculpa, não financiam as empresas, eu descobri porque e hoje é o foco do nosso trabalho. Eu transformei aquela dificuldade em algo altamente promissor nos dias de hoje.

Luciano Pires: Você vai contar o porquê aqui ou esse é teu segredo?

Luciano Bravo: Sim, vou contar o porquê estamos aqui.

Luciano Pires: Vamos lá.

Luciano Bravo: Na verdade, se você olhar historicamente o Brasil, se você olhar, vamos olhar os últimos 20 anos, 22 agora, já concluí, nós estamos no vigésimo terceiro, mas nos últimos 22 anos, se você olhar, o Brasil houve uma concentração bancária, como em vários segmentos, aviação, aço, suco de laranja, energia elétrica e também os bancos se concentraram.

Luciano Pires: Parece que é tudo quatro, são quatro companhias aéreas, quatro bancos, quatro emissoras de TV, quatro na mídia, quatro consórcios.

Luciano Bravo: Na verdade, o Guedes falou isso, o país dos seis, ele não falou quatro, ele falou dos seis. E é verdade, se você olhar o nosso país, no caso, bancário, é controlado por cinco, são cinco bancos que detém mais de 82% da carteira de crédito brasileira, e é justamente por isso que você não tem crédito, porque ao se concentrar bancariamente, um país, ele cria as suas próximas regras, que não são regras de competitividade e sim regras de reserva de mercado, é a mesma regra que tem nas companhias aéreas, você não tem para onde sair, ou você tem que viajar em uma das quatro, ou você vai de carro ou vai de barco, então quando um setor fica desse jeito, todo mundo sofre e o próprio setor sofre, não sei se você viu aí, as duas das empresas nossas aéreas já somam 45 BI em dívida, isso é um sinal vermelho para o mercado e quem vai pagar essa conta somos nós, porque você não pode deixar as duas das maiores empresas de aviação quebrar.

Luciano Pires: Não, mas agora vem aí passagem a 200 reais, vai estar resolvido isso.

Luciano Bravo: Então assim, somos nós que vamos pagar, nós, porque passagem a 200 reais o dinheiro sai de outro lugar. Então, voltando a parte de banco foi isso, nos últimos 20 anos os bancos se concentraram, o crédito hoje está em cinco bancos e eles colocaram regras, como por exemplo, você ter que ter o nome limpo em todos os segmentos de CMD, se tu é casado, a tua mulher também tem que ter o nome limpo, quer dizer, você praticamente tem que provar ao banco que não precisa do dinheiro para que ele te dê. Segunda regra, você não pode se endividar além de 30% do seu faturamento, então uma empresa que fatura hoje 100 milhões, se ela estiver com tudo em dia, ela pode chegar a 30%, o que que é... eu costumo brincar, Lu, eu faço isso em palestra e tudo, se eu der 30% do alimento que você precisa para viver, você não seria esse homem bonito na minha frente, você estaria em uma cama, e é exatamente onde as nossas empresas vivem, presas em uma cama, sem energia para crescer. Então, foi aí que eu descobri, é o oligopólio que sacrifica o nosso país há duas décadas e infelizmente continuará, independente do governo que se instalar, não muda isso.

Luciano Pires: A gente viu o que aconteceu recentemente, quando tentaram botar a mão ali, cada um que tenta botar a mão ali, se arrebenta, o Collor caiu assim, foi mexer no vespeiro e o Bolsonaro caiu assim também, foi mexer no vespeiro, cara, esse grupo aí... e é interessante que você fala essa questão do oligopólio, porque ela está em vários segmentos, são vários segmentos, não é um lugar só.

Luciano Bravo: Vários, mas nenhum deles é tão nefasto quanto o bancário, porque o bancário, ele por exemplo, você vê o consignado, você sabe que o consignado no Brasil chega a 17% ao mês para o aposentado.

Luciano Pires: Explica o consignado aqui para gente, tem um monte de gente ouvindo que não...

Luciano Bravo: O consignado é aquele empréstimo totalmente seguro, é o empréstimo mais seguro do mundo, ou seja, você empresta a um aposentado e o governo garante que vai te pagar, então assim, risco zero, só que se você for no mercado hoje, o juros de consignado para aposentado mensal é de 4 a 17% por mês, por isso que a maioria dos aposentados, por isso que o governo, de maneira errada, tentou intervir, porque os aposentados, eles não estão endividados, eles estão vendidos, eles não têm nem como viver, a maioria deles, porque tomam empréstimo para a família, aquele monte de problema, só que o juros que cobram é para acabar com a pessoa, aí tu fala, mas é só o aposentado? Não, as empresas brasileiras hoje, o custo financeiro das empresas brasileiras hoje é de 20 a 50% ao ano, vive em um país desse, aí tu fala, 20 a 50% em que? Em 30% de crédito, você paga caro e tem pouco. Esse é o problema do Brasil, o problema do Brasil se você olhar do sistema financeiro e do crédito, muita gente fala da taxa de juros, todo mundo bate nisso, na verdade, o problema aqui nosso, dos empresários nunca foi a taxa de juros, nunca foi, Luciano, é uma coisa que raramente um dia alguém vai falar aqui no seu microfone, não é taxa de juros, o problema é a falta de crédito, porque se os bancos cobrassem 20%, 30% ao ano, mas te dessem 50, 100, 150% do teu faturamento em crédito, eu acredito sinceramente que todo empresário nosso veria muito bem, o problema é que ele te cobra de 20 a 50 e te dá 30%, você não consegue fazer nada com 30%, você entende? Então, é o volume de crédito. Aí onde que é o problema dos juros? No pouco que ele te dá, no pouco que ele te dá é o problema, não é... você tem operações de crédito que eu trabalho, que eu consigo te dar 250% do teu faturamento em crédito, se você vem me pedir, se você fatura por ano 50 milhões e eu te dou 10, você não vai fazer nada com isso, com 10 milhões em um faturamento de 50 você não faz nada, e se eu te dou 50, se eu te dou um faturamento anual e se eu te dou 100, o dobro do faturamento anual, você como empresário sabe muito bem o que fazer, onde pôr esse dinheiro e aonde ganhar na compra e na venda, mas se eu te dou 10, você não sabe o que fazer.

Luciano Pires: Mas a argumentação que eles sempre usam, que é aquela mais fácil do público em geral entender, é que tem um risco de inadimplência gigantesco, as empresas podem não pagar, portanto, eles têm que cobrar muito caro, porque de 10 que eles emprestam, 8 não pagam, então eles têm que custear isso tudo, e com uma insegurança como essa não tem como ter dinheiro barato no Brasil, você conhece essa história toda, não é? E aí?

Luciano Bravo: E aí que a inadimplência é tão culpada quanto a Selic para os juros que o banco cobra, se você baixar a Selic a 3%, os juros vai continuar a mesma coisa, o cheque especial a 300, o cartão de crédito a 330, e o juros pessoa jurídica de 20 a 50 e pessoa física de 25 a 60, a taxa Selic, ela só é indexador para operações de governo, o sistema de crédito brasileiro, ele não muda nada, muda muito pouco, é igual assunto da gasolina, o dólar caiu, você já viu a gasolina baixar, Luciano? Já viu a gasolina abaixar?

Luciano Pires: Quando tentaram foi uma gritaria sem tamanho?

Luciano Bravo: Agora já viu ele aumentar?

Luciano Pires: Toda hora.

Luciano Bravo: Então, se realmente o indexador da gasolina fosse o dólar, você teria uma gasolina em dólares mais baixo, barata, e isso não é verdade, da mesma maneira que não é verdade que a inadimplência faz os juros ser alto, porque eu vou te dizer, você sabe que a inadimplência nossa, ela é baixíssima, é 3, 4%, sabe disso? 3, 4%, isso é nada, Luciano, isso não é nada, se você botar no spread bancário, 40%, é 20, 40, 40, 40% do spread é para risco, com um sistema que a gente tem ter risco, você só empresta dinheiro para quem está com o nome limpo, você empresta pouco dinheiro, você pega recebível, pega patrimônio, pega aval, qual o risco que você tem?

Luciano Pires: Você tem uma lista negra hoje em dia que...

Luciano Bravo: 70 milhões de pessoas estão na lista negra, então assim, que inadimplência é essa que faz com que os juros sejam tão alto, emprestando tão pouco dinheiro e em um regime tão severo? Não é, isso é uma explicação que quem estuda, quem lê, quem lê indicadores percebe que não tem lógica, não existe lógica, a inadimplência nunca foi e nunca será o problema da alta dos juros no Brasil. E dar crédito é uma questão de crescimento, em tudo, se você acredita em mim, você deixa que eu trabalhe, que eu... então, dinheiro é isso, crédito é questão de credibilidade, se os bancos acreditassem nos empresários e pudessem confiar no que eles fazem, porque se eles fazem direitinho e fazem, deveria se acreditar neles, mas não se faz assim, ou seja, o empresário hoje que cumpre todas as suas regras, eu tive conversando com uma empresa, vou te dar um exemplo, a empresa fatura 4,5 bi por ano, 4,5 bi, tudo certinho, o banco empresta para ela, para pagar em três anos, ou seja, o CFO da empresa disse para mim que ele tem que comprar uma operação e fazer o brake even em três anos, você é um homem que já viveu no mundo corporativo, e você sabe que três anos brake even é loucura, e por que que ele é tratado assim? Porque o banco se trata quem fatura 4,5 bi assim, imagina que fatura 30 milhões, 40, não há prazo no Brasil, prazo no Brasil é de 1 a 3 anos.

Luciano Pires: Eu como nano empresário aqui, eu tive experiências, uma vez me deram uma dica que o BNDES tinha aberto uma linha nova de crédito, não sei o que, mandaram para mim a palestra do cara do BNDES, maravilha, chamei, entrei em contato com o cara do... como é que é, como é que funciona isso aqui? Rapaz, eu vou aí, mas eu vou levar comigo o meu banco que é o operador, o Bradesco, sentaram os dois na frente aqui. Eu, legal, que eu ia levantar, tenho uma ideia aqui, a gente quer duplicar o tamanho aqui, nós precisamos de um investimento, e era uma bobagem, cara, 300 mil reais, uma bobagem qualquer assim, eu queria isso aí que é para a gente botar no marketing e tudo mais. Bom, conversei, conversei, aí os caras, bom, o cara do BNDES, quem operacionaliza isso tudo é o Bradesco...

Luciano Bravo: É o banco repassador.

Luciano Pires: Aí o cara do Bradesco para mim, você tem imóveis, você tem carro? Eu falei, para que? Não, para poder andar o empréstimo você tem que botar a tua casa como garantia, eu falei, cara, mas não foi isso que foi dito... o cara do BNDES, está tudo errado, não é a taxa que você está me dando, não é o que ele falou. Não, não, mas não tem jeito, aqui é assim, e só através da gente. No fim, cara, era um empréstimo normal, não tinha nada, nada do que foi dito lá, e eu olhei para aquilo e falei, então não tem para onde correr, eu só consigo dinheiro se eu não precisar dele, é isso? Porque basicamente é isso, e não tinha para onde correr, cara, não tem como sair, então você me conta a história de um cara de 4,5 bi, pega eu que sou um nano aqui, cara, para levantar 100 mil, 150, 200 mil é um pandemônio, não tem para onde correr. Você quando viu essa situação, então, você falou, cara, eu vou ter que encontrar uma saída para isso, o que que você fez?

Luciano Bravo: Exatamente, Lu, assim quando você observa que independente do estado que você vá, independente do banco que você bata na porta, a resposta vai ser sempre a mesma, não, não sei se você vê aí, mas isso na época da pandemia, isso teve muito em evidência, mas sempre esteve em evidência, você... antes de falar na solução, vou te falar em um problema bem crítico que fica escondido, que pouca gente fala, mas o clube de diretores de logística já falou, e várias entidades de classe na época da pandemia bateu, 90% dos empresários tem o crédito negado, e se você pegar os maiores bancos, entre 7 a 9% dos clientes qualificados, aquele que já passou na análise de crédito e tem acesso ao crédito, então...

Luciano Pires: Repete, quantos porcento?

Luciano Bravo: De 7 a 9%...

Luciano Pires: De quem passou pela peneira, de quem já passou na peneira é que tem de fato acesso ao crédito. Então, se você perceber, os números estão certinhos, 90% tem o crédito negado e de 7 a 9% dos qualificados é que tem acesso ao crédito, o restante não tem. Então, com essa imensa escassez, qual foi o meu pensamento em 2018, depois de bater na porta de 300 agentes financeiros de mercado, entre investidores, empresa de capital, bancos de investimento, fundos, eu cheguei à conclusão que o Brasil tem uma solução, e a solução é a lei 4131, é a lei que permite o ingresso de capital estrangeiro no Brasil, criada a 60 anos atrás, e que permite que eu, você ou qualquer pessoa que nos ouve, possa ir nos Estados Unidos, na Europa, onde ele quiser, captar dinheiro e trazer esse dinheiro ao Brasil sem tributação, é a mesma lei que bancos e empresas utilizam para trazer bilhões ao Brasil, então assim, é aquela história, se não te dão aqui, vai aonde te dão, e foi aí que de 2018 em diante, nós nos unimos a Savel Capital Partners, que hoje eu sou diretor dela no Brasil, além de ser CEO da Inteligência Comercial, e começamos esse trabalho para internacionalizar clientes médios, ou seja, fazer ao médio, que eu era lá em 2012, 2011, perdão, fazer ao médio o que os grandes bancos fazem às grandes empresas, as grandes empresas têm acesso ao crédito internacional e os bancos ajudam, porque tem total interesse, os médios, eles não têm interesse, então eles deixam o empresário preso no Brasil com essa situação que você ouve de mim, sem crédito.

Luciano Pires: Então, mas a percepção que eu tenho é que buscar dinheiro lá fora é um negócio de uma complexidade brutal sob todos os pontos de vista, não sei nem por onde começar uma coisa como essa, até porque eu não sei nem onde bater para começar uma história dessa, eu provavelmente vou em um banco, conversar com um cara de um banco, o cara vai me dar uma broxada gigantesca e eu vou sair de lá com a mão abanando. Me parece que tem uma ignorância provocada, você falou de uma lei, e eu estava esperando você dizer a lei que foi aprovada em 2019, você falou, não, a lei tem 60 anos, cara.

Luciano Bravo: A lei é mais velha que eu.

Luciano Pires: Então...

Luciano Bravo: Então, Luciano, assim, primeiro realmente não existe o conhecimento, quando eu comecei, até ontem eu estava falando com um empresário, eu faço muita entrevista com empresário médio, pessoas que faturam entre 24 milhões a 800 milhões por ano, e eu disse para ele, quando eu comecei não tinha nada, não existia informação, não existia onde buscar, a primeira coisa que eu fiz depois que aprendi foi em 2020 começar a transformar tudo isso em conteúdo que qualquer pessoa pode acessar, é o nosso canal no YouTube, onde a pessoa pode ir lá e aprender tudo sobre crédito internacional, tudo, são 19, nós fizemos agora um book de vídeos com 19 vídeos que ensinam desde como começar a por o dinheiro no Brasil, então primeira coisa é dar o conhecimento ao povo, se não o povo não sabe o que fazer mesmo, você tem razão, é assim, se você pegar hoje, existem 1 milhão de empresas médias que não têm crédito no Brasil, e por isso não crescem ou crescem com o lucro líquido de 1 a 3%, tem caso de gente faturando 2,5 bi com lucro líquido de 6 milhões. Então, para você ter uma ideia da disparidade entre receita e retorno, eu nunca administraria uma empresa de 2,5 bi para no fim ter 6 milhões de reais de lucro, é uma loucura isso, por ano. Então, ou seja, nós... a primeira coisa que eu fiz foi transformar tudo isso em conhecimento, vídeo, vídeo aula, transformar tudo e pôr no mercado, é o que estamos fazendo desde 2020, e aí isso muda o mercado, porque quando você... você for pôr, não sei nem como começar, nem onde procurar, nem como trazer o dinheiro, hoje isso tudo é passado, hoje existe toda a informação, todo um curso que prepara, sem nenhum custo, não tem custo nenhum, tudo disponibilizado de graça, nós fazemos, por exemplo, esse ano nós vamos fazer mais de... iremos executar mais de 20 mentorias no ano juntando... agora quinta-feira eu tenho um workshop online com o pessoal de Belém, são vários empresários que também não têm crédito e que vêm conhecer como funciona o processo. Então, o primeiro, Luciano, foi criar o arcabouço de conhecimento, e em segundo oferecer o peixe. Então, ou seja, a gente dá o peixe e ensina a pescar, fazemos as duas coisas.

Luciano Pires: Você tem uma... você tem um centro de lucros que é educacional? Você ganha dinheiro educando as pessoas?

Luciano Bravo: Não ganho, não ganho, é tudo feito sem custo nenhum, nunca cobrei e pretendo, por enquanto, não cobrar por nada disso, é um conhecimento gratuito que junta os últimos 10 anos de trabalho nessa área.

Luciano Pires: É o teu marketing, digamos assim, o pessoal vai saber, vai aprender com você, naturalmente eu vou te procurar para você me auxiliar. Não tem uma pressão desgraçada em cima de você para parar com isso, cara?

Luciano Bravo: Na verdade não tem, Lu, porque assim, quando você... se você disputa uma mulher bonita, tem muita gente para disputar, mas se você pega uma pessoa que não tem muita beleza...

Luciano Pires: Capital estético reduzido.

Luciano Bravo: Capital estético reduzido, não tem muita beleza, você não tem muita dificuldade, no sentido de que não tem muita gente ali cobiçando aquela pessoa, inint 36:58 ela é uma pessoa mais calma para analisar. Do ponto de vista de clientes, a mesma coisa, nós não trabalhamos com clientes que o banco quer, nós trabalhamos com clientes que o banco não quer, aquele cliente que ele já não quer fazer mais nada, que ele não quer dar crédito, nós trabalhamos com gente negativada, gente que não tem capacidade de passar de 30% do faturamento, que muitas vezes não tem garantia, que precisa de garantia de terceiro, então ou seja, existe uma série de fatores que desabonam esse cliente perante ao banco, então por isso que nós não sofremos pressão, nós não somos um concorrente para o banco, porque nós fazemos aquilo que o banco não quer fazer, ou seja, dar mais de 30% de crédito ao cliente, nenhum banco quer fazer isso.

Luciano Pires: Como é que você lida com o potencial de risco desses enjeitados aí, são enjeitados pelo sistema, que teoricamente tem um risco, teoricamente tem um risco maior aí, como é que você lida com isso, cara?

Luciano Bravo: Na verdade assim, risco tem a ver com o que você olha do empresário, se você olha um empresário só pelos números dele, é uma análise fria, e igual olhar um ser humano pelo sucesso dele profissional somente e nada mais, se ele tem dinheiro, se ele mora bem ou se ele não mora tão bem, você não está vendo o ser humano, você está vendo apenas o resultado que muitas vezes não tem nem a ver diretamente com ele. Quando você olha o empresário no sentido do esforço, do trabalho, da capacidade de produção, e da capacidade de se reinventar, você percebe que você pode dar crédito a ele. E hoje, na nossa análise de elegibilidade o que nós fazemos é isso, Luciano, nós pegamos pessoas que têm o potencial de produzir, é igual aquela história lá de Israel, se você vê que aquela pessoa que te procurou quer fazer algo certo, que tem capacidade, que tem equipe, que já faz aquilo há 20, 30 anos, mas que nunca teve oportunidade de ter crédito suficiente, você pode dar o crédito. Eu vou te dar um exemplo, o agronegócio brasileiro é um caso típico desse, vou te dar um exemplo assim que a gente acabou de fechar uma operação agora de 45 milhões de reais para um produtor rural, que no Brasil, raramente ele chegaria a 15, 20 milhões, raramente, raramente, então o que acontece? Se você olhar o agronegócio brasileiro, ele é um agronegócio gigantesco tocado em operações de um ano, o cara pega em janeiro e paga em dezembro.

Luciano Pires: Repete, como é que é?

Luciano Bravo: O agronegócio brasileiro, ele é um gigante, hoje o nosso agronegócio, ele alimenta um bilhão de pessoas no mundo, 1 bi, basicamente 1/8 da população global é alimentada só pelo que é produzido no Brasil, só que ele é um negócio global tocado com empréstimo de 12 meses, de uma safra, ou seja, o produtor rural tem que pegar em janeiro e pagar em dezembro, ele deixa praticamente a alma dele no banco para conseguir mal e porcamente o custeio agrícola. Então, se você pega esse produtor que está fazendo milagre com pouca coisa, e você acredita nele e dá dinheiro para ele, mesmo que você pegue, porque hoje o que acontece, você tem uma fazenda de 100 milhões, Luciano, vou dar um exemplo clássico, não é risco, é simplesmente acreditar no óbvio, você pega um produtor hoje, que ele tem uma fazenda de 100 milhões, fatura 30 milhões por ano, e ele precisa abrir novas terras e plantar, é uma pessoa que já está fazendo isso há no mínimo duas décadas, mas veio crescendo lá de 2 milhões, chegou a 30 milhões de faturamento, tem uma fazenda que vale 100, por que que você não pode emprestar para esse produtor rural 30, 40 milhões no ano? Se ele pega 3, 4 e produz 30, e tem a fazenda, tem propriedade, porque você não pode dar 30 para ele, por que que você não pode financiar mais esse camarada? Ele passaria de 30 para 100, para 150, com uma margem de lucro capaz de pagar sem sombra de dúvida, porque o agronegócio não dá prejuízo. Mas o que que o banco faz? O banco não quer a fazenda dele, o banco não quer dar mais dinheiro para ele, porque olha que a capacidade dele de pagamento é pouca, aí dá para ele sabe quanto, Luciano? Dá 2, 3, 4 milhões de reais, é óbvio que ele não quer, então existe risco? Sim, existe risco, mas se ele tem uma propriedade que você pode pegar e pode acreditar nele dando dinheiro, porque não fazer? Agora eu lhe garanto, a inadimplência no agronegócio é baixíssima, é muito baixa, posso dizer que é menos de 2%, porque o produtor rural é aquele cara que vive da terra, a propriedade dele é o maior bem dele, se você pegar uma propriedade de 100 milhões e der 40 na mão dele, ele transforma esses 40 em 200, em duas safras, o problema é que isso não acontece no Brasil.

Luciano Pires: Você está ouvindo o LíderCast, que faz parte do ecossistema Café Brasil, que você conhece acessando mundocafebrasil.com, são conteúdos originais distribuídos sob forma de podcasts, vídeos, palestras, e-books e com direito a grupos de discussão no Telegram. Torne-se um assinante do Café Brasil Premium, através do site ou pelos aplicativos para IOS e Android, você prática uma espécie de MLA, master life administration, recebendo conteúdo pertinente de aplicação prática e imediata, que agrega valor ao seu tempo de vida, repetindo, mundocafebrasil.com.

Luciano Pires: Você está descrevendo para mim uma sociedade baseada na confiança, quando o Brasil é uma sociedade baseada na desconfiança, prove para mim que você não é bandido, aí eu posso fazer negócio com você, então é tudo assim, eu vou no banco, eu tenho que preencher uma papelada lá para mostrar que eu não devo, eu não sou ruim, ou seja, é a desconfiança. Mas me parece um tanto ingênuo eu imaginar que o banco não faz a operação comigo porque ele desconfia de mim, é muito simples essa explicação, é tão simples que eu fico desconfiado que é mais do que isso, talvez haja um interesse em manter esse pessoal, os enjeitados enjeitados porque aquilo é uma maquininha infinita de você fazer pouquinho dinheiro, mas vai fazendo, e também não há um interesse que esses caras cresçam, eu não consigo entender direito esse processo aí, mas me parece que é ingênuo acreditar que é só porque o banco desconfia, como é que... você já falou com esses tubarões, já esteve com eles lá, não é, como é que você vê isso?

Luciano Bravo: Assim, você pode olhar de duas formas, você basicamente deu duas explicações que podem ser muito similares, nós nunca vamos saber porque nós não somos banqueiros, Lu, entendeu? Ou seja, somente o banqueiro pode dizer de fato o porquê que ele faz isso, nós somos os clientes dele. Então, uma coisa eu posso te dizer, crédito, ele é uma questão de você acreditar no outro, tudo, se você vai emprestar dinheiro à uma pessoa hoje, você... por que que você empresta facilmente à umas e às outras você tem um receio de emprestar muito? É o quanto aquela pessoa te passa de credibilidade, só que isso o banco não lê, o banco não lê a pessoa, ele lê um balanço, ele lê uma pesquisa e ele usa a regra de um algoritmo para te julgar, então ele não está vendo a pessoa, o empresário com 30, 40 anos de trabalho, e que saiu... por exemplo, vou dar o meu caso, o meu exemplo, eu comecei a minha empresa com 10 mil reais, em 97, eu comecei ela com... perdão, 10 mil reais, em 2011 faturei 40 milhões, o banco não olha o quanto com pouco nós criamos muito, então é questão para mim disso, de não querer fazer. Agora tem também o outro lado, que você falou e é verdade, se eu mantenho uma grande quantidade de gente cativa em operação de 30, 60 dias, que é o desconto de duplicata, Luciano, se você pegar... eu analiso mais de 300 balanços por ano, se você pegar o balanço de uma empresa é sempre a mesma coisa, é assim, o faturamento cresce bem, muitas vezes chega a dobrar, dobrar, só que o lucro líquido é cada vez menor, é sempre de 1 a 3%, e muitas vezes negativo, e a empresa, ela tem lá, geralmente ela tem de 5 a 40 financiamentos entre três a quinze bancos diferentes, então o que que eles fazem? Eles pulverizam a coisa a tão pequeno para poder cobrar mais, e te dão tão pouco, que você continua amarrado, teve casos de empresas que tinham 90 financiamentos diferentes, o mês tem só 22 dias úteis. Então, é normal você ver empresas com 15, 30, 10, 20 financiamentos diferentes unindo quatro, cinco bancos, então se você olha, o que que as empresas vivem hoje, elas vivem de financiamento de curto, curtíssimo prazo, então aquilo que você falou também é verdade, se eu dou pouco, e se eu pulverizo, eu controlo, eu não deixo ele crescer, porque se ele cresce, ele vira um Maggi, por exemplo, se ele vira uma Cutrali, o que que ele faz, Lu? Ele vai captar dinheiro fora, tanto é que Maggi, Cutrali, as mil maiores empresas do Brasil captam tudo dinheiro fora, Rede Globo, a Rede Globo captou no início da pandemia, 10 vezes mais do que pretendia, ela foi para o mercado para captar 50, captou 500 milhões, então é a prova de que lá fora tem muito dinheiro, e aqui também tem, só que aqui não te dão, a própria Rede Globo captou internacionalmente no início da pandemia. Então, você tem razão, se eu deixo o meu produtor rural crescer, e ficar forte em termos de liquidez, ele vai ter força para poder ir para fora, e isso não é legal para mim, eu perco ovelhas do meu rebanho. Então, os dois são verdade, um eu não acredito e o fato de o banco não acreditar também torna o mercado cativo, que hoje eu te garanto aí que temos entre esses 1 milhão de empresas brasileiras, que hoje vivem com crédito de 20%, elas pagam de 20 a 50% ao ano de custo financeiro, e é um bom negócio.

Luciano Pires: Cara, isso é uma vaca leiteira maravilhosa.

Luciano Bravo: Com a Selic a 3,75, você tendo de 20 a 50%, tem Fedic, fundos de direito creditório, aqueles que trocam duplicata toda hora, tem milhares deles no Brasil, que é tipo uma factory, é uma factory em grande, tem Fedic aí que está cobrando seguramente de 25 a 45% ao ano, ou seja, traduzindo em miúdo, você vai pagar para ele de 2% a 3,5% ao mês, já vi Fedic cobrando 5,5 ao mês, Fedic especializada em cliente estressado, recuperação judicial, tem cliente em recuperação judicial que fatura melhor do que muita empresa que está fora dela, mas não tem crédito, e quem pega ele? Os Fedics. Então assim, é uma profusão de aproveitamento do setor produtivo, os bancos, as financeiras, elas se aproveitam muito disso, e é por isso que o nosso trabalho é um trabalho que cria uma oportunidade diferente, se internacionalize, a lei está do seu lado, o crédito que não te dão aqui, te darão lá fora.

Luciano Pires: Onde que você vai buscar esse crédito lá fora? Tem um polo internacional para isso, tem um país, tem um lugar, onde é isso? Como é que você determina, Luciano, para você é legal buscar em Bruxelas, como é que é isso?

Luciano Bravo: Na verdade assim, um país não, na verdade, o nosso board, ele trabalha com um pool de investidores, são vários investidores, cada um, vamos dizer, em um formato específico, e hoje eu acredito que o maior gap que nós temos para o Brasil, ou seja, a maior sacada para o Brasil, é uma operação chamada Hard Lander, que é uma operação feita com ativo imobiliário, ao qual o fundo não conta capacidade de pagamento.

Luciano Pires: Explica isso aí em português.

Luciano Bravo: Em português é o seguinte, você tem sua fábrica, sua fábrica fatura 50... vamos falar sua construtora, você tem uma construtora, sua construtora fatura 50 milhões por ano, mas você tem uma garantia que é uma fazenda lá em Tocantins, lá no Pará, que vale 100, eu posso te dar 50, então eu posso injetar até 250% do teu faturamento em crédito, então isso faz com que você tenha liquidez para investir. E quando você vai para o mercado internacional, que hoje a gente faz muita operação para os Estados Unidos, quando você vai para o mercado internacional, você abre as portas para todo o primeiro mundo de crédito, então não é um país, são países, você pode tomar dinheiro dos Estados Unidos, na Suíça, em Portugal, Itália, Inglaterra, Alemanha, você se abre para... o que você aqui no Brasil está fechado com 5 bancos, você abre para países e mais de mil financiadores. Então, o que nós estamos fazendo é assim, pegando o peixinho que está no aquário, que são os empresários brasileiros e botando ele em um oceano, a porta da frente para isso é uma operação que não exige desse empresário, Luciano, toda a papelada e documentação que exigiria se ele fosse buscar um banco, como você disse, eu vou lá e bato na porta do banco, nós desenvolvemos um processo onde o investidor, o financiador, ele não exige do cliente balanço auditado, governança corporativa, rating, tudo aquilo que o europeu e o americano exigem, ele não exige isso no primeiro crédito, ele te dá milhões de dólares e você dá uma propriedade para ele. Com esses milhões de dólares é que você vai se preparar para cumprir as exigências do próximo financiamento, que será, no mínimo, de 4 a 10 vezes maior que o primeiro. Porque eu concordo que pegar uma empresa aqui brasileira, até essa mesmo de 4,5 bi que eu falei, e levá-la para fora do jeito que ela é no Brasil não dá certo, precisa que do lado de fora tenha alguém que te aceite como você é, porque você tem uma estrutura de um país emergente, então quando você pega um empresário aqui, ele não tem balanço auditado, correto? A maioria dos empresários não tem balanço auditado, o fundo do outro lado tem que aceitar ele como ele é. Então, isso foi o que nós criamos, um fundo que aceita o empresário brasileiro como ele é para dar o primeiro financiamento para ele, se ele tiver com o nome sujo funciona, se ele tiver devendo funciona, se ele não tiver garantia, Luciano, e pegar a garantia de um outro, funciona, você entende a flexibilidade que tem? Então, foi assim que a gente fez, pegamos um financiador flexível que aceita o nosso cliente como ele é, para ele ter os primeiros milhões e começar uma vida nova a partir daí.

Luciano Pires: Você está me deixando aqui altamente desconfiado dessa história toda aí, porque eu cresci em um país da desconfiança, e quando você chega para mim e fala o seguinte, um cara que não te conhece, que fala um idioma que não é o teu, vai botar no teu colo alguns milhões, tipo assim, gostei da tua cara, gostei de você, toma esses milhões e vai fazer, cara, isso é uma porta escancarada para sacanagem, para lavagem de dinheiro, para uma putaria sem também aí, como é que vocês garantem isso tudo, cara, como é que é? Eu entendo que no momento que você... há alguns dias eu fiz aqui uma entrevista com o Léo, que é de uma empresa chamada Pay For Fun, eu nunca sei se é... é Pay, Pay For Fun, ele montou uma fintech para fazer todo gerenciamento de pagamento dos sites de apostas que não existem no Brasil, você não pode ter site no Brasil ainda, porque embora esteja aprovado, não foi regulamentado, então todo mundo está no exterior, e esses caras do exterior vinham para o Brasil, faziam os negócios dos brasileiros, e dependiam de sistemas de pagamento que tem todo tipo de sacanagem. Ele falou, cara, eu vou montar um negócio que seja... ele é aprovado no Banco Central, para você ter uma ideia, ele falou, é tão limpo que quando alguém de fora grandão quer entrar no Brasil, quem é que está fazendo direito lá? É a Pay For Fun, entra todo mundo através dele, o cara está com 300 e tantos clientes ali, ou seja, é a credibilidade dele que traz esse pessoal e deixa fazer negócio no Brasil, imagino que você deve estar em uma posição parecida, quer dizer, a tua empresa pode chegar para esse pessoal lá fora, estou com um cara aqui, já passou na minha peneira, pode mandar os milhões e eles vão acreditar em você e vão fazer boa parte desse processo aí. É assim que funciona, você tem que levar o cara lá fora, vem o auditor aqui, como é que funciona esse processo?

Luciano Bravo: Nenhum dos dois, é tudo feito crossboarder, sem presença física, você não precisa visitar o fundo e nem o fundo visitar a sua empresa, é que nós partimos de um pressuposto, Luciano, que realmente para nós brasileiros realmente é um pouco fora da caixa. Sabe qual é a diferença básica quando você entra em uma agência de um banco nos Estados Unidos e na Europa e quando você entra em uma agência de banco no Brasil? Sabe qual é a principal diferença básica?

Luciano Pires: Não tem uma porta giratória e um guarda armado na porta?

Luciano Bravo: Não, alguns até tem porta giratória e guarda armado, mas assim a diferença básica é que quando um gerente, ele olha para você lá fora, ele tem certeza que o que você vai falar você vai cumprir, porque a legislação lá exige isso.

Luciano Pires: A sociedade da confiança.

Luciano Bravo: Isso, e aqui no Brasil é o contrário, o gerente já sabe que você não vai pagar, não que você não vai pagar, mas assim, o pressuposto que ele tem é negativo, e eu vou te dizer que o nosso trabalho, ele está trazendo ao Brasil esse pressuposto positivo, e como que nós fizemos isso? Primeiro que quem capta o recurso não é o brasileiro ou a empresa brasileira, é uma estrutura criada internacional, então nós pegamos o brasileiro, que eu vou te dizer, a maior parte, a maior parte esmagadora do povo brasileiro é honesta, eu sempre prego isso nas minhas palestras, que brasileiro tem aquela síndrome de cachorro vira-lata, não existe isso, nós somos, na nossa maioria, os brasileiros pagam suas contas em dia e são corretos e honestos no procedimento, é que nós gostamos muito de olhar as coisas ruins, temos que parar com isso e olhar as coisas boas, então, os bons são a maioria, como aquela propaganda da Coca-Cola e é verdade, então ou seja, primeiro quem toma o recurso é uma empresa internacional de um brasileiro, não é a empresa brasileira, então isso ajuda a revestir o brasileiro, que não é o brasileiro, tá bom, Lu, isso é qualquer latino aqui, o boliviano, o chileno, o peruano passa a mesma coisa quando vai para um país, vamos dizer assim, um país de primeiro mundo, então isso é uma questão que um dia se resolve. Mas vamos... como nós resolvemos isso imediatamente, é criada uma estrutura internacional onde o empresário brasileiro é único e exclusivo dono, então essa estrutura, ela é uma estrutura nativa americana europeia, de um estrangeiro, então ali ela já tem credibilidade. Segundo, nós, a Savel...

Luciano Pires: Onde está baseada essa...

Luciano Bravo: Hoje nós abrimos ou nos Estados Unidos, Wyoming, não Delaware, Delaware não é para quem precisa de dinheiro, é para quem tem dinheiro, então nós abrimos em Wyoming ou em Lisboa, Portugal, porque Estados Unidos, porque é o primeiro país do mundo em crédito, e em termos de credibilidade, e Lisboa, porque o Portugal é o Hub da Europa, e é um país irmão de língua, até para facilitar o trato com empresários nossos, que muitos não falam inglês. Então, essa estrutura é que aporta o capital, então o financiador americano, ele lida com o estrangeiro, mas com uma empresa em um país de primeiro mundo.

Luciano Pires: Porque você sabe que se você pisar na bola lá, você dança mesmo.

Luciano Bravo: A regra é dura, e outra coisa, quando você sai do seu país, vai ao país do outro e cria uma estrutura para tomar dinheiro, isso já demonstra que você tem algum diferencial, correto? Você quer fazer a coisa direito, você quer, por exemplo, por que que uma empresa às vezes não abre capital aqui, abre capital lá? Porque quer ser uma empresa global, empresa que abre capital na bolsa não está muito preocupada em ser uma empresa de visibilidade global, vamos falar a verdade agora, quando você abre o capital na bolsa dos Estados Unidos, ou na bolsa da Inglaterra, você quer ser uma empresa global, quer estar aberta ao mundo, e é a mesma coisa, então nós internalizamos nosso empresário e assim, você falou assim, mas eu olho o cara, não, é todo um processo técnico, Luciano, não é só olhar a pessoa, não, existe um processo de análise documental, diligências jurídicas, ou seja, existe todo um processo técnico, jurídico, inclusive, de governo, de abrir empresa, de compliance, só que a diferença, Luciano, é que nós fazemos isso nos critérios normais de análise internacional, e não aqui como é feito no Brasil, que é uma sacanagem, que o cara quer descobrir um motivo para não te dar dinheiro, então lá fora não, lá nós queremos te dar. Então, se você cumpre o que precisa ser cumprido, nós vamos acreditar em você e vamos te dar o capital. E vou te dizer, essa análise de elegibilidade, ela é tão perfeita, que você está diante de um homem que nos últimos quatro anos aprovou 100% das operações, raramente você vai encontrar um homem no mercado...

Luciano Pires: Põe um volume de dinheiro nisso, o que que seria...

Luciano Bravo: 307 milhões de dólares.

Luciano Pires: 307 milhões de dólares, 1,5 bilhão de reais.

Luciano Bravo: A Savel Capital Partners, todas as operações de crédito que ela pegou, ao qual sou diretor no Brasil, ela aprovou, 100%, sem errar uma, então isso demonstra o seguinte, que o nosso trabalho é bem feito, nosso trabalho é bem feito, então assim, como que você começa uma relação? Você tem que acreditar no outro, você precisa acreditar na pessoa, ainda mais, Luciano, aquilo, por que que você tem que me provar que não é bandido para mim acreditar em você? Não, eu já parto do pressuposto que você é uma pessoa de bem, se você não tem antecedentes criminais, se você não está dando golpe no mercado e se você trabalha, sei lá, 10, 20, 30 anos fazendo a mesma coisa, dando lucro ali, lutando, por que que eu não tenho acreditar em você? Por que que eu não tenho que acreditar que se você hoje fatura 50 e eu te der 50 tu vai pegar os 50 e fugir? Você está há 30 anos fazendo aquilo com pouco dinheiro, então você entende, não é uma questão arbitrária, é uma questão de história, a maioria dos nossos clientes nos procuram, Luciano, estão há 10, 20, 30, 40, 50, 60 anos fazendo a mesma coisa, só que a visão nossa do empresário é diferente da visão do sistema financeiro, ele não acredita, e nós acreditamos. E vou além, o nosso trabalho, ele se baseia na confiança mútua entre nós e o cliente, entre o fundo e o cliente e o cliente e o fundo, nós estabelecemos, para você ter uma ideia até que ponto está indo, não sei se você sabe, no Brasil existem 100 bilhões de reais em imóveis que os bancos não aceitam, você sabe bem disso, você não passa para um banco um terreno fora de um grande centro urbano, garantia operacional você não passa, garantia sem benfeitoria você não passa, fazenda não produtiva e garantia em nome de terceiro, se você somar tudo isso, Lu, dá em torno de 100 bi de ativos que poderiam se transformar em crédito, mas hoje não servem para nada em termos de crédito. Nós bolamos um sistema chamado cessão temporária de garantia, e o que que é isso? Que poderia fazer no Brasil, por que não? Eu tenho você que tem um imóvel, eu que tenho uma empresa, mas não tenho um imóvel, eu vou... vai até nós, nós analisamos o seu imóvel, está tudo certinho, problema nenhum, você anui o imóvel para mim, ou seja, você aliena fiduciariamente colocando o seu imóvel como garantia do meu empréstimo, e eu te remunero por isso, como um fiador faz aí.

Luciano Pires: É, isso que eu ia te falar, quase um fiador, um avalista.

Luciano Bravo: Como um fiador faz. Aí eu tomo dinheiro, te remunero e o fundo fica como garantia, o teu imóvel na minha estrutura, qual o problema de fazer essa operação? Se eu não pagar, vamos imaginar que eu tenha um problema e não consiga pagar, o meu projeto deu errado, o seu imóvel está na operação, paga a operação para o fundo ou para o banco, e nós dois nos acertamos, porque obviamente eu te dou contras garantias, então você pode até correr o risco de perder o imóvel, só que você tem contra garantia minha. Então, você entende? É um ambiente seguro, então ninguém está fazendo nada sem garantia, ou na base da palavra, não, é tudo bem amarrado, é por isso que eu te falo que com credibilidade, confiando nas pessoas você consegue fazer negócio. Foi o que o rapaz aí da fintech fez, ele criou um ambiente seguro, e aí as pessoas acreditaram em fazer a cobrança através dele, é o que nós estamos fazendo, nós criamos um ambiente onde o nosso cliente, ele é um cliente produtivo, ele só não tem oportunidade, o que tem a propriedade, tem a propriedade e não tem a estrutura, você sabe que a maioria dessas pessoas têm bilhões está duro, está sem dinheiro, eu tenho um vídeo no nosso canal no YouTube que fala o depoimento de um senhor chamado, senhor Almir, que tinha uma propriedade não rentabilizava sobre ela, Lu, e emprestou para um produtor rural para tomar recurso, ele ganhou um dinheiro sob a propriedade, o produtor rural pegou e seguiu sua vida, e até agora caminhando bem. Então, você entende? As pessoas precisam se unir para que você possa dar esse crédito e ajudar todo mundo, tanto quem tem imóvel, como quem tem empresa, então é um ambiente construído com legalidade, legitimidade e confiança, é exatamente o que falta no Brasil, confiança, os bancos não confiam nos seus clientes.

Luciano Pires: Quanto custa esse dinheiro que você consegue para mim lá fora? Porque você me explicou agora é o seguinte, você... quando a gente começou o papo aqui, você falou olha, o dinheiro é caro e é pouco, você me deu uma explicação dizendo, esse pouco pode ser bem mais, e o caro? Compara aí, eu sei quanto custa no Brasil, você já falou do 30, 40% ao ano, aquelas loucuras todas, quanto custa esse dinheiro vindo lá de fora?

Luciano Bravo: O dinheiro de fora assim, a primeira tomada de crédito, ela varia entre 8 a 12% ao ano, juros simples, isso é fantástico porque isso é sobre uma garantia imobiliária, você não está dando recebível, você está dando só um imóvel, então assim, já é um negócio fantástico por ser em cima de um imóvel, e muitas vezes, Lu, em cima de um imóvel que não é produtivo, então é em torno de 8 a 12% ao ano, só que qual é a grande beleza do trabalho, existe sempre uma beleza a mais, a beleza, Luciano, não é a primeira operação de crédito, não é a Hard Lander, que te dá aqueles primeiros milhões, é o que ela faz depois com você, o que ela faz com você é justamente você conseguir mais crédito, e é aí que a coisa fica interessante, porque hoje você pode ir lá fora e captar 10 milhões de dólares a uma taxa de 12% ao ano, vamos botar alto, 12% ao ano, essa operação, ela tem até seis anos de carência, coisa que inexiste no Brasil, então você pega 10 milhões de dólares, a uma taxa de 12%, com até seis anos de carência, e essa carência é bullet, significa que você não amortiza, você só para juros, imagina para um produtor rural que pega em janeiro e tem que pagar integralmente em dezembro, juros e capital, tu imagina esse produtor rural só pagar os juros, e pegar todo o dinheiro que ele produziu na lavoura e reinjetar no ano que vem sem ter que fazer um novo empréstimo? Fantástico, e fazer isso três safras, praticamente se ele fizer isso, ele dobra o dinheiro, em três anos ele dobra. Mas vamos voltar o exercício, ele pegou 10 milhões de dólares a 12% com seis anos de carência, ele pode no primeiro ano de carência, primeiro, ele pode na semana seguinte que ele aportou esse capital, buscar uma nova operação de crédito e captar de quatro a dez vezes mais capital com um prazo que pode chegar a 30 anos, então ele paga um empréstimo com outro. Isso que eu estou te falando é tão real, se você olhar empresas como a Braskem e outras, a Braskem, por exemplo, há uns dois anos atrás, ela reperfilou todas as dívidas dela em 50 anos, ela pegou tudo o que ela devia, fez um sindicato, pôs ali, financiou em 50 anos com revisão a cada cinco anos, aí tu faz assim, a Braskem faz isso, qualquer um pode fazer, você só precisa criar um histórico, você precisa começar a trabalhar com crédito internacional. Então, a beleza é você sai de uma operação de 12% ao ano, seis anos de carência, para uma operação que pode ter 6% ao ano, com até 30 anos para pagar e sempre com crédito maior, você tomou 10, depois você toma 40, depois você toma 80, depois você toma 120, é no tamanho da sua ambição, porque dinheiro não falta lá fora.

Luciano Pires: Você não corre o risco de receber uma canetada lá em Brasília e destruir esse negócio todo aí do dia para a noite, cara?

Luciano Bravo: Para destruir isso teria que destruir todas as empresas brasileiras juntas.

Luciano Pires: O que não é problema para eles.

Luciano Bravo: Não, não, não, os próprios bancos utilizam a mesma lei, todos os grandes bancos captam dinheiro, inclusive nas minhas palestras eu coloco lá o Itaú captando dinheiro lá fora, com emissão de título de dívida, é a mesma lei para todo mundo. Luciano, a capacidade de fazer ela não muda o mercado, o que muda é o conhecimento, então não é o fato de um cara foi captou dinheiro, o outro foi, o outro foi, não, o conhecimento é que vai mudar esse mercado, o que nós queremos como Savel Capital, como Inteligência comercial, como empresários e brasileiros é que o brasileiro aprenda, o empresário brasileiro aprenda que o dinheiro que lhe é negado aqui, existe ali, se você quiser continuar vivendo no sistema financeiro brasileiro continue, até o ministro da fazenda, que é debutante na área financeira, já entendeu que não existe crédito no Brasil.

Luciano Pires: Essa era a pergunta que estava engatilhada aqui, me fala da...

Luciano Bravo: Que não existe crédito no Brasil, então assim, entre você sofrer com o que nada existe, ou seja, se não existe nada para você, você pode se deslocar para lugares que tenha, e só lembrando uma coisa, só para voltar, só para finalizar esse papo, você falou da introdução do empresário, esse é o papel do advisor, o advisor, que é o que nós somos, ele que te dá credibilidade para o primeiro aporte, por isso que no nosso trabalho nós ensinamos o valor disso, é como o professor que te insere no mercado de trabalho, correto? É pelo professor que você se torna profissional, a sala de aula é a primeira, vamos dizer, comunidade multiplataforma que você vive, com pessoas diferentes, pensamento... e o professor é o chefe ali, a mesma coisa é o nosso trabalho, nós somos um introdutor do empresário médio no mundo de crédito internacional, e é conosco que ele vai aprender as mesmas noções e depois, Luciano, desenvolvimento é por conta dele, porque dinheiro, entrada e legalidade ele vai ter, aí é só exercer isso no mundo inteiro.

Luciano Pires: Você tem um patamar de entrada, a partir de quanto interessa para você...

Luciano Bravo: Na verdade, não é para nós, é para o próprio empresário, acredito que a menor operação, ela tem que ser ali no mínimo 3 milhões de dólares e esse é o nosso patamar, na verdade, a linha, ela começa de 2 a 50 milhões de dólares, tecnicamente falando, mas eu nunca recomendo 2, Luciano, recomendo de 3 a 50, então é de 3 milhões de dólares a 50 milhões de dólares é o capital de entrada.

Luciano Pires: E qual é o perfil de quem te procura lá para... é indústria, é comércio, é serviços, é agricultura, tem um padrão?

Luciano Bravo: Na verdade é toda cadeia produtiva, eu sou procurado por toda a cadeia, construtores, donos de fábrica, indústrias, projetos greenfield, projetos de engenharia, mineração, porto, todo mundo procura. É que assim, o nosso trabalho ainda está muito no começo, nós criamos uma equipe grande, que foi graças a ela que você recebeu o nosso release para estarmos aqui, então nós estamos batalhando muito pelo caminho do conhecimento, espalhando esse conhecimento pelo Brasil, e graças a Deus está dando certo, todo dia nos procuram clientes de toda a cadeia produtiva.

Luciano Pires: E lá de fora, o interesse de quem tem o dinheiro lá de fora, eles batem o olho, se você chegar lá e disser a palavra mágica assim agrobusiness, os caras já abrem o sorrisão e te entregam... tem alguma área de setor econômico brasileiro que, cara, os caras emprestam dinheiro na boa lá fora ou são reticentes ou não importa?

Luciano Bravo: Se for falar de captação por venture capital, que é aquele capital de risco, eu te diria que agro negócio e tecnologia são os mais queridinhos, e saúde, no nosso caso, graças a Deus isso não tem, até porque, Luciano, tudo o que foi criado, ele foi criado para todos, não adianta você criar um produto que só atente A ou B ou C, porque é o que acontece no Brasil, alguns segmentos até vão melhores que os outros, mas a nossa linha de crédito é todo mundo igual, então se você falar que você vai construir prédio para alugar escritório, se você falar que vai fazer um confinamento de gado ou que você vai fazer um indústria de peças automotivas, o esquema é o mesmo, não tem diferença, justamente porque foi feito assim, Luciano, para dar a oportunidade que independente da sua posição na cadeia produtiva, você possa acessar capital.

Luciano Pires: Pessoal de startup te procura?

Luciano Bravo: Procura também, nós só fazemos uma pequena mudança aí, geralmente para mim, como country manager, startup são empresas que são muito ligadas a ponto com, projetos que são mais de computação, que não tem estruturas físicas, não é uma fábrica, não é uma indústria...

Luciano Pires: Não tem lastro, não tem um lastro ali.

Luciano Bravo: Não tem ativo, não tem ativo imobiliária, ativo imobilizado, é mais conhecimento, equipamento e transação, vamos dizer assim, eu procuro usar a palavra greenfield, que vem do segmento que eu sou do ramo de engenharia, então assim, muita gente, por exemplo, ontem nos procurou um cliente que quer fazer usina solar, geração distribuída, aí procura um cliente que tenha o projeto de resíduo, aí procura um cliente que quer fazer um projeto de tratamento de água, então são empresas que têm projetos para construção de estruturas greenfield, o que que é greenfield? Que sai do zero, quer fazer um armazém, quer fazer uma esmagadora de soja, então é mais nesse sentido. Empresas que, por exemplo, que nem essa empresa que você falou que criou um aplicativo ou um banco, uma fintech assim não é muito o nosso dia a dia, nosso dia a dia são mais para estruturas físicas, financiamento de estruturas físicas, do que somente empresas que são meia dúzia de funcionários, computador e um grande servidor.

Luciano Pires: Tem mais gente fazendo isso que você está fazendo, me dá a impressão que esse é um negócio que pode atrair muita gente, tem muita gente fazendo isso?

Luciano Bravo: Eu espero que atraia, mas por enquanto não, por enquanto o único no Brasil que faz isso da forma, vamos dizer, correta, com conhecimento, com legitimidade, somos nós, não existe nenhuma outra empresa, pelo menos que eu conheça que consiga facultar crédito a empresários médios com garantia imobiliária no exterior, eu não conheço.

Luciano Pires: Você acha que um dia o Bradesco vai chegar na tua porta com... para te comprar ou eles não vão ter interesse nunca nisso?

Luciano Bravo: Nunca terão interesse nisso, a não ser que isso um dia chegue a um volume tão grande que ele se sinta assim compelido a isso, foi o que aconteceu com a XP, a XP, ela... por que que ela fez sucesso? Eu comparo muito a nossa trajetória a trajetória da XP, a XP, ela nos ensinou o conceito de multiplataforma de investimento, quando nós só sabíamos o que era poupança e CDB, lembra?

Luciano Pires: Sim, sim.

Luciano Bravo: Eles vieram com aquela ideia de... e cresceram muito e hoje...

Luciano Pires: E começaram parecido com você, com conhecimento, eu vou catequizar o mercado, vou abrir uma... e aí eu faço dinheiro ali.

Luciano Bravo: Isso mesmo, ela abriu a XP Academy, que ensina e tudo, então é o método correto, você ensinar para poder potencializar e ter retorno nisso, a XP fez isso, deu muito certo, e assim só que o nosso trabalho é um pouco diferente, a XP ela mexe com o teu dinheiro, ela mexe com o teu dinheiro investindo nela, nós mexemos ao contrário, o dinheiro de investidores aplicando em você, e aí quando você fala isso para banco, já dá arrepio, porque se ele não quer te emprestar aqui, quiçá lá fora. Hoje os bancos fazem 4131, mas como fazem? Eles vão eles, na pessoa deles e captam e repassam a você bem gordinho, ele capta pequeno e quando te repassa, capta bem gordinho, nós não fazemos isso, nós levamos o empresário direto ao financiador, o empresário vai direto falar com o financiador, já quando você faz no Brasil não existe isso, existe um banco no meio, é igual a história do BNDES e do Bradesco que você contou, tem um banco no meio, nós não trabalhamos assim, é o cliente direto, e isso não é bom para o banco.

Luciano Pires: Esse teu grupo de investidores lá fora deve ter na sala de espera deles uma fila de empresas como a tua, que tão lá para investir no mundo inteiro, quando você fala Brasil lá fora, qual é o impacto que existe lá? Porque durante uns anos agora a gente teve uma tese de que o Brasil era um párea internacional, e você vai ver o volume de dinheiro que entrou no Brasil é um negócio burral, ah o Brasil é um párea internacional, ninguém quer saber, o Brasil está por baixo, quando você chega lá fora e fala, é no Brasil, qual é o... o que que você recebe do ponto de vista deles lá? Legal, que legal, estou desconfiado, meu dinheiro está na África, como é o...

Luciano Bravo: Desconfiança não há, vou te ser honesto, não há desconfiança, o que há é uma surpresa, só para você ter uma ideia, esse fundo... um dos fundos que nós trabalhamos, ele já emprestou 4 bilhões de dólares no mundo, ele faz isso há no mínimo três décadas, e ele nunca tinha emprestado no Brasil, já emprestou para países vizinhos ao nosso, bem menores do que nós, e nunca emprestou para o Brasil, e nós fomos os primeiros a ir lá, meter a cara, fizemos o trabalho e ele emprestou para um brasileiro, primeiro empréstimo nosso foi para um baiano, uma empresa baiana. Então, ou seja, eles olham com surpresa, porque infelizmente eles não veem muitos brasileiros correndo atrás de crédito lá fora, não se vê, tirando as grandes empresas, que também são poucas, então eles não veem, então quando eles veem, eles ficam surpresos. Então, é um movimento que na sala deles tem muita gente, mas não brasileiro, porque pasme, Luciano, muito empresário brasileiro tem ainda essa visão de que eu não sou capaz, eu não vou conseguir chegar, eu não vou ser qualificado, está enganado.

Luciano Pires: Nós somos treinados a pensar assim, a gente é... é só sentar na frente de um gerente de banco, você vai ver o merda que você é, cara, a gente foi treinado assim, há 70 anos que é assim, eu sou treinado para me sentir um merda e aquilo que você falou lá no começo, eu só vou procurar dinheiro se eu não precisar dele, e o banco só me empresta se eu não precisar do dinheiro, então é uma coisa perversa, o Brasil é... parece que tem uma mão empurrando a gente para baixo, falando, fica aí, cara, eu não sei, isso é muito conveniente para um tipo de gente que...

Luciano Bravo: Para o sistema, Luciano, é conveniente, mas eu vou te dizer, pelo menos no nosso trabalho isso não existe, nós vamos sempre naquela visão de que você pode, você pode, nós fizemos uma operação para esse produtor rural, um caso específico, que ele tinha restrição cadastral no Brasil em dois bancos, e ele foi lá fora, aqui no Brasil, eu te garanto que eu acho que ele não conseguiria acho que nem 200 mil reais, acredito que nem 200 mil ele conseguiria, conosco ele conseguiu 14 milhões e 700 mil, e estando o nome sujo, tinha o nome com restrição, ele trouxe o dinheiro ao Brasil e pagou as dívidas que tinha com os bancos brasileiros, então nós ajudamos o sistema financeiro brasileiro, porque quitou a dívida que tinha em bancos brasileiros. Então, o que eu te digo é que nós, todos os dias eu tiro esse véu do rosto do cliente de que você não pode, se você quiser, você pode, tanto é que a minha palestra, todas as minhas palestras, Luciano, começam com uma frase, acreditar que é possível fazer diferente. Quando eu comecei esse trabalho, os meus amigos da Paulista e Faria Lima, muitos deles falaram, você é louco, você acha que um americano vai dar dinheiro para o brasileiro com uma propriedade lá no meio do nada, onde ele nem sabe de que é. Falei, mas se isso for feito em um ambiente de credibilidade? Não, Luciano, esquece isso, nem o banco brasileiro quer dar. E a gente conseguiu fazer dar, então ou seja, é a prova de que nós brasileiros temos o nosso espaço no crédito internacional, só que ainda são poucos que procuram, eu espero que, sinceramente, Luciano, hoje eu sou único, hoje a Savel Capital Inteligência Comercial é única no Brasil, mas não é um título que eu pretendo manter por muito tempo, eu espero que outras pessoas também busquem a alternativa e de maneira séria, ofereça crédito internacional, porque até a nossa entrada, o crédito internacional, ele tinha duas marcas registradas, a primeira de que não existia, que era utopia, e a segunda era usada como golpe, então nós tiramos em uma tacada só esses dois, existe, está aqui, está aqui o rosto de todo mundo que trabalha, claramente da onde vem o dinheiro, tudo certinho, e acabamos com esse negócio de golpe, porque aí o empresário, ele quando vai contratar, ele é contrata alguém de mercado, alguém que está fazendo um trabalho sério, que está nos maiores veículos de comunicação falando daquilo que faz, então o empresário se sentiu confortável para fazer a operação, então começa por aí, começa dando força ao cliente para que ele possa pegar o dinheiro, e é assim que nós vamos criar milionários brasileiros em crédito internacional.

Luciano Pires: Deus te ouça, tomara, vamos ver, potencial a gente sabe que tem, esse país aqui é maravilhoso, eu faço muita coisa inint 01:19:33 eu viajo muito o interior do Brasil, e eu sempre... quando eu começo as apresentações eu falo o seguinte, cara, como é bom vir aqui, sair do eixo Rio São Paulo, onde tem uma nuvem preta em cima, está tudo ruim, vai dar errado, você chega lá no interior, é todo mundo querendo fazer, aquela coisa brotando, não é à toa que você traz os gringos aqui, eles ficam maravilhados quando vão para o interior, o Brasil tem esse potencial e precisa desamarrar, tem que desamarrar e eu acho que do papo que nós tivemos aqui, o mérito que eu vejo é esse teu trabalho de catequizar, sabe, vamos ensinar, vamos mostrar que tem, vamos mostrar o caminho a seguir e deixar o pessoal levar adiante. Quem quiser entrar em contato, vamos lá agora que é a parte mais importante aqui, quero te conhecer, quero conversar com você, quero levar adiante, quero... onde é que eu procuro?

Luciano Bravo: Olha, Luciano, eu acredito que você pode a priori visitar os sites nossos, um é o www.savelcapitalpartners...

Luciano Pires: Savel?

Luciano Bravo: Savelcapitalpartners.com, o outro é www.inteligenciacomercial.com, que acho que para brasileiro é mais fácil, que é inteligênciacomercial.com, e tem um canal no YouTube, que assim, eu sempre recomendo que o cliente nas entrevistas conheça o trabalho pelo Youtube, porque lá nós temos mais de 800 horas de vídeo gravadas, com advogados, economistas, empresários e você vê a real da coisa como ela rola, o canal chama-se Inteligência Comercial ACI.

Luciano Pires: ACI?

Luciano Bravo: É, de aporte de capital internacional, Inteligência Comercial ACI, eu acredito que essa oportunidade que você nos deu é fantástica porque é mais um veículo para que pessoas que hoje estão em dificuldade financeira, que tem propriedades e não consegue transformar em crédito, ou que está com o nome sujo, saiba que exista uma alternativa, uma alternativa boa, segura e que funciona. Então, o primeiro negócio é levar boas notícias e deixar que o cliente se aproxime de você para entender como ele pode usar essa boa notícia.

Luciano Pires: Legal, cara, obrigada pela visita aí, eu acho que você tem um papel até social nessa história toda aí, sabe, tem evidentemente o business que você está tratando, mas tem um componente social aí que começa com aquela história de vou contar o que está acontecendo, vou contar que é possível, e trazer esse dinheiro para quem hoje não tem acesso nenhum, tomara que dê certo, o Brasil precisa disso aí urgentemente. Obrigado pela visita, meu caro.

Luciano Bravo: Obrigado, Luciano, e uma coisa eu te garanto, já deu certo porque já se transformou em uma célula de conhecimento, e por mais que amanhã eu não esteja aqui, por qualquer motivo que seja, eu pretendo no mínimo fica mais dez anos nesse trabalho, no mínimo, o conhecimento já está gravado em um lugar que mesmo que eu falte, as gerações que virão poderão consultar e descobrir o caminho, então eu acredito que dá certo quando acontece como você fez, você criou algo aqui que já existe, por mais que você pare hoje, isso vai continuar para sempre a acesso de todos, a mesma coisa eu fiz, o meu trabalho, o meu ser, ele é finito, mas o que nós produzimos, gravamos e deixamos guardado para que outros possam ver, isso é infinito.

Luciano Pires: E o nome disso é legado, é o legado. Grande abraço.

Luciano Bravo: Legado, nosso legado continuará, obrigado, Lu.

Luciano Pires: Muito bem, termina aqui mais um LíderCast, a transcrição deste programa você encontra no LíderCast.com.br.

 

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