LíderCast 272 - Claudia Riecken

Data de publicação: 02/05/2023, 11:55


Luciano Pires: Bom dia, boa tarde, boa noite, bem-vindo, bem-vinda a mais um LíderCast, o PodCast que trata de liderança e empreendedorismo com gente que faz acontecer. A convidada deste episódio é a doutora Cláudia Reicken, empresária, autora de quatro livros e do método Quantum, que enfatiza a importância da autodescoberta, da conexão com o propósito de vida e da busca pela felicidade. Cláudia é psicoterapeuta, tem formação em hipnose ericsoniana, linguística computacional e é especializada nos padrões de neurologia do comportamento, faz palestras no Brasil e pelo mundo afora, falamos sobre as psicoses que preocupam a sociedade, especialmente nestes tempos em que todo mundo tem certezas e medos.

Muito bem, mais um LíderCast, sempre começando como a minha convidada hoje veio parar aqui. Isso aqui é um caso antigo, a gente se encontra no mínimo uma vez por ano no palco do epicentro há mais de dez anos, faz mais de dez.

Cláudia Riecken: Acho que 15 quase, acho que esse ano é o 14.

Luciano Pires: E a gente sempre conversa lá, e essa semana eu fiz um post falando sobre o Albert Bandura, sobre a questão toda, nem me lembro mais o que que era o conteúdo total dele lá, mas eu sei que veio um comentário dela para mim.

Cláudia Riecken: Desengajamento moral.

Luciano Pires: Isso aí, usei até um trechinho de um artigo do Edu Carmelo, desengajamento, aí ela me escreveu, falou, isso aí tem a ver com um assunto assim, assim, assim e assado, eu estudo isso há 30 anos.  Espera um pouquinho, é hora de falar a respeito, topa? Topo, quando? Terça. Tamo aí. Quarta? Tamo aí. Pronto, cá estamos. O programa começa com três perguntas que são as únicas que você não pode chutar, o resto você chuta à vontade, essas três você tem que ficar na... e como você é mulher uma das três é flexível, não precisa responder, não precisa, então seu nome, sua idade e o que que você faz.

Cláudia Riecken: Primeiro é uma imensa satisfação estar aqui, te acompanho todos esses anos como parceiro, mas mais recentemente tenho dito que estou testemunhando a sua carreira se consagrar, tem gente que entra em declínio ou, sei lá, enfim, vê a coisa seguindo, e aí consagrando é muito legal, então eu estou muito feliz de estar aqui, tenho gostado muito do que você está fazendo, eu sou Cláudia Riecken, eu tenho 56 anos, nasci em 1966, Cavalo de Fogo, e eu sou empresária, tenho um laboratório de pesquisa desde 89, neurologia de comportamento, é o que me deu a licença como neurocientista, tenho vontade de dizer que eu sou ex-neurocientista, porque o que estão fazendo com a ciência é uma coisa do balacobaco, mas vai... escrevo livros, desenvolvi um método chamado método Quantum, que se tornou algo importante, tanto para a contribuição de identificação de potência das pessoas, saúde mental, saúde emocional, perfil de trabalho, quanto para companhia e para a minha família, porque com o Quantum eu andei o mundão de Deus, e aí fez escala e a gente ajuda muito as pessoas, é muito legal, responde o Quantum, as pessoas falam, como assim? Você ligou para a minha mãe. É uma ressonância magnética que dá um pouco o teu melhor, a tua potência, o teu movimento.

Luciano Pires: Eu não resisto aproveitar uma provocação que você fez aí para ampliar essa provocação, olha a que ponto nós chegamos, o pessoal pergunta para mim, vem cá, cara, o que que você faz? Eu adoraria dizer com boca cheia que eu sou palestrante, mas sacanearam tanto a profissão de palestrante que não dá para falar, eu também adoraria dizer que eu sou jornalista, mas é um horror o que fizeram com a profissão de jornalista, é terrível, aí você veio aqui e falou o seguinte, eu queria cientista, mas o que fizeram com cientista, o que fizeram com advogados, o que que sobrou? Com a maneira como nos últimos dois ou três anos as máscaras caíram, gente que a gente seguia, gente que eu admirava, cara, era tudo papo, era tudo fachada, era tudo conversa, não tem raiz moral essas pessoas, meu Deus do céu.

Cláudia Riecken: Eu acho que um pouco do que você falava, do que você vem falando de a gente ter sido sequestrado por três, quatro revistas, duas, três mídias, e aquilo era tudo, foi muito responsável, imagina, a gente há 15 anos achava que Fernando Henrique era de direita, achava que a oposição era oposição, e aquilo é um surto, aquilo é um samba do crioulo doido.

Luciano Pires: É a benção da ignorância, como é bom ignorar as coisas.

Cláudia Riecken: E ciência, Lu, é uma coisa de curiosidade, de pesquisa, de confrontar dados, então eu comparo grupos de controle, isso com aquilo, com aquilo outro, será que esse, será que esse.

Luciano Pires: É a exposição ao contrário, a quem tem uma opinião oposta à sua, a ciência só cresce assim, ela cresce quando alguém te desmonta.

Cláudia Riecken: Mas olha, quando você fala medicamentos, testes científicos, grupos de controle, duplo cego, tudo na área de saúde tem forte relação com o meu trabalho, e instrumentos como o método Quantum que identifica a potência, identifica perfil, vocação, mas também identifica agressividade, o Quantum identifica o nível de agressividade salutar ou patológica, a gente fez o teste Quantum de uns generais da As Farc na Colômbia, de uns presos famosos aqui no Brasil, de quem a gente não fala o nome, eles ficam andando para lá e para cá de prisão, de cadeia para cadeia, dependendo, então, a gente entrou nas celas de segurança máxima com um papel, o Quantum no papel, demora dois minutos para responder, quatro minutos para responder, são 12 perguntas, e com carvão no dedo, o cara não podia nem ter caneta na cela, de tão bonzinho que ele é. E a gente tem o Quantum desses caras, e os contraventores, pior que contraventores, líderes da contravenção, narcotraficante, o resultado do Quantum desses caras é chocante, saiu um negócio desse tamanho, quase sai do papel, quase sai do gráfico. Como eles são líderes, eles têm o perfil que o Quantum indica como liderança, só que quando a gente faz a pesquisa dos empreendedores quânticos, que são os empreendedores como você, os donos de negócio, a Endevour fez e homologou isso comigo, tem até um plágio aí que nós vamos processar, porque um gaiato aí resolveu chupar, perdeu playboy, mas a Endevour fez seriamente a pesquisa e a gente pegou 100 empreendedores medalhão, e fizemos o Quantum deles, é o mesmo perfil, autuar, que é uma emoção primária neurológica de dominância, inovar, colocar-se, buscar resultados, ter coragem, tem vários elementos que aparecem no empreendedor, a comunicação, o desejo de ajudar vem nos valores, porque nos contraventores vêm só a dominância, o desejo de ajudar já não vem, então o que muda é o nível de resiliência, o nível de resiliência que o método Quantum mede.

Luciano Pires: Eu ia te perguntar se a diferença de um para o outro é que um tem freio moral e o outro não.

Cláudia Riecken: Exatamente, porque o contraventor ou traficante, o coisinha Beira Rio lá, esse aí sabe quem, tem um concorrente manda matar.

Luciano Pires: E aí está resolvido o problema.

Cláudia Riecken: E o empreendedor não, ele negocia, chama uma reunião, faz um PodCast, dá um curso.

Luciano Pires: Tem uns que manda matar.

Cláudia Riecken: Tem uns que manda matar, tem uma galera, mas aí ele é contraventor no lugar disfarçado, disfarçado no lugar errado.

Luciano Pires: Deixa eu te perguntar uma coisa aqui, você nasceu aonde?

Cláudia Riecken: Eu nasci em São Paulo, com esse carioquês todo.

Luciano Pires: Nasceu aqui, paulista da gema?

Cláudia Riecken: Paulista da gema, onde minhas duas filhas caçulas nasceram também, na Promater.

Luciano Pires: Você tem irmãos?

Cláudia Riecken: Somos seis, dois de cada casamento. Meu pai teve um casamento anterior com a minha mãe, que tem as minhas duas irmãs mais velhas, ele era... suíço, nascido no Pernambuco, mas suíço.

Luciano Pires: O que que ele fazia? É um suíço?

F: Família Suíça nascido em Pernambuco.

Luciano Pires: Cara, nunca vi isso.

F: Muita gente chegou em Pernambuco, Pernambuco está cheio de suíço.

Luciano Pires: Eu pensei que suíço ia para o frio, cara.

Cláudia Riecken: Não, está cheio de suíço em Pernambuco, acho que eles gostaram lá, nossa, vamos pegar um calor aqui, derreter esse gelo todo. Muito suíço no estado do Pernambuco como todo, meu avô veio de lá, então papai era pernambuiço, mas foi para o Rio, muito cedo ele foi pra o Rio, ele foi executivo a vida inteira, ele trabalhou nas Listas Telefônicas, onde conheceu minha mãe, que era uma chefe do pool de secretárias, era uma história assim qualquer, eles se conheceram lá e daí vieram para São Paulo, ele teve um boliche, a mamãe tirava sarro, dizia, teu pai não serve para ser empreendedor, teve um boliche, quebrou o boliche, faliu o boliche, não deu certo o boliche, mas acho...

Luciano Pires: Atenção você que está nos ouvindo aí, que é millenial, geração Z, Listas Telefônicas era algo equivalente a Rede Globo de hoje em dia, era uma potência, era uma coisa... quando a gente pensa hoje em dia na edição, todo ano saía aquela lista telefônica, no Brasil inteirinho tinha lista telefônica, era uma potência aquilo. E boliche era um treco que você jogava uma bola para derrubar uns pinos.

Cláudia Riecken: Ainda tem, tem shopping que tem boliche.

Luciano Pires: Sua mãe fazia o que?

Cláudia Riecken: Ela era pintora, artista plástica, e uma espiritualista, ela deu muitos cursos de meditação, fez umas coisas assim, mas ela era pintora, a rigor ela pintava madeira, tecido, porcelana, tinha um estúdio grande em casa, dava aula, era professora de pintura, e o papai por fim trabalhou, a carreira importante dele foi na Papel Simão, ele ficou 30 anos na Papel Simão, ele era diretor da Papel Simão, e ele fazia o imposto de renda, Luciano, dos cinco donos da Papel Simão, que depois foi vendida para a Votorantim, e os cinco processava o três, que processava um, que processava o quatro, eles se matavam.

Luciano Pires: Aquela harmonia.

Cláudia Riecken: E meu pai fazia o imposto de renda dos cinco, na física, dizia o cara é suíço, está neutro, ele era um cara muito incrível, papai.

Luciano Pires: Sua mãe é brasileira?

Cláudia Riecken: Brasileira de origem italiana, Lia Depaoli, papai, nome dele é inint 10:48, o Riecken vem do Riecken do papai, e ele era a melhor conversa do planeta, um cara muito amigo, um cara muito... uma referência, era bonitão, tinha moto, uma moto grande, gringa, ele foi um batalhador, um cara que veio de uma... apesar da origem europeia, ele era assim...

Luciano Pires: Ficou no Rio até vir para São Paulo para trabalhar na Simão aqui, é isso?

Cláudia Riecken: Eu acho que sim, ou perto de... eu não sei se ele já veio para as listas, acho que as listas ainda eram no Rio, mas aqui foi Papel Simão, foi São Paulo.

Luciano Pires: Eu pergunto da sua família, origem, tudo porque eu gosto de saber em que ambiente você se desenvolveu, você falou da tua mãe, artista plástica, opa, eu já estou vendo o lado esotérico artístico da Cláudia de onde veio. Qual era o teu apelido quando era pequena?

Cláudia Riecken: Claudinha, de família, que é uma coisa bem carioca, tem família, vovó no Rio, minha prima Marcinha e o Zé, que vão fazer um transplante agora, oração por eles dois.

Luciano Pires: O que que a Claudinha queria ser quando crescesse?

Cláudia Riecken: Claudinha do pandeiro não é brincadeira, começa na segunda e na sexta-feira, Sydney Silva fez esse samba para mim, eu queria ser cantora, Luciano.

Luciano Pires: Você, se bobear você está cantando toda hora, onde você está, você está cantando o tempo todo.

Cláudia Riecken: Exato, eu subo a escada aqui desse PodCast, vocês não estão entendendo, vocês vão lá no meu stories para ver, doutora Cláudia Riecken, a escada que eu vou botar, tudo aqui é música, encantador. Mas eu tinha apelido de Cacau, Claudinha, Cacau, e eu queria ser professora ou cantora, eu adorava a ideia de dar aula para as crianças, eu adorava a ideia de ensinar os outros, e de certa forma estamos na estrada, estamos fazendo...

Luciano Pires: E aí você cresceu, e em um determinado momento você teve que escolher o que fazer da vida, você foi cursar o que? Foi fazer o que?

Cláudia Riecken: Então, eu fiquei grávida aos 17 anos da minha primeira filha, casei porque a mãe do... eu fiz mal ao moço e a mãe dele nos obrigou a casar, meus pais apoiaram, que a gente queria ir morar junto, e depois de seis meses, quando o bebê nascesse, a gente casava. Mas a mãe dele obrigou a gente a casar, porque eu fiz mal ao moço, isso não se faz com uma família.

Luciano Pires: Uma mulher de 56 que diz que ficou grávida aos 17 anos, é um caso sério, porque na época isso era uma coisa muito séria, hoje em dia não ficar grávida aos 17, não ficou, que surpresa.

Cláudia Riecken: Minha filha fez 38, é a Lili, mora na Austrália.

Luciano Pires: Como é que foi isso na época, como é que foi isso aí? Foi muito doido, porque eu felizmente já fazia terapia, que essa vocação, você me pergunta como é que eu fui decidir fazer, aos 14 anos eu decidi, uma amiga, alguém, até uma amiga da mamãe falou de uma terapeuta lá, eu fui lá, eu fui atrás de fazer terapia com 14 anos, 15.

Luciano Pires: Mas a troco?

Cláudia Riecken: Pedi uma consulta... a troco de que vocação, Luciano, terapia é uma das melhores coisas que tem na vida, eu sei...

Luciano Pires: Mas com 14 anos você não sabia disso.

Cláudia Riecken: Ah, bom, mas tem gente que já nasce sabendo.

Luciano Pires: Deixa eu ver o que que é, você foi ver.

Cláudia Riecken: Não sei, eu gravitei para isso aí e foi uma coisa muito boa, ela chamava, Márcia Alonso Resine, depois de uma semana, acho que eu estava lá, um dia toca o telefone, ela foi lá no quarto onde ela me atendia, atendeu o telefone, era um apartamentozinho em Moema, ela botou, olha, seu pai no telefone, seu pai. Falei, meu pai? Oi, pai. Oi, tudo bem? Tudo bem. Não, só para dar um alô, quando você tiver em casa a gente fala, um beijo para você. Falei, tá bom. Tipo, eu sei o que você fez no verão passado. Meu pai era incrível, na verdade, ele era muito democrático, muito boa conversa, ele não era um cara perseguidor, muito pelo contrário, ele via a minha irmã, eu tenho uma irmã, somos seis, das mais velhas, a Renata e a Andreia, a Andreia mora na Itália, a Andreia escreveu esses dias a propósito do aniversário de casamento dele, que é 14 de abril, falou, ele tinha 5 filhas e 1 filho, e fez pensar a cada um que era o mais querido por ele, muito esperto, ele dizia, o céu é o limite, e lá ele está. Fiquei emocionada com o post dela, sabe? Só que discordo que ele fez cada um pensar que era o preferido, ele fez cada um sentir que era único, como a gente de fato é, porque tinha um modismo ou uma coisa, eu quero fazer isso, eu vou fazer aquilo, ele nunca disse, não, isso é uma bobagem, ele trazia uma matéria, trouxe esse assunto aqui, te interessa, trazia uma National Geographics lá da fábrica, que você andou falando disso, então ele era um cara que estimulava muito a curiosidade, ele era um cara incrível, velho Kurd.

Luciano Pires: Você ali com 14 anos fazendo a sua terapia, você estava lá, eu não sei que termo que se usa, você estava lá sendo terapizada ou você estava curiosamente examinando o que que aquela mulher está fazendo comigo, porque eu quero fazer isso quando crescer?

Cláudia Riecken: Não, eu acho que não, ainda não, eu ajudava muito as pessoas na escola a estudar, eu ia bem em línguas, eu tirava notas muito boas, e eu não era cdf, então eu era do fundão, eu gostava de questionar, conversar, eu não tinha repertório para brigar com professor comunista, que na época já tinha, a gente não sabia que chamava esse nome, então uma garota de 14 anos, como é que eu vou peitar um cara de 40, não tinha nem linguagem, mas eu sentia que o que ele estava falando não fechava, porque os militares oprimem e matam, e fazem a ditadura, e eu dizia, gozado, eu não sinto assim, a minha tia tinha arma de fogo, eu tenho arma de fogo, sou instrutora de tiro, gosto do assunto na paz, então eu sentia que eu não tinha repertório, mas nessa coisa da terapia, meus pais foram separados, quando eu tinha 8 anos, minha mãe resolveu separar, eles resolveram separar, o papai ficou em casa ainda por 5 anos, eles morando na mesma casa, mas um pouco diz ele que por conta da gente, e depois ele se mudou, se casou, minha mãe também tinha outra pessoa, e era difícil, era uma família assim, nós temos famílias disfuncionais, Lu, no planeta, dizem que 85% das famílias são disfuncionais, então é divórcio, você ter que amadurecer muito depressa, você sentir só. Então, acho que eu me senti um pouco perdida e eu precisava de ajuda para dizer, espera, onde que está o Whally, como que eu me coloco aqui nesse mundão de Deus? Sendo que eram duas pessoas muito legais, minha mãe na primeira infância, até os 10 anos era muito indisponível, artista é meio egoísta, e eu posso dizer também, porque eu sou escritora, tem uma que é cientista, minha outra filha é fotógrafa, cara, a gente quando entra na coisa de fazer uma arte, a gente mergulha naquilo e a gente não...

Luciano Pires: Esse trauma da separação, que idade você tinha?

Cláudia Riecken: 8.

Luciano Pires: Criou uma casca grossa em você, te ajudou a criar um calo? Uma casca grossa ou te atrapalhou para o resto da vida, até lá na frente você um dia olhar para trás, entender o que era, processar aquilo tudo, foi bom ou foi ruim aquilo?

Cláudia Riecken: Lu, eu não consigo ver aquilo nem de um jeito, nem de outro, eu acho que foi bom e foi ruim, é bem a coisa da resiliência mesmo, eu acho que foi bom e foi ruim, o que foi ruim não foi tanto a separação, claro que uma criança ser apaixonada por sua mãe, ser apaixonado pelos seus pais, o sonho das crianças é ter os pais juntos e amando, mas quando você resolve Édipo, se você preferir ir por Freud, que você sabe que você está separado da sua mãe, que você sabe que eu sou eu, você é você, você fica... você se individua, um dos problemas de não se individuar é que deságua em desordem de personalidade. Então, eu acho que foi difícil, mas não sei se tanto pela separação ou por outras coisas da dinâmica toda, sabe? Da minha mãe não ser muito disponível, dela... e a o mesmo tempo ela era maravilhosa, porque além dela ser linda, ela era linda, maravilhosa, ela era alegre, ela trazia presente, ela era festeira, mas era um pouco vai por aqui, apontando para dois lados simultaneamente.

Luciano Pires: Devia ser um poço de sensibilidade, porque para ser artista plástica...

Cláudia Riecken: Claro, canceriana.

Luciano Pires: Eu sou canceriano também, aí é um problema, porque você pega toda a energia que você tem e bota 110% em uma coisa e não guarda nada para o outro lado.

Cláudia Riecken: E a gente não conseguia esconder nada dela, porque ela era bruxa, ela sabia tudo, ela fazia astral lá das quantas, sabia onde você estava, o lugar, ave Maria, dona Lia não era fácil, mas foi uma pessoa muito querida, então eu acho que isso me talhou e aos 14 anos eu fui fazer terapia por isso, não sei, eu acho que tinha uma alma densa, uma busca de falar a verdade, falar a verdade, falar a verdade, e ninguém quer falar a verdade, Sócrates morreu envenenado, Jesus morreu crucificado, todo mundo, enfim, então eu via que eu tinha um problema...

Luciano Pires: Você viu um post que eu botei essa semana? Eu botei em russo e depois traduzi.

Cláudia Riecken: Compartilhei, compartilhem aquilo, qual é a distância de estar preso...

Luciano Pires: Qual é a menor distância até a cadeia hoje em dia, até a prisão?

Cláudia Riecken: Uma frase, eu compartilhei isso, uma loucura louca.

Luciano Pires: Não pensei que eu ia viver para ver isso no Brasil, loucura. Mas aí quando é que você olha para essa história toda e fala, que coisa legal que está acontecendo, que essa mulher está fazendo comigo, quero seguir esse caminho, quero fazer, como é que...

Cláudia Riecken: Não foi nessa terapia, eu tive alguns terapeutas, depois dela tive o Amadeu, que é um querido, virou um amigo depois, muitos anos. E comecei a fazer terapias, cursos, leituras, e aí eu li, veja você, você falava outro dia dele, eu fiz um vídeo inteiro no YouTube do Victor Frankel, eu li Victor Frankel, Luciano, com 21 anos e em inglês, e tem uma liga com judeus, tem uma coisa estranha, e aí eu descobri que, enfim, descobri uma história de família de papai que eu conto nesse instante, então eu tenho essa cara de Sara, embora eu tenha essa cara de Suíça, eu tenho uma cara de Sara, uma cara assim de judia, e eu fui entender da onde vem isso. Então, Victor Frankel, essa leitura de sobreviventes, essa percepção de qual é a diferença entre correr e botar mão na cerca elétrica ou respirar que é grátis, e dá conta, o que que você tem por dentro...

Luciano Pires: Pausa para o nosso... jogar um pouco de conhecimento aqui, para quem não sabe, Victor Frankel, ele foi prisioneiro em Auschwitz, e lá em Auschwitz, ele examinando o ambiente todo, ele reparou que tinha alguns caras que se entregavam e simplesmente morriam, que eram prisioneiros que estavam lá sofrendo, e tinham alguns que tinham uma resiliência, que passavam por aquilo tudo, ele falou, mas qual é a diferença de um para o outro? Por que que um morre, desiste e morre e outro não? E ele foi descobrir vários pontos, um tem propósito, o outro tem alguma coisa que ele guarda, que está esperando por ele lá fora, ele tem pelo o que lutar, quem não tem propósito, não tem pelo que lutar, simplesmente desiste e morre. E aí ele escreveu um livro maravilhoso, Um Homem Em Busca de Sentido, onde ele fala exatamente isso, quer dizer, e a gente olha para aquilo e fala, esse sujeito estava talvez na pior situação que um ser humano pode estar, não consigo imaginar nada pior do que você desumanizado dentro de um campo de concentração, vendo todo mundo morrer e sabendo que o teu destino era aquele, e com um monte de sádico em volta, o que que pode ser pior que isso.

Cláudia Riecken: Te ameaçando de morte diariamente.

Luciano Pires: E daquilo ali ele tira... ele sai de lá com o livro na cabeça.

Cláudia Riecken: Na verdade, ele sai de lá com uma escola terapêutica na cabeça, que é a logoterapia, que é logo significado, terapia do sentido, man searching for meaning é a busca de sentido, e que coisa incrível perceber que o sentido da pessoa em termos internos faz ela ter motivação e seguir viva, eu estou atendendo os patriotas com tornozeleira, gratuitamente, a gente está fazendo rifas e pessoas ajudando.

Luciano Pires: O pessoal que foi preso e que ficou trancado lá no dia...

Cláudia Riecken: É, que foi enganado, foi levado... um ônibus, o ônibus que era para ir para casa, não foi para casa, foi para Papuda e para a Colmeia, eu estou atendendo esses assistidos um por um, e agora a gente está fazendo um programa juntos, e essa é a pergunta, a busca de sentido, meu trabalho com eles é assim, a Zezinha, que é como a gente chama a tornozeleira, a Zezinha é passageira, tenha em mente, não permita eternizar um problema, porque a gente faz isso por falta de saber como vai solucionar, não vamos eternizar, então não vamos catastrofizar, é de uma injustiça, e aquilo apita a noite inteira, parece que de maldade, tem que carregar na tomada, umas carregam com duas horas, outras levam três horas para carregar, e eles ficaram com mil impedimentos, não pode sair à noite, não pode sair de fim de semana, então a parte assim o constrangimento, todo mundo meteu a bandeira do Brasil em cima do raio da Zezinha, da tornozeleira eletrônica, uma bandeira na perna, e disse, não sou bandido não, eu sou patriota, eu sou preso político e saio com a cabeça erguida, e a gente trabalhou nessa direção, mas me fez lembrar a busca de sentido do Victor Frankel, que o cara que tem sentido no que está fazendo, ele não sucumbe, porque os caras podem te prender, quanta gente teve que ficar presa, eu já atendi gente que ficou injustamente presa por 15 anos, preso no lugar da pessoa errada, depois descobriram quem era a pessoa, foi confundido com alguém, até que está bom, esses ficaram 60 dias, 90 dias, tem alguns que ainda estão presos.

Luciano Pires: Sim, e que serão condenados agora.

Cláudia Riecken: Serão julgados.

Luciano Pires: Serão julgados e devem ser condenados porque os caras precisam dar uma lição em mim que estou olhando aqui de longe, eu preciso aprender uma lição, que é, olha o que aconteceu com a tia do zap, se fizeram isso com ela, o que que não vão fazer comigo, que sou bocudo? Cara, nunca mais eu vou para a rua, nunca mais eu vou botar a cara lá fora, essa é a lição que precisa ser dada, e ela só pode ser completada se tiver uma guilhotina para cortar a cabeça de alguém, evidentemente não vão mandar matar alguém, mas alguns lá vão pegar uma cana dura.

Cláudia Riecken: Mas o Vista Pátria, você viu, ele postou, o Alan Frutuoso, essa semana uma cena de 1822, os 18 do Forte de Copacabana, fuzilaram 18 caras que estavam questionando resultado de eleição. Então, imagina, é antigo isso, a corriola do poder, controle e poder é bem psicopata...

Luciano Pires: Hoje em dia eles têm que ter um pouco mais de cuidado porque não podem chutar o balde como se chutava lá atrás, lá atrás era dar o tiro e acabou, cala a boca, tem que tomar um pouco mais de cuidado, porque tem muita gente gritando, está aparecendo aí, o mundo inteiro vai se indignar, alguma coisa vai acontecer.  Mas que eles vão dar a lição, eles vão, não vamos chegar na guilhotina, mas vai ter carinha... porque a lição tem que ser dada. Nós estamos... começamos a divagar aqui. Volta lá.

Cláudia Riecken: Não, e a liderança que a gente precisa em nós próprios, na nossa vida, é parecida com o que precisa no país, mas na sequência de começar a ler Victor Frankel, me encantar com aquilo, ainda em inglês, eu fui indo por um caminho, aí entrei em psicologia, confesso que o professor Olavo tinha toda razão, só entrou na faculdade para dar aula, e sem nenhuma presunção, porque a curiosidade e o interesse de aprofundar e estudar, eu estudei em várias universidades aqui, fora daqui, mas eu sou uma formanda mais técnica, mão na massa do que intelectualoide, de ficar repetindo, porque o problema é que a gente ter a razão, os narcisistas cerebrais, eles são muito intelectuais, eles sabem falar bonitinho, mas o conhecimento que é aplicado, ele tem mais causa e efeito do que razão, a razão perse, ela é estanque, e a causa é efeito, a gente falava de diagnóstico do colega lá que escreveu sobre o desengajamento moral, e aí vindo com uma espécie de... que eu falei, cuidado isso aí, porque tem umas coisas novidadesca na área de diagnóstico assim superantigos, e te contei que assisti uma série no Netflix, que chama Life Overtakes Me, eu fiquei bem chocada, porque é uma coisa na Suécia...

Luciano Pires: Eu não vi, eu peguei tua dica aqui, preciso assistir.

Cláudia Riecken: Acho que é na Suécia.

Luciano Pires: Como é, se está na Netflix, tem em português isso aí também, não é?

Cláudia Riecken: Vamos abrir aqui para ver como é que ela chama, aqui está como Life Overtakes Me. E eles fazem lá uma ideia de que é uma supernovidade, que é uma coisa que a criança fica paradona, tipo, mas é um paradona... é Life Overtakes Me, eu não sei se tem... Sweden.

Luciano Pires: Life Overtakes Me, é, esse é o nome mesmo, A Vida em Mim, centenas de crianças refugiadas na Suécia se protegem do trauma e das incertezas, desenvolvendo a síndrome da resignação, uma doença com sintomas do coma.

Cláudia Riecken: Invencionismo, sintoma do coma, aí eu fui atrás, eu falei, gente, eu nunca ouvi falar nessa doença, e eu manejo DSM 5 razoavelmente bem, como é que é isso?

Luciano Pires: O que é DSM 5?

Cláudia Riecken: É Desease Statistcs Manual, é o manual de estatística de doença mental americano, que bordeja nosso trabalho, ajuda muito, porque você tem vários indicadores, vários diagnósticos estão ali classificados.

Luciano Pires: E não tinha essa daí, essa doença não aparece lá?

Cláudia Riecken: Não, não conhecia essa aí, mas porque ela não existe, agora a doença em si, o que eles têm que o filme apresenta é um fenômeno bem conhecido, bem antigo, que é transtorno dissociativo, conversivo, somatoforme, então tem mil coisas que fazem isso acontecer, que a gente já tem indicadores ali. E a internet trouxe um fenômeno de que é muito mais leve a gente fazer uma avaliação, vamos lá, estamos vivendo uma psicose coletiva, qual é o problema moral que a gente está tendo agora que a pessoa não sente culpa, não sente remorso, como é que é isso em termos coletivos, que ele chamou de... eu esqueço o nome novo que ele deu aí, desengajamento moral. Na verdade, é uma avaliação, e ela está perfeita, e a gente tem que poder fazer avaliações sem ser psiquiatra, sem serem avaliações psiquiátricas, um desengajamento moral é algo absolutamente compreensível que está acontecendo e é grave. Agora, a gente inventar diagnósticos não é legal.

Luciano Pires: Só uma pausa aqui, o desengajamento moral que ele conta ali é um fenômeno interessante, que é aquele de você pratica uma atitude que é moralmente condenável, mas você tem um gatilhozinho lá que desliga esse teu gatilho moral, e aí você faz aquilo e dá um jeito de aceitar aquilo como se fosse uma coisa natural, e tem alguns exemplos, que eu fiz um programa inteiro sobre isso aí, a gente está falando, cara, você está passando por uma rua onde a velocidade é 50 por hora, e você vai a 70, vai a 70 e toma uma multa, e a multa chega e você tem que explicar a multa e você fala, não, mas é que eu estava com pressa porque eu estava indo buscar não sei o que, vale para todo mundo menos para você, eu sempre encontro uma desculpa para tentar aliviar a culpa e não deixar você sofrer por ter feito alguma coisa errada. Então, é uma espécie de um gatilho que você desliga ele, faz a maldade e liga de novo, e volta como se a vida estivesse normal.

Cláudia Riecken: É, eu tenho um amigo que até fala para o filho, o que você está fazendo, isso aí está beirando banditismo, você está mentindo, você está fazendo algo que não é certo. E qualquer um de nós pode ter em alguma medida traços comportamentais, também pode ter traços narcísicos ou ter desordem de personalidade narcisista, a questão é quando a gente vai falar de diagnóstico e realmente lidar com isso, onde há assim, fumaça pode ser fogo e pode ser gelo seco, onde há fumaça é fogo, nem sempre, às vezes é gelo seco, o calor pode vir do sol, pode vir do fogo, pode vir da luz, pode vir da lanterna, sempre é... às vezes é do gás, você tem sintomas, você tem indicadores que nem todos vão levar para a mesma coisa, e nas desordens de personalidade, como na psicopatia, tem muito a ver com o artigo que ele escreveu, ele desenha traços que são perfeitos da desordem antissocial, que é a psicopatia ou sociopatia, que são a mesma coisa, autores que acham que psicopata nasce assim, sociopata se desenvolve assim, mas a ciência nunca chegou a um consenso de todo mundo achar a mesma coisa, eu acho que nasce assim, acho que nasce com prevalência ou predeterminação, vocação, com tendência, possibilidade, mas eu tenho convicção de que isso se desenvolve no conjunto da obra. Mas a psicopatia e a desordem antissocial traz isso aí, a pessoa é fria, não tem remorso, tem objetivos, ela não tem emoções, ela não acessa emoções, e quando é um violentador, alguém que até com violência sexual, não é pelo prazer sexual, e pelo subjugar o outro, é pelo poder.

Luciano Pires: No fim é sempre isso, no fim quando você passa a régua é sempre pelo poder, é sempre uma situação de estar acima e a frente dos outros, então pode ser com dinheiro, pode ser fisicamente, é sempre o poder, eu quero...

Cláudia Riecken: Mas por exemplo, o narcisista, tem o narcisista perverso, não traços narcísicos, quais são... o narcisismo tem 9 critérios diagnósticos, então é grandiosidade, tem esse egoísmo, esse eu, eu, eu, e tem uma dissimulação, tem jogos emocionais, o narcisista tem essa coisa de querer prevalecer sobre o outro, tem, mas entra uma vaidade, entra o emocional, se for uma coisa borderline entra grande emoção, movimento emocional explosivo, entra possivelmente droga adição ou alcoolismo, muita energia, muito envolvimento, e a psicopatia não, ele realmente tem uma frieza, e poder depende, poder de que? Às vezes poder de convencimento, às vezes sexo, os histriônicos têm grande... a desordem passa pela sexualidade.

Luciano Pires: É que quando você fala psicopata, na cabeça da gente vem o cara da Netflix, que é o psicopata que abre e come o cérebro das pessoas, Hannibal Lecter.

Cláudia Riecken: Que tem esse cara.

Luciano Pires: Sim, mas não é disso que você está falando, você está falando de alguém que está vivendo do meu lado aqui, que é meu vizinho, que é meu colega, e que tem a psicopatia, ele não vai comer o cérebro de ninguém, mas isso tudo está dentro dele.

Cláudia Riecken: Só presta atenção, às vezes pode ser que falte a chance, quando tiver a chance, ele vai, é uma porcentagem tiny, tiny, tiny desse psicopata que é assassino, assassino em série, embora ele exista, mas a desordem social, você vai ver uns caras de cara pontuda, pouco cérebro atrás, a cabeça atrás é meio reta assim, que nem reco alemão, pouco afeto, muita objetividade, no formato do rosto já aponta, você tem uma testa, apesar de que aonde que termina a sua testa, você tem que me falar.

Luciano Pires: A minha não tem fim.

Cláudia Riecken: Não tem fim, mas ela é arredondadinha sim, isso aí da afetuosidade, embora o rosto quadrado, a gente vê como é que a gente processa emocionalmente.

Luciano Pires: Características físicas, você está me dizendo que...

Cláudia Riecken: O desenho nosso, ele determina, a gente, nossa mecânica límbica, emocional, vai determinar o formato do corpo, a maneira como a gente lida com a vida, opa se vai, e ser mais objetivo, tipo, testa quadrada, ou o formato da boca, da gente traz características de forma de interagir, formas de ser, então sim, tem isso, agora uma desordem, uma desordem de personalidade, uma psicopatia vai trazer pessoas objetivas só que com os elementos comportamentais não respeitam as leis, podem forjar documentação, pegar o sítio da cunhada, forjar o nome do documento, botar no nome deles, roubar, mentir, trair, então tem isso. Eles têm qualquer aspecto de desordem de personalidade.

Luciano Pires: E isso sempre existiu?

Cláudia Riecken: Sempre existiu, só que cresceu.

Luciano Pires: Então, mas deixa eu chegar nesse ponto aqui agora, você pega esse caldeirão em ebulição cheio de gente que tem essas características que sempre existiu, e cria um ambiente de pandemia, três anos de duração no mínimo onde se cria um medo absoluto, eu acho que é a primeira vez que a humanidade vivência uma situação como essa totalmente conectada, a última grande pandemia que teve lá atrás não tinha, gripe espanhola, tudo, você não tinha a conexão que tem hoje, que hoje a gente sofre no Brasil uma doença do interior da África que nunca vai chegar aqui, mas aconteceu, eu estou sabendo no dia seguinte, está todo mundo gritando aquilo. Então, a gente viveu uma situação com rede social, com aquela loucura toda que foi, e criou um ambiente de medo constante, pega alguém que tenha essa desordem, qualquer uma dessas que você citou aí, e tira a normalidade e bota em um ambiente desse completamente anormal, nós chegamos na situação em que a sociedade fica doente.

Cláudia Riecken: É, e eu acho que os últimos 30 anos têm contribuído fortemente para chegar na pandemia, que foi uma decisão, a pandemia foi decidida, a fraudemia é obviamente uma falácia, as pessoas que tinham comorbidade pereceram e eu respeito todas elas, as que pareceram, mas uma gripe simples pode levar as pessoas com comorbidade, com certas doenças, antecipar sua vida ou ter problemas mais sérios, então não é esse vírus, se não uma circunstância criada para o medo de uma maneira específica. Agora os últimos 70 anos vêm trabalhando para isso, Luciano, assim fortemente, o gramscismo cultural, Antônio Gramsci que era lá o parceiro do Mussolini, vamos tomar a cultura, a indústria cinematográfica, as escolas, e a gente se quiser o poder, a gente vai... então vem vindo um processo que eu vejo como a primeira e a mais grave culpada disso tudo, a mídia, por isso esse teu livro é de uma importância, Merdades e Ventiras fala de verdade da chance de a gente por limite nessa cozinha que eles estão fazendo de deixar todo mundo confuso, em dissonância cognitiva, quando uma informação e uma sensação não podem bater, e as pessoas ficando confusas, é a mídia, a mídia tem uma responsabilidade imensa nessa confusão e nesse adoecimento que há, e porque ela vem apostando nisso, então quando eu tinha 14 anos e o professor de história do Brasil dizia, os milicos são os filhos da fruta, porque eles matam as pessoas, eu do meu bom coração e do alto dos meus 14 anos, não, não quero uma pessoa que mate, não quero uma pessoa que pise com a bota na cabeça de alguém, não, então eu enfiava a viola no saco, ficava quieta, e fazia, então é, isso não é legal, e ficava quieta, mas o meu hm trazia junto, eu não vejo isso acontecendo, eu não vejo que é assim, mas eu não devo saber, porque eu não tinha repertório. Só que vai andando, vai andando, você fala, não, não é assim, então as tais narrativas que a gente hoje chama de narrativa mais francamente estão óbvias, por quê? Por causa da internet, nós fomos de 8 bilhões, em 200 anos um crescimento demográfico imenso e a internet, então aquilo quando você falava, eu adorei você falando na Ledinha, Leda Nagle, eu também estive várias vezes com ela, tive lá na cultura, e agora no canal dela mais recentemente, e eu adorei você dizendo isso, eu levava 15 minutos para me informar, agora eu levo 3 horas, porque eu tenho a visão, a possibilidade de checar a informação, certas opiniões, a gente tem uma massa crítica mais conectada, e a realidade, você toma mais contato com a realidade e não com a versão do consórcio.

Luciano Pires: Agora tem uma obrigação junto, porque você pode ser enganada em 15 décimos de segundo, bateu a notícia você já está indignado, cara, calma que não é assim.

Cláudia Riecken: Já fiz muito, até já partilhei coisa para depois ver que não era isso.

Luciano Pires: E vale... acabei de fazer uma postagem agora aqui, você vê a CNN ontem obteve as imagens internas lá e está publicando as imagens, aí o pessoal da nossa confraria... falei, cara, calma, as imagens nós estamos vendo, agora vem cá, vocês acham que os caras organizaram esse treco, eles são ingênuos a ponto de não saber que isso ia ser filmado, cara? Calma, eu também acho, está muito conveniente, vai devagar porque pode ter algum rolo nessa história aí, não dá para confiar em mais nada.

Cláudia Riecken: Vai chegar a historinha deles já já. Nós estamos falando do 8 de janeiro, dos atos do 8 de janeiro, que saíram hoje com exclusividade para a CNN as filmagens internas em que aparece o chefe do GSI, que é responsável pela segurança da presidência da república, no caso do Luli, já em 8 de janeiro, tranquilamente passeando, abrindo a porta, não sei se oferecia um café para os manifesteiros, que não são os patriotas, que são os infiltrados, que foram lá para quebrar tudo.

Luciano Pires: Você está ouvindo o LíderCast, que faz parte do ecossistema Café Brasil, que você conhece acessando mundocafebrasil.com, são conteúdos originais distribuídos sob forma de PodCasts, vídeos, palestras, e-books e com direito a grupos de discussão no Telegram. Torne-se um assinante do Café Brasil Premium, através do site ou pelos aplicativos para IOS e Android, você prática uma espécie de MLA, master life administration, recebendo conteúdo pertinente de aplicação prática e imediata, que agrega valor ao seu tempo de vida, repetindo, mundocafebrasil.com.

Luciano Pires: Olha o que que está acontecendo, a gente vem em um processo em que essa massa de comunicação, ela dominou de tal forma a sociedade, que hoje em dia... nós estamos hoje conversando aqui conectados um no outro, mas o meu celular está aqui do lado, ele vai vibrar daqui a pouquinho, então tem alguma coisa acontecendo, a comunicação está... ela não é mais aquela coisa que antigamente eu estava parado, se eu estivesse em frente da televisão, eu veria, se eu ligasse o rádio, eu veria, se a carta chegasse, eu saberia, hoje está no meu bolso e vibra, esse negócio está no meu bolso e vibrando, ou seja, eu estou conectado a todo tempo. E agora aparece um treco chamado inteligência artificial, que começa a fazer a tua voz, a tua imagem, a tua foto, você em uma situação que você nunca esteve, dizendo algo que você nunca disse, e a cada dia que passa fica mais difícil perceber se é verdade ou se é mentira.

Cláudia Riecken: Aliás, eu recebi um golpe novo, aquela coisa de ligar e dizer, pai, socorro, eu estou sequestrado e manda dinheiro, com a voz, eles pegam a voz da pessoa e faz aquilo com a voz verdadeiramente de um filho, de uma filha para fazer uma extorsão, lá em casa a gente resolveu isso rápido, é o seguinte, desliga, tenta telefonar para a própria pessoa, mas a gente tem uma senha, qual é a senha? A gente pede a senha, se a pessoa não falar a senha, a gente sabe que é mentira, enquanto está procurando a pessoa, então tem uma palavra.

Luciano Pires: Quer dizer, isso você está ilustrando aquilo que eu falei da responsabilidade que apareceu agora, eu como um consumidor de informação...

Cláudia Riecken: Não sei nem se minha filha é minha filha, a voz é dela, mas...

Luciano Pires: Agora eu tenho que ter uma responsabilidade, eu tenho que receber a informação, e diferente do que eu fazia antigamente, eu tenho que... eu vou checar imediatamente, antes de fazer qualquer coisa com ela, antes de acreditar nela, antes de compartilhar, antes de mandar para alguém, eu vou checar se essa informação tem procedência ou não, no teu caso você pede uma senha.

Cláudia Riecken: A gente combinou assim, com as minhas filhas.

Luciano Pires: No meu caso, eu vou no Google, pego as fotos que eu recebi, copio a foto, vou no Google, reverse search, jogo a foto lá, Google, de onde vem essa foto? Aí ele vai me mostrar que aquela foto tem 20 anos de idade, estão mostrando como um fato que aconteceu agora, ou eu vou... ontem recebi assim, veio lá um print de um artigo falando um absurdo do Lula lá, com o título Lula ia fazer sei lá o que, eu olhei aquilo e falei, cara, é muita loucura, fui no Google, joguei o título do artigo e não apareceu em lugar nenhum, tem todo o jeitão de ser uma armação, alguém desenhou aquilo, fez uma foto, então antigamente eu não precisava fazer isso, hoje eu tenho que fazer. Então, me custou, aquela história que eu falei, não é mais 15 minutos, é três horas, custou a mim ver, examinar, ler o artigo, pegar o título, jogar no Google, examinar no Google se veio de algum lugar, se apareceu em algum lugar eu vou clicar para ver o que é, e só depois dessa checagem toda que eu vou examinar, mas eu tenho o recurso para isso, e a turma que não tem? E a moçada da picanha? Que você fala um absurdo qualquer e a aquele absurdo cola...

Cláudia Riecken: E aí vem essa agenda gramcista, ela está ligada a agenda da nova ordem mundial, agenda comunista internacional, essa gente que quer controle e poder, você dizia, sim, como todas as coisas, o que que eles descobriram? O [Kogus] eu encontrei com ele no sábado, aquele louco do [Kogus], no simpósio lá da direita unida, fui lá assistir, a gente foi lá ver e tal, ele dizia, desde a escola de Frankfurt os caras descobriram que Marx queria fazer a revolução lá do protelatório, mas que o povo trabalha em fábrica, operário de fábrica, ou então os camponeses, esse povo é da família, o cara é de Deus, o cara não quer essa confusão, então quem é o perfil de gente? É o depravado, então vamos depravar todo mundo, drogas, sexo, rock and roll, mudança de sexo, vale tudo, a família é uma merda, desqualifica, fique contra os seus pais, porque se você tem Deus, se você tem uma família, você tem vínculo de intimidade, eu te olho, você me olha, a gente se confia, tem intimidade, cara, não tem governo, não tem papo, não tem nada que tire a nossa capacidade de se olhar e a gente sabe qual que é, porque é vínculo sadio.

Luciano Pires: Olha o Frankel aí de novo, olha o Victor Frankel.

Cláudia Riecken: E aí desmontar essa estrutura é porque quais são as duas coisas que impedem o comunismo de continuar matando mais milhões de pessoas como já fez antes? A propriedade privada, a religião, a família, então vem o Bolsonaro, diz, Deus, pátria, família, e a gente inclui liberdade e justiça, porque no momento estamos com problemicos nesse capítulo. E então isso foi vindo e foi vindo desde a minha infância, eu estou com 56 anos e eu lembro de pequena que eu olhava e dizia, está falando assim, mas eu não senti, e isso aí, Luciano, eu acho que pegou muito assim na minha carreira, depois que eu fiz essa primeira formação, eu fui estudar neurolinguística, eu fui estudar com John Grindr da programação da linguística, fui sócia dele dez anos, trouxe ele para o Brasil, fiz congresso, fiz simpósio, aí trouxe o outro cara lá da física, que também descobri depois que é um... a gente depois fica sabendo que o que a gente achava que era o máximo, talvez fez algo no verão passado que não era tão legal, então o Capra, a gente trouxe o Capra, eu estava na direção da Isto É, como você, fiz umas pequenas paradas como executiva por alguns anos, que foi muito bom na revista Isto É, seu Domingo Azulgarai que é vivo, tem vergonha da Isto É hoje, escrevi para o Caco, que é o herdeiro dele, você tenha santa paciência, como é que você permite, Caco, eu fui diretora nesta casa, eu tinha tanto orgulho daí, mas enfim, saí dali e aí começaram os caras da nova ciência, da nova medicina, fiz doutorado, medicina integrativa, cursos que são ligados à... então estudei com [Amicci Goswami] que é da física quântica, bonito trabalho, poderoso, embora que tem um lado do pessoal que usa a quântica, parece uma panaceia mística, mas não é não, a física quântica e as abordagens quânticas de tratamento e de filosofia são sensacionais. Então teve 47:35 um dos livros que eu te trouxe aí é dele, infelizmente trouxe para o português, ele já tinha morrido, mas ele me ajudou muito em vida a fazer o método Quantum, que homem sensacional, é o pai da resiliência, é o cara que deu... que nombrou, cheguei do México, que nombrou, que nomeou isso.

Luciano Pires: Você, de alguma forma, você clinica de alguma forma?

Cláudia Riecken: Clinico, opa.

Luciano Pires: Como é que... mudou o perfil de quem está te procurando, perfil não digo assim, mas se você pegar de 100 pessoas que te procuram hoje em dia, é diferente de 100 que te procuravam há 5 anos atrás?

Cláudia Riecken: Ah muito, primeiro porque as pessoas não te procuram com uma queixa assim solta, elas já estão na internet, elas te procuram porque assistiram um vídeo teu, localizaram isso aqui, e elas já vêm um pouco, você entende do que eu estou vivendo, meu pai aconteceu isso, meu marido, então vítimas de narcisistas e psicopatas foi na última década, eu fui estudar isso, para Áustria, fiz umas formações e tal, mas o que importa, eu comecei a lidar, pegando na mão dessas pessoas, ajudando essas pessoas à por limite, porque o narcisista mente, ele te enrola, é tudo sobre ele, o diálogo é sobre ele, as necessidades dele são importantes, o que ele acha é importante, ele é bem omesmado, e ele faz gaslight, então você está reclamando porque você é neurótica, porque você... e a pessoa estando dentro de uma relação narcisista, fica tentando, eu gosto de dizer aquela metáfora, eu te dou um, você me dá zero, aí eu falo, o problema é que eu estou dando pouco, eu vou dar dois, eu dou dois, você me dá zero, dois vezes zero, zero, aí não funciona, eu falo, eu vou dar cinco, dobro a aposta, triplica, cinco vezes zero, zero, daqui a pouco eu estou dando 100, 100 vezes zero, zero, o problema é que a dinâmica com essa gente, essa gente é doente, e não é doente, porque não é doença mental, uma esquizofrenia, uma bipolaridade, outras tantas doenças em tempo, Luciano, o DSM quando nasceu tinha 100 páginas, o DSM 5, que é a quinta edição hoje, tem 900, nós não ficamos nove vezes mais doentes, proliferaram diagnósticos, o detalhe do detalhe do detalhe e também porque nasceu para poder cobrar o sistema de saúde americano, então eu tenho que ter o numerozinho lá, é DSM 32.A, encontrei lá qual é o diagnóstico. Agora está chegando no Brasil o DSM 5 TR, que é texto revisado, não mudou nada a rigor, tem sei lá, meia dúzia de oito ou dez textos originais do DSM 5, com uma perfumariazinha, uma explicação, uma vírgula a mais, uma coisa que é para não confundir, só tem um diagnóstico novo nesse DSM 5 texto revisado, que é o luto prolongado, quando... ele estava associado à uma outra desordem, então quando o luto, a pessoa continua, depois de dois anos da morte de um ente querido, a pessoa continua em um esquema de muita dor, muito sofrimento, muita tristeza, muita falta, então eles criaram o diagnóstico para isso, que está esse ter de texto revisado. Mas escuta, de 100 para 900 páginas, a gente não pode ter, então está se psiquiatrilizando tudo, e é bom que a gente tenha essa referência, porque nas desordens de personalidade, por exemplo, é da grande maioria das doenças mentais, você não tem indicadores biológicos, eu não tenho como te fazer exame de sangue, escanear... até o scanner do cérebro eu posso fazer, ver áreas que estão sendo acessadas, não posso tirar sua febre, eu não posso medir coisas com indicadores biológicos para certas movimentações que são da alma, psiquê, então eu preciso entender com critério diagnóstico, isso é bom.

Luciano Pires: Você me deu um exemplo interessante aí que é a pessoa que viu o teu vídeo e tudo mais, quer dizer, as pessoas estão se informando mais e estão entendendo o que que está acontecendo, mas tem um perfil que você consegue reconhecer que é um perfil pós pandemia, tipo assim, passou a pandemia eu consegui notar que aumentou o número de pessoas com transtorno de estresse pós-traumático, é por causa da pandemia, isso é notável, você consegue ver isso?

Cláudia Riecken: Eu consigo, mas eu não atribuo só à pandemia, eu estou vendo isso como a psicose coletiva dessa década, assim a sociedade incentiva o narcisismo patológico, porque se você chapar a quanto que é os milhão aí do Felipe Feto,  o Felipe Feto da vida, essa grande energia de superficialidade e também de gramscismo cultural de dissolver valores porque você tem que ficar em dúvida sobre você, se você é homem, se você é mulher, se você se colocar muito como homem, eu já vou te acusar de alguma coisa, então você tem que pisar em ovos, pisar em ovos é não poder ser, então bom algumas coisas, o bullying era tão liberado que podia de repente ser desagradável e machucar pessoas de fato, mas o que fizeram disso é tirar a necessidade de limites normais, tanto do que você precisa impor da sua própria vida, quanto o que você precisa respeitar. Então, o que eu percebo é que a gente tem um estresse pós traumático complexo, o C do complexo é o livro do Pete Walk, que eu te trouxe, que diz respeito a estímulos estressantes dissonantes cognitivamente, que embora cognição sugira raciocínio, é também emocionalmente pesado, e estímulos de estresse e de mal estar muito difusos, confusos, de longo prazo vindo de vários lados simultaneamente, esse é o complexo do estresse pós traumático, se usa mais o tept como transtorno de estresse pós traumático, na literatura desse programa a gente chamou de dept, desordem de estresse pós traumático, porque desordem a gente arruma e como a gente tem tratamento para isso, a gente chama de desordem. Então, você tem o dept e o dept complexo que é isso, quer dizer, eu não sei nem da onde vem o problema, ou seja, gente que cresceu em lares disfuncionais onde tinha alcoolismo, violência, negligência, suicídio, doenças mentais, problema de dinheiro, problemas... coisa difíceis da vida vão ter um estresse pós traumático complexo que podem de repente se sentir mal, quase sempre vão ser tratadas como, tenho ansiedade, tenho depressão, agora está na moda o TDAH, todo mundo tem TDAH, eu acho que chique ter TDAH, desculpa, eu tenho todo respeito, eu tenho umas filhas que inclusive acreditam que TDAH está mais presente do que eu acho, nelas próprias...

Luciano Pires: TDAH é o transtorno de déficit de atenção.

Cláudia Riecken: É, eu tenho uma irmã também que acha que isso tudo é, e eu vejo que tem vários sintomas que nem gelo seco ou fogo, tem vários sintomas que eles só estão vendo a fumaça, mas dizer que é TDAH e é isso, a fumaça de você ter uma ansiedade, de você não conseguir ficar no corpo pode ser perfeitamente...

Luciano Pires: Cara, isso é uma indústria também, isso vira uma indústria.

Cláudia Riecken: Imagina, ritalina com esse negócio aí, com déficit de atenção, hiperatividade, vendeu muito e não é o caso não. Mas voltando para ser pontual na tua colocação que foi feliz da investigação que você está fazendo, qual é o sintoma das pessoas? Eu vejo estresse pós-traumático complexo, mais do que local, porque o estresse pós-traumático é, teve um acidente, fui para a guerra, perdi uma pessoa, vi uma cena horrível, então eu tenho um estresse pós-traumático ponto, daquilo.

Luciano Pires: Isso aí, tem um momento no tempo que você fala, vinha vindo, aconteceu algo e isso me traumatizou, esse algo tem que está determinado. O que você está dizendo é que esse algo... eu não tenho uma data, um dia, algo com...

Cláudia Riecken: Só que meu pai bebia e batia em todo mundo, só que minha mãe era louca e não sei o que lá, só que eu tinha um irmão que era traficante e vinha gente perigosa em casa, só que o bairro onde eu morava, não sei o que, estou pegando exemplos extremos, mas que pode perfeitamente acontecer em um ambiente que nossa, tua família é perfeita, tudo bonitinho para uso externo.

Luciano Pires: Deixa eu mergulhar aí que está ficando uma delícia isso aqui, só que todo lugar que eu me conecto tem uma notícia dizendo que o mundo vai acabar, só que cada notícia que chega para mim é uma pior que a outra, só que um cara entra em uma escola infantil com uma machadinha e mata as crianças e aquilo vira um trauma nacional onde todo mundo imaginando que isso vai acontecer em todas as escolas do Brasil a todo momento, até porque tem gente dizendo que já prenderam 250 moleques com faca na mão, que também iam entrar, quer dizer, é muito fácil você construir uma sensação de medo, impotência, de pavor da iminência de algo traumático que vai acontecer. E até faço uma brincadeira, no livro eu mostrei, mas no curso eu mostro, o curso é gravado em vídeo, estou mostrando, de repente eu solto a vinheta da Globo, a vinheta do plantão da Globo, eu deixo ela rodar, quando eu termino, eu pergunto para os caras, vem cá, o que que aconteceu com você quando ouviu essa musiquinha? Deu frio na barriga? Todo mundo, claro que deu frio na barriga, eu estou condicionado, eu escuto essa musiquinha, o mundo acabou, torres gêmeas de novo, imediatamente eu paro o que eu estou fazendo para olhar o horror que aconteceu lá, quer dizer, a gente é condicionado, nós somos condicionados.

Cláudia Riecken: É uma loucura porque condicionar propositadamente um medo coletivo é algo que pode ser feito manufaturado em laboratório e foi feito, ao mesmo tem que a gente tem, veja meu querido colega, doutor Djalma, que ele é ótimo, e ele é um médico sério lá do nordeste, é um desses médicos pela vida que nós tivemos junto aí, dizendo que sim, ivermectina funciona, azitromicina, hidroxicloroquina e todas as coisas que funcionava, agora todo mundo assume isso, mas o barulho não é tanto, e muita gente padeceu, morreu de medo, muita gente teve muito problema com isso, e o Kefir fala isso de que agora as escolas, não, as igrejas também, espere para você ver, vai começar a ter esse problema nas igrejas, é a Zumbilandia, que é um conjunto perverso que está se construindo para as pessoas ficarem loucas, porque você fica debaixo de abuso narcisista, condição de abuso psicopata, literalmente o que a gente está vivendo, essa psicose coletiva é conduzida pelas oito famílias aí, por aqueles caras lá, porque aquele sapo, gordo branco lá de fora, que paga para comprar o sistema judiciário americano, os promotores, para poder... a gente fala, caraca, nós somos uma pulga nisso aí, não vai dar, o esquema é muito bem engendrado. Agora de fato essas Zumbilandia, planejar reduzir alimentação, planejar enlouquecer as pessoas, não precisa ir longe, vou voltar na vida pessoalzinha minha, estresse pós traumático complexo é um estímulo estressante de medo, não sabia o que ia acontecer, uma pessoa pode me dizer, eu apanhava, mas não sabia quando eu ia apanhar, podia ser que eu apanhasse, podia ser que eu não apanhasse, o castigo não era justo, o critério não era claro, as disfunções familiares, então sai pela vida, de repente na vida adulta um estímulo como horário do dia pode ser um gatilho para a pessoa começar a sentir taquicardia ou sentir mal porque é do conjunto inespecífico de estresse que ela foi passando na vida, que dá gatilho para aquilo, ou uma época do ano, quando é inverno, quando é verão, ou uma data comemorativa, tem gente que detesta o próprio aniversário.

Luciano Pires: Pegar a turma da nossa idade aqui, o que acontecia com você quando no domingo, ouvia a musiquinha dos trapalhões, qual era a sensação que dava? Está acabando o domingo. É uma brincadeira que eu estou fazendo aqui, mas era...

Cláudia Riecken: Claro, e a musiquinha do fantástico.

Luciano Pires: Como a gente pode ser condicionado.

Cláudia Riecken: Faz 25 anos que a gente não vê televisão, Lu, graças a Deus, mas tinha musiquinha do fantástico, a musiquinha dos trapalhões.

Luciano Pires: Que nos condicionou, aquilo nos condicionava, agora é hora de tal coisa, agora vai acontecer tal coisa.

Cláudia Riecken: Mas veja, isso é neurológico e não tem jeito de não acontecer, porque a ancoragem, seja cinestésica quando eu te toco, auditiva quando eu uso a voz ou o som, visual quando eu mostro alguma coisa, cérebro para conectar os processos universais de aprendizagem, ele vai generalizar, eliminar, distorcer, e vai trabalhar isso, eu posso ancorar até a vinheta, a boa vinheta desse programa Café Brasil, adoro quando toca essa vinheta, quando eu escuto seu bom dia, boa tarde, boa noite toda vez, beleza, são âncoras. Agora o uso disso indiscriminado para dominar pessoas, para dominar e usurpar pessoas é narcísico, é psicopatia clássica, completa, e sem escrúpulos, porque isso dizia, eu tenho um amigo no artigo dele, dizia, como é isso, vale prender pessoas inocentes, que dia 8 de janeiro sequer foram aos prédios, estavam lá no acampamento, a tiazinha de 60 anos, para dar uma lição, não tem escrúpulos, não tem regra, atropela a constituição, mente, rouba e trai, é muito difícil, e às vezes só tem um jeito de lidar com essa gente, que é por limite na braba.

Luciano Pires: Então, mas aí esse é o conflito, aí vem o conflito.

Cláudia Riecken: A gente está tentando fazer tudo civilizadamente.

Luciano Pires: Que a gente sabe como começa, mas nunca sabe como termina, que pode acabar de qualquer forma, o melhor exemplo que nós temos é a revolução francesa que vem um discurso de que vamos acabar com... causa um horror terrível e termina assumindo um ditador, um militar ditador, que cara, é a antítese de tudo que tinha sido dito lá atrás, e no meio do caminho ficou um monte de gente sem cabeça, um monte de gente morreu ali na história.

Cláudia Riecken: O Brasil é lindo, o Brasil é lindo, maravilhoso, e eu acho que nós experimentamos assim essa demonização de pessoas que trazem um elemento que preserva a tua liberdade pessoal, a tua propriedade, tua casa, as coisas que você comprou, o teu culto religioso, ainda que fosse cristão, na história desse último governo, mas o culto religioso, eu respeito as regras, Deus, pátria, família e liberdade e justiça, é algo muito importante, porque na Zumbilandia e nessa dominação narcísica, você fica completamente depressivo e deprimido, então é um estímulo às drogas, é um estímulo à sexualidade sem limites, é Zumbilandia, porque se você ficar muito louco e for Zumbilandia, você cai na conversa da revolução lá.

Luciano Pires: Porque eu vou procurar um... eu quero sair daqui, eu quero fugir daqui, como é que eu fujo dessa situação, eu consigo pegar um avião e me mudar para Timbuktu para a Rodésia? Não. O que que tem de saída aqui? Cara, tem um filme pornô legal para você ver, tem uma droguinha legal para você tomar, bate em alguém, alguma fuga eu vou ter que arrumar, e aí vira essa confusão que nós estamos vendo aí.

Cláudia Riecken: Mas eu acho pior que isso, Luciano, eu acho que isso como remédio para uma coisa insuportável já é triste e é verdade, você tem toda razão, mas eu acho pior que isso, porque se caso pensado isso foi fomentado como coisa legal, a ditadura das minorias, não é que você tem que respeitar os gays, você tem que fomentar os gays, você tem que ajoelhar e você tem que achar que isso é a melhor coisa e você tem que destruir a família tradicional, eu tenho uma moça que me segue, que eu tenho amizade no Facebook, gosto dela, acho ela inteligente, uma neguinha, gosto dela, botou lá, uma imagem tem um cara no meio, com um bigode grande, duas moças do lado dele, uma é a esposa, a outra é uma filha, e o bigode dele tapa a boca delas, das duas e tem dois filhos sentados que fazem alguma coisa que também amarra as duas, ou seja, elas são as oprimidas, eu falei, olha, desculpa, mas carinhosamente eu acho que isto não é a família tradicional, eu acho que isso é a família disfuncional, que papo é esse de que homem não deixa a gente viver? Que tipo de homem vocês conviveram, por favor, alguém me fale aí, você tem algum irmão que presta, você tem algum pai que presta, você tem algum amigo que presta, ou todo homem é esse demônio que eles estão criando. E eles estão criando porque destronar e invalidar a figura do homem masculino e derrotar a masculinidade é uma forma de fechar para a balança essa sociedade, ela vai estar na mão dessa gente zumbi.

Luciano Pires: Eu brinco com a turma, eu falo, sabe quando é que você vai ficar muito sério, quando estacionar um porta aviões chinês, para no... estacionar não, atracar em um porto porta aviões cheio de chinês, e chinês não vai descer para contar historinha, chinês não vai descer para ouvir essa conversa mole, o chinês vai descer para tomar conta, e não vai ter ninguém para se antepor a ele, não vamos ter ninguém para combater esses caras porque eles estão em uma outra pegada, pergunta se lá os valores estão sendo... pergunta se lá tem esse processo todo de desmonte da masculinidade, da família e tudo mais, lá não tem.

Cláudia Riecken: Não, tem 8 mil execuções por mês, 8 mil execuções por mês, eu estive três vezes na china, fui convidada, tive reuniões, apresentei o Quantum, tive até convite para continuar, mas eu fiquei com medo, eu falei, eu vou presa nessa porra, com esse jeito que eu tenho, imagine, eu já sou de 66, que é cavalo de fogo, menina neném que nascia cavalo de fogo na China era morta, você pode googlar isso aí, eles matavam as mulheres bebês, porque dizem que mulher cavalo de fogo nem o diabo pode.

Luciano Pires: O que que é cavalo de fogo?

Cláudia Riecken: O horóscopo chinês tem os bichos e fogo, água, metal, nem sei direito todos, mas eu sei que você pode ser coelho de madeira, cavalo de metal, rato de água, tem esses bichos e essas qualidade, e cavalo de fogo, em 59 teve, em 66 teve, de tempos em tempos, acho que de quatro em quatro anos, não sei de quanto em quanto tempo repete e muda a qualidade, de novo, água, fogo, não sei o que lá. E eu nasci cavalo de fogo, bebê mulher que nascia cavalo de fogo na China, você googla isso, vai atrás, eles matavam, porque disse que eram muito perigosas essas mulheres que nem o diabo podia, eu falei, eu sou cavalo de fogo, eles não conseguiram, eu não nasci na China, vou vir me meter a fazer business aqui. Eu tenho um parceiro grande que tem fábrica lá, e tem clientes, e eles tocam o barco, mas aquilo é muito assustador, porque é uma ditadura amadurecida, extremamente capitalista, com uma coisa comunista, socialista, na verdade, é só a ditadura, que de socialismo não tem nada.

Luciano Pires: Com paciência, porque eles... como é que é? O período de horizonte deles é 500 anos, é 1000 anos, para eles isso é uma coisa normal, para nós não, nós queremos tudo, a resposta aqui e agora. Cláudia, o trabalho que eu tenho feito, um dia perguntaram para mim, o que que você acha, você acha que você vai conseguir mudar alguma coisa? Eu falo, não, o meu trabalho é o seguinte, eu quero mostrar para você que você é um otário, todos nós somos otários e não tem como não ser otário, o que eu estou tentando fazer é que você seja um otário consciente, entendeu? Tenha consciência de que você é um otário, isso vai te ajudar, do que ser um otário inconsciente, você não vai ser usado como massa de manobra, como a gente está vendo acontecer aqui direto, eu estou vendo aqui essas barbaridades acontecerem e muita gente defendendo, aconteceu agora com o negócio dos impostos, vamos aumentar imposto, tem que aumentar mesmo, a turma que vê... cara, estou com 66 anos, digamos que eu conseguia entender mais ou menos como as coisas aconteciam no mundo aos 14 anos de idade, então significa que há 52 anos eu estou por aí entendendo, eu nunca vi brasileiro não reclamar de imposto e pedir para baixar imposto, e pela primeira vez na minha vida eu estou vendo gente aplaudir que o imposto, e voltar atrás, puxa, tiraram o imposto que... mas a gente não brigou a vida inteira para baixar imposto, agora é legal aumentar imposto? E tem gente defendendo dizendo que é e trazendo as maiores explicações...

Cláudia Riecken: Como no começo do governo Bolsonaro, muita gente teve aquela manifestação na Paulista, pelo bilhão do Paulo Guedes, a reforma da previdência, reforma do bilhão, eu dizia, nunca vi uma manifestação pró governo e ainda com um assunto complexo igual a esse, a internet trouxe essa possibilidade, agora o Fla Flu do superficial, e aí vem o meu trabalho, que eu acho que é a coisa mais importante nesses anos, depois do Pete Walk e da... caiu uma paciente na minha mão, já atendendo, cuja a relação com um psicopata desses brandos, desses sociais que reverte as coisas, inverte, faz ela parecer que está louca, e trai mente, rouba, poderia ser um canalha pura e simplesmente clássico, que a gente vê nos filmes, mas não é, porque é tudo muito disfarçado, e é tudo muito engendrado, em que o outro fica culpado, é meio... fica gélida a história, e eu atendendo percebia, eu falava, cara, tem alguma coisa que eu não estou alcançando, eu sei que eu ajudo, porque eu sou boa nisso, de a pessoa se conectar consigo, saber discernir o que é seu, o que não é, especialmente doenças físicas, para a gente sair de doenças físicas, curar mesmo coisas como diabete, fazer o movimento emocional junto com o movimento clínico e tal, mas esse assunto aqui eu não estou sabendo, aí fui realmente, acho que tem 12, 15 anos que eu me dedico a narcisismo, psicopatia com os maiores autores, trouxe esses autores para o Brasil, o Sam [Vacmin], [Lisa Romano], Richard Granon, essa gente aí, são parceiros, mas eu percebi que é o seguinte, saber quem você é da boca para dentro, saber que você não é o que te aconteceu, que essa história, aquela e aquela outra não te define, que você precisa ter consciência de si, porque eu ser otário e ter consciência que eu sou otária é legal, mas eu saber o que é a vida de minha vida que nem você, nem essa mídia nem ninguém, a não ser eu e Deus, que eu prefiro com ele, Deus sempre foi para todos os sobreviventes que eu entrevistei, o sobreviver tem mais 290, 300 pessoas que sobrevieram as coisas mais... sobrevieram à vida e não à morte, eles sempre dizem, ter amizades de longo prazo, mas rede de apoio real e Deus, Deus é muito importante. Então assim, o que que eu percebi, que a gente foi muito maltratado, que a gente foi negligenciado, que a gente foi bem tratado, mas não soube se apropriar do nosso próprio poder de uma maneira pacificada assim, de boa, a gente é muito estimulado até narcisicamente a aparecer, a lacrar, a ser egoísta, tem um estímulo, se você é narcisista, você é mais recompensado nessa sociedade, e a gente não foi acostumado a aguentar o bom, ficar com o bom e ficar de boa, e ficar com o bom assim, estou ajudando os patriotas, às vezes... ah estou procurando me ocupar, me disse uma delas. Mas Luciano, podia ser qualquer um de nós, amigo, podia ser qualquer um de nós, essa gente não tinha que ter ido parar lá, é uma grande sacanagem. Essa moça estava aflita, falando, não, eu estou procurando me ocupar, eu tenho moto, ela tem um trabalho, então eu estou procurando me ocupar, não ficar parada e tal, e eu estou ajudando a baixar um pouco a ansiedade, porque ela está em um nível de angústia insuportável, tipo, beleza, pega a moto, seis horas da manhã já pode sair, bota a moto na estrada, tem a vista linda aí de um lugar para o outro dá para ver aí a estrada que vai lá para o interior, é lindo o sol, a montanha, maravilhoso, curte mesmo. Agora às vezes não ter tarefa, fique bem da boca para dentro sem fazer nada um pouco, a gente precisa aprender que é digno ser a gente mesmo, que é digno fazer companhia para nós próprios, que a gente não precisa estar no fly e no empreendedorismo e mexendo e mexendo, que se não eu não vou ganhar, senão eu não sou nada, senão eu sou uma fraude, ainda mais na internet que exige que você faça, você poste, então trabalhar...

Luciano Pires: É mais uma pressão dessa.

Cláudia Riecken: E a gente começa assim, quanta coisa de... eu estou escolhendo que aplicativos eu não vou abrir porque eu abro um, outro, outro, quando eu vejo fiquei três horas, então eu tenho feito um exercício consciente, mas acho bom ter a tecnologia, acho bom ter a internet, mas o meu trabalho é auto amor, resiliência na invalidação, resiliência para grandes traumas e pequenos e normais e complexos, que não são... não teve nenhuma desgraça na vida da pessoa, mas a pessoa de repente pode ficar do próprio lado, se sentir suficiente, organizar a sua vida de trabalho, porque tem gente que é talentosa e não consegue, não decola, ou tem um resultado aquém do que poderia.

Luciano Pires: Esse exemplo que você deu agora pouco lá atrás, que me deixou curioso aqui, você falou dessa moça que você atendeu que está tendo a relação com o cara, que o cara é meio psicopata, lembra que você falou para mim que você teve um... um cara como esse que eu não sei se é psicopata o termo...

Cláudia Riecken: É meio não, ele é psicopata mesmo.

Luciano Pires: Então, ele tem consciência da psicopatia dele, ou seja, ele tem consciência do que ele está fazendo para essa pessoa ou ele faz sem consciência?

Cláudia Riecken: Tem consciência, absoluta.

Luciano Pires: Aí é complicado, porque isso é uma canalhice, aí é canalhice.

Cláudia Riecken: É, aí é um outro nome para o resultante dessa desordem de personalidade, psicopatas são canalhas, se precisar mentir te olhando nos olhos, inclusive, eles são extremamente sedutores, diferente do narcisista, que também é sedutor, mas é mais afetivo, é mais... aparece mais afetivo, todos eles são assim, nos primeiros encontros de business, nos primeiros encontros românticos, eles são as melhores pessoas do mundo, nossa, amada, mulher, maravilhosa, o cara sabe fazer tudo por ela, trouxe um lenço que eu vi que você gostou, eu comprei o lenço. A sensação que a pessoa tem é de que nossa, o grande amor que eu sempre esperei, é um cara... eles tem a empatia fria, nomeada por Sam Wacknin, nos idos de 98, muitas das nomenclaturas da área foi o Sam Wacknin que nominou, que a empatia fria é uma empatia espelhada, porque você tem três níveis de empatia, tem empatia reflexiva, com o bebê, eu faço assim, o bebê faz assim, é uma empatia reflexiva, e você tem outros níveis de empatia que pegam o visual e o emocional, que eu sinto o que você está sentindo, eu tenho empatia, eu chego a ter compaixão, ou seja, o meu desejo é de que você não sofra, é compaixão. A empatia do psicopata e do narcisista a rigor, a rigor qualquer cluster B, o grupo B da desordem de personalidade, que está no DSM 5, ela é uma empatia fria, é uma ferramenta, claro que ele tem a superempatia, inclusive mede tudo, é um pouco intrometido, pergunta muita coisa, ah é, você comprou esse microfone aonde, aonde você vai de manhã, você toma café nessa padaria? Parece que estuda um pouco a vida da pessoa, mas isso tudo toma uma forma no social e na vida de...

Luciano Pires: A gente falou aqui de um cara para uma mulher, mas a recíproca é verdadeira, você tem casos da psicopatia da mulher para o homem.

Cláudia Riecken: Psicopatia e narcisismo, o narcisismo feminino, elas... a mulher narcisista é superegoísta, é super... como todo narcisista, mentir, roubar, trair, controlar que tudo fique na mão dela, a agenda dela que importa, sempre ela é a mais importante, quando você quer falar de alguma coisa, ela diz não, mas foi porque você... distorce para poder devolver a culpa para você, não tem consideração, não tem empatia, não tem compaixão, não tem porra nenhuma, é ela, ela e ela. E às vezes quando tem um traço mais histriônico são sedutoras, então são pessoas que vão usar da sexualidade, do charme sensual, e dá em cima do cunhado, do marido da amiga, do chefe, do cliente, de quem quer que seja, porque aquilo vira uma arma. Existem pessoas que são mais afetivas, que tem mais proximidade, que podem até ser sedutoras, mas tem uma... de novo o crivo que você falou lá no começo, moral, ético...

Luciano Pires: Um gatilho, um freio moral.

Cláudia Riecken: Um freio moral, não tem, o narcisista vai ter algum freio moral porque ele tem muita vaidade, narciso se olhou no lago, se apaixonou pela própria imagem, tão apaixonado ficou, caiu, morreu lá dentro com essa coisa. Então, a desordem de personalidade narcisista toma essa metáfora do Narciso como um elemento de que ele tem uma imagem de si, só que é uma imagem falsa, então é um self falso, e ele defende essa imagem, se você arranhar essa imagem, ele vai atrás de sangue, porque é tudo o que ele tem, porque o self verdadeiro está adormecido, está escondido, eventualmente até morreu.

Luciano Pires: Deu poder para esse cara, você tem então uma receita pronta para o desastre, um cara desse poderoso...

Cláudia Riecken: Eles normalmente estão em lugares de poder, porque eles têm destaque, vai estar muito jornalistas, entre CEOs, às vezes entre artistas, muito políticos, e o que a gente chama de ego inflado, mas curiosamente na psiquê, no estudo de fato, o narcisista não tem ego, não tem self, é uma concha vazia, é um fantasma, é um zumbi psiquicamente, e eles são hipocondríacos, porque de alguma forma, eles sabem que algo neles já morreu, então as provas que eles têm de que eles estão vivos é o corpo físico, eles morrem de medo da morte física, eles são hipocondríacos, ficam procurando, porque eles não têm aquele self verdadeiro que assim, que a hora que você para, vai no coração, sente, o que que eu acho, o que que eu não acho, como eu fazia lá com os 14 anos, no Colégio Gávea, da fantástica Laura Góes, e que eu dizia, esse cara está falando, eu não sinto isso, consultar dentro, sabe, eu vejo que a necessidade dessas vítimas de psicopatas e narcisistas, que se refizeram grandiosamente, é lindo os 12 Portais de Resiliência, é um curso on-line, elas fazem, eles fizeram, homens e mulheres, se refizeram que aquilo assim, espera aí, pisa teu chão, aqui não camarada, aqui tem borda, percebo que você vem com salamaleque, com esse joguinho, eu já olho com sorriso assim, então eu vou ali levar minha avó na capoeira e já volto. As pessoas aprenderem a se defender, e homens quando sofrem vítimas de mulheres narcisistas e psicopatas sofrem mais, a Cristina Cario, que é uma querida, uma irmã de carreira, eu fiz lá formação na escola de linguagem do corpo, é bárbaro esse trabalho, ela diz que o homem é que ama verdadeiramente, que o homem não consegue terminar um casamento de fato, ele não consegue ficar, a mulher consegue ficar sozinha, um homem não consegue ficar sozinho, porque ele é que ama, mas por que que são as mulheres que procuram esse assunto do amor, do romance, não sei o que lá, ela diz, porque elas precisam mais, não tem, não sabe, os homens é que amam de verdade. E quando um homem é levado por uma mulher perversa ou narcísica, ele sofre muito, porque o mentir, roubar, trair, não importa, pode ser qualquer um, de qualquer um dos 11 sexos, lidar com gente de desordem de personalidade, você enlouquece tentando dar uma solução, tentando esclarecer, tentando chegar a um acordo, você tenta jogar limpo, você fala, bom, eu sou razoável, então será que não é isso, será que não é aquilo.

Luciano Pires: Esperando racionalidade do outro lado, e não tem.

Cláudia Riecken: E do outro lado vem triangulação, idealização, desvalorização e descarte, que é um jogo de idealismo, love bomb, um ciclo muito conhecido nessa coisa, te idealizo, você é lindo, maravilhoso, você vai ser o pai dos meus filhos, ou você é o business que eu queria, no business também tem esse canto da sereia. Então, idealiza, daí desvaloriza, começa não responde um telefonema, não fala, dá o tratamento de silêncio, de repente começa a dar atenção para a sogra ou para o sogro, e você sente que aquilo mudou, que o objeto de afeto foi deslocado para um outro lugar, e descarta, não fala, ou termina mesmo, ou descarta, depois começa tudo de novo. E aí você fala, tem alguma coisa errada comigo, o que que eu fiz? Que era um nirvana, a coisa era tão boa. Pessoas que cresceram em lares onde houve mães psicopatas ou narcisistas e pais, e famílias disfuncionais trazem um sofrimento, tem uma dificuldade para aprender o auto amor, para não reproduzir essa dinâmica e é preciso fazer alguma coisa específica, não adianta a gente ficar... nem vai encher paciente pai e mãe não, deixa seu pai e mãe, vai se tratar, para você ser pai e mãe de si mesmo, eu sou muito, muito estoica em tudo, eu sou estoica total, acho aquilo... não tem uma coisa dali que não fale comigo, porque tem que assumir a responsa e fazer algo que está na minha não, claro que eu reconhecer e às vezes terapia é a gente olhar para essa família de origem, até eu dizer algumas coisas, eu pude dizer para a minha mãe, que foi uma grande amiga na vida adulta e antes de morrer, foi uma pessoa, tenho uma grande paixão por ela, mas eu pude dizer em algum momento, muda o tom de voz, porque você vai falar uma coisa para um vínculo muito íntimo de família, não vai com o mesmo batjeito, o mesmo batlugar, quando você muda o tom de voz, você está chamando de um lugar interno diferente, sabe, parece que na psiquê você chama de um lugar, então muda o tom de voz, mãe, você é muito indisponível, já parou para pensar o quanto que você é indisponível? Minha mãe canceriana, imagina, nossa, filha, aquele papo que você falou ontem. Ela já morreu tem muitos anos, mas eu pude dizer e foi importante, só que isso é pontual, os nossos traumas, apesar de que a minha mãe se tornou uma grande amiga, foi comigo fazer formação na Califórnia do Richard [Badern] eu fiz lá o design human engeeniring do outro criador da neurolinguística, do inint 01:22:11 acompanhou, foi uma grande parceira, me reconheceu e me viu, tipo, filha, você quando era pequena, eu não te enxergava, você é um gênio, ele falou para mim em um coffee break de um curso que eu estava dando, aí ficou comovida, falou, me desculpa. Imagina, mãe, relaxa, você fez o que deu, está tudo certo, está tudo certo mesmo. E aí teve esse reconhecimento, teve essa pacificação e tal, sabe do que que adiantou isso, Luciano? Nada, não adianta, não é teu pai falar para você, não é tua mãe falar para você, mesmo aquele que você queria tão desesperadamente o carinho, o afago e o reconhecimento, o que a tua criança até os 10 anos de idade precisava e não teve, tu vai ter que dar, você mesmo, e essa criança ainda existe em nós, então a gente vai ter que aprender a ficar calmo, respira que é grátis, se acolher, construir uma coisa interna de auto amor, auto reconhecimento, aprender a regular o humor, estudar, a gente vai ter que estudar, eu gosto muito mais da educação emocional, do que tratamento clínico. Então, meus tratamentos clínicos basicamente são educação emocional, tem umas coisas que você tem que aprender, como é que se acalma, que diálogo interno você herdou, olha como você repete o diálogo interno daquele algoz, o teu crítico interno vai para a faculdade, vida PhD, piora. Então, tu vai ter que aprender a cuidar de si de outra maneira, porque it's wrong but it's home, estamos a errar, mas estamos no lar, a gente reproduz uma coisa que era ruim, mas é confortável porque é conhecida, porque é familiar, e é um padrãozinho, é um programinha.

Luciano Pires: Voltando para a mídia, ela funciona exatamente e assim, quer dizer, ela pega uma... ela elege um determinado tema, e começa a bombardear você com aquele tema de tal forma que ele se torne familiar, quando ele fica familiar, é muito mais fácil aceitar. Bom, eu não gosto, mas eu escuto tanto que deve ser normal.

Cláudia Riecken: Deve ser, não, é isso aí, você começa a achar que é o esperado, você começa a achar que é legal, tal dos filmes preditivos, eu estava lendo 1984 com um dos meus canais, a editora me deu autorização para fazer isso, desde que eu falasse o nome da editora, do Orwell, do George Orwell, e no segundo capítulo eu falei, cara, se isso aqui for preditivo só para... não vou ler essa porra não, parei, porque tem tanto filme que eles fizeram como ah é uma ficção científica ou eles estavam preparando para o que eles iam fazer? A gente não sabe, a gente não sabe mais nada, Fernando Henrique não era de direita e não é mais.

Luciano Pires: Esse é o fenômeno que eu costumo dizer que é o fenômeno do médico do pronto socorro, entendeu? O cara vê tanta merda, ele vê tanta loucura, ele vê o tanto sangue que ele fica...

Cláudia Riecken: Anestesiado.

Luciano Pires: Eu chego lá, que coisa horrorosa e o médico na dele, porque ele já está... para ele se tornou familiar, ele não vai mais se horrorizar com essa coisa que... um trauma para o resto da minha vida, ele vive isso o dia inteiro e não tem problema.

Cláudia Riecken: Anestlesiado, como diz o meu amigo da Nestlé, estou anestlesiado.

Luciano Pires: Vem cá, deixa eu ver como é que nós estamos de tempo aqui, como é que a gente pode fazer para se resguardar nesse momento aqui? A gente abriu o flanco, nós abraçamos todos os canais de comunicação, a gente está seguindo todos os influenciadores de cabelo colorido, a gente está ouvindo todo mundo que grita alto, a cada minuto aparece uma moda nova, aparece um livro novo, aparece um tema novo, e a gente está seguindo esses caras e totalmente aberto para esses bombardeios todos. O meu livro foi uma maneira de eu falar, cara, filtra, vamos criar filtros.

Cláudia Riecken: Filtra, pelo amor de Deus. Aliás, eu estou orgulhosa de você, eu vou dizer de novo, muito obrigada por tudo que você é, por tudo o que você fez, por você ter sustentado uma lógica quando não era muito legal, não era muito aceito, mesmo no nosso meio empreendedor, é legal dar uma lacrada, é legal falar uma coisa, você tem que achar bonito isso e aquilo, não tem que achar bonito o que é ruim, eu tenho que saber me aproximar do que é bom e me afastar do que é ruim, nessa linha é isso que tem que fazer, filtra.

Luciano Pires: Custa caro.

Cláudia Riecken: Ah lógico, eu tenho certeza, I guess and I can tell this well, as well, também custou caro para mim, mas vou falar para você, lá no Instagram tem @doutoraclaudiariecken, na bio tem uma rifa para ajudar os patriotas que estão em tratamento, para ajudar as crianças com câncer no México, que a gente faz um trabalho maravilhoso. Eu acho que assim, Lu, filtra e acha a tua paixão na vida mais individualizado, é você com a tua família, você com teu afeto, com teus filhos, com alguns amigos, cinco tá bom, não encheu uma mão.

Luciano Pires: Aliás isso é um lado bom da pandemia e essa loucura política nos últimos três anos, deu uma filtrada no meu caderninho de endereço que foi... que loucura.

Cláudia Riecken: Eu não sei se tem muito petista que te segue.

Luciano Pires: Aliás vou dar a dica aqui, atenção você que me ouve aqui e continua meu amigo, isso é um elogio, se continua sendo é um baita elogio.

Cláudia Riecken: Se tem muito petista que te escuta, eu lamento, os meus assim, eu tenho um ou dois petistas que eu deixei lá na minha rede, que eu digo, não, relação tão antiga, não vou mexer com isso não, eu vou mudar de assunto, mas tenho muita vontade, porque não é mais uma questão de posicionamento político, é de posicionamento frente à vida, pode ter jeito diferente, mas cara, não pode apostar na antiética, na loucura, o enlouquecimento da sociedade é perverso, isto é crime, e isto precisa ser rechaçado, então desculpe, na minha casa você não tem espaço não, e você, Luciano, na minha casa e na minha vida tem tapete vermelho porque ajuda a formar pessoas que aprendem a fazer isso que a gente faz a resiliência, teu border, teu espaço, teu espaço de self, eu piso meu chão, eu sou filha das estrelas, irmã dos rios e das árvores, eu sou suficiente e eu estou aqui por uma razão, e se conectar a gente assim, eu estou reduzindo...

Luciano Pires: Você já se enfiou em alguma ideia indígena, já foi se meter no meio dos índios e tudo mais, para aprender um pouco dessa filosofia que você está falando para mim aí?

Cláudia Riecken: Meu pai ia para o Xingu...

Luciano Pires: Eu fiz trabalho grande com o Orlando Villas Boas, fiz um livro junto com ele, convivi com ele um bom tempo, ficava horas e horas com ele, imagina, abrindo as caixas dele de documento, olha, essa carta que o Cândido Rondon me mandou, isso aqui é da rainha da Inglaterra, e contando histórias e mais histórias, e as histórias que ele conta são todas nessa pegada aí, sabe, dessa... como é que eu vou dizer? Dessa conjunção que o índio tem com o ambiente onde ele está metido, ele nunca se sente maior que aquilo, ele não é maior que o rio, ele não é maior que nada, ele não é maior que a montanha, que a floresta, aquilo tudo é uma coisa só. E é superbonito, quando você pega aquilo e lê a respeito é bonito, estão usando, o pessoal pegou aquilo, embalou e estão usando para atacar o capitalismo, mas tem tudo a ver com isso que você falou agora, dessa coisa de entrar, de ser dentro, eu sou o que está por aí, essa conexão toda.

Cláudia Riecken: E ser de fato isso, porque tem uma cocaína modernizada aí, plastificada, uma cocaína mística que eles trazem com conceitos do índio, do Acre, da Amazônia, mas que está colocado na sociedade de uma maneira totalmente equivocada.

Luciano Pires: Isso é marketing.

Cláudia Riecken: E isso na verdade rouba a alma das pessoas, vai na seca, vai sem beber, sem fumar, sem usar droga nenhuma, Às vezes tem paciente que precisa de um medicamento, eu não estou dizendo que não seja possível, mas eu prefiro sempre trabalhar com os recursos naturais, porque tudo que você pode consumir, teu corpo pode produzir, nós nos colocarmos para estar... tudo bem, obrigada, para a gente estar em desenvolvimento, para estar em desenvolvimento você tem que filtrar o que você vai escutar, escolher o que você vai ler, dar os abraços, ter afeto, aumenta a energia e diminui a angústia.

Luciano Pires: Valoriza o deu tempo de vida e tem que valer muito a pena alguém que mereça o teu tempo de vida, para quem que eu vou entregar, sabe?

Cláudia Riecken: E acho que não seja muito rígido, porque a gente também pode ficar com o filtro muito grande e fazer pouca coisa demais, então assim, ah vai jogar boliche, já que a gente falou de boliche aqui, vamos juntar três amigos, juntar... tomar um guaraná, uma água, se não bebe, e vamos jogar um boliche, vamos nos propor a fazer coisas, é difícil, Luciano, porque a gente está se acostumando, quando vê, a gente está levando uma vida besta. Eu fiz aula de dança em casa, começou a pandemia, eu contratei três professores de dança, dançando tango, street dance e samba rock, depois dispensei dois e fiquei só com o street dance por um ano, mas dançava acho que duas vezes por semana ou uma vez por semana pelo menos, bota o som na caixa, bota a sala, todo mundo, desculpa, afasta, de vez em quando dançava alguém comigo, de vez em quando não, mas depois parei, mas comecei a fazer outra coisa, e eu tenho que me levar, não é fácil para mim fazer isso, quando eu vejo... tem que me levar de novo para dizer, cara... eu faço tiro, tiro esportivo, sou instrutora de tiro, vou estar em uma formação de defesa residencial, uma coisa mais [shox fox] lá em Orlando agora em maio, com parceiros da área do tiro, nunca imaginei que fosse gostar tanto disso, aí faço os campeonatos, comprei uma 12, tem um negócio desse tamanho, uma maravilha, ela chama Firmina.

Luciano Pires: Meu Deus, você está... eu preciso parar de demonstrar que eu sou seu amigo, que vai sobrar para mim uma hora dessas aí, vão pegar você e vão pegar a mim.

Cláudia Riecken: Mas é só esportivo há muitos anos, desde 2000 e nada, a primeira medalha de ouro do Brasil...

Luciano Pires: Mas ser Cac é coisa de bolsonarista, e bolsonarista é aquele animal, sanguinário.

Cláudia Riecken: Eu acho um absurdo também, mas acontece que desde 2002, 2003, a gente não pode ter culpa, Bolsonaro chegou muito depois, o tiro esportivo deu a primeira medalha de ouro do Brasil, então é um negócio superinteressante, mas eu acho que todo mundo deve andar armado, na paz.

Luciano Pires: Vixe Maria, vamos encerrar aqui o programa agora, porque está ficando feio isso aqui. Vamos lá agora, quem quiser encontrar você e quem quiser encontrar você para te ler, fazer teus cursos, receber o teu atendimento, método Quantum, dá o caminho, primeiro caminho fundamental, como é que se escreve Riecken?

Cláudia Riecken: Riecken é R I E C K E N, Riecken.

Luciano Pires: Riecken com CKEN, então o @claudia...

Cláudia Riecken: Riecken.

Luciano Pires: Tudo junto, não tem undernline, nada?

Cláudia Riecken: Cláudia Riecken tudo junto, mas no Instagram é doutorado Cláudia Riecken, é a quarta conta de Instagram.

Luciano Pires: Dra?

Cláudia Riecken: Dra Cláudia Riecken, isso, no Instagram. E o resto @claudiariecken em todo lugar eu estarei, no YouTube, no Facebook tem o estúdio Cláudia Riecken, tem YouTube Universidade Quantum, método Quantum, mas por Cláudia Riecken encontra e Quantumhouse.com, Quantum House, Quantum com Q, tem o M no final, Quantum, House como de casa em inglês, House, Quantumhouse.com.

Luciano Pires: E se quiser ver lá ao vivo é no palco do epicentro que acontece em setembro em Campos do Jordão.

Cláudia Riecken: Estaremos lá. Mas olha eu quero dizer essa coisa do armamento, você ficou incomodado...

Luciano Pires: Não, não fiquei incomodado não, não tem incomodação nenhuma, pelo contrário, é que é engraçado porque os temas todos eles são polêmicos, pegar... nós falamos de cinco ou seis temas aqui que basta para derrubar os disjuntores de todo mundo.

Cláudia Riecken: Respira que é grátis já é polêmico, respira que ainda é grátis, porque não vai continuar sendo. Mas eu conheci os homens e mulheres mais gentis da face da Terra no mundo do tiro, quem está armado é o mais bundão da balada, é uma gente calma, é uma gente que tem que ter endereço próprio, teste psicológico, prova de saúde, prova técnica, prova prática, ganho lícito, olha para você ter aquilo case-se com alguém que tenha uma arma de fogo porque é uma pessoa que a ficha já está boa. Então, não tem... e assim, de verdade, os lugares aonde tem mais armamento a violência é menor, e a gente não quer, eu não quero violência não, mas eu acho muito importante a gente poder ter a legítima defesa, como disse Jordan Peterson, maravilhoso Jordan Peterson, ele diz, o cara pergunta para ele, mas quer dizer que você vai atacar as pessoas? Ele falou, não, atacar não, mas poder atacar sim, porque você ser indefeso, você não poder, a sua impotência não tem virtude nenhuma, você poder atacar e escolher não fazê-lo, isso tem virtude e é muito difícil ter virtude, é muito difícil escolher ser bom, então você tem que poder se defender. E eu falava com um dos patriotas que está com a tornozeleira, gente tão boa, e essa pessoa em particular com uma cultura legal, uma pessoa legal, impressionante e ele está muito assustado, e aí tem uma coisa da religião, às vezes o cristianismo, às vezes o budismo que eu não posso querer mal a ninguém, então eu não quero o mal, eu quero que o Alexandre de Moraes seja feliz, eu quero mesmo que ele seja feliz. Eu falei, exagerou, você quer ficar neutro, você não quer que ele te faça mal, você não quer odiá-lo, isso eu concordo que é filosoficamente, divinamente, religiosamente uma coisa boa, mas romancear, a querer este cara ser feliz, desculpa, você precisa aprender a rejeitar o que é ruim, porque quando você não rejeita o que é ruim e você não se defende, você não se afasta do que é ruim e se aproxima do que é bom, você começa até síndrome de Estocolmo, fica se relacionando com amigo que não presta, você dá um, o outro dá zero, você dá 1000, o outro dá zero, e você continua nessa conversa. Então, você precisa poder rejeitar, e aí falei para ele por escrito, depois a gente trocou o bilhetinho, me fez lembrar essa história que eu te falei, tanto do samurai, que o samurai está lá para defender o rei, e aí vem os inimigos, o samurai chega e fala, majestade os seus inimigos vieram até mim e eu não os matei, e o rei fala, mas como, você está louco, você está aqui para me defender. Ele fala, é que cuspiram na minha cara. Ele falou, piorou, por que como assim, cuspiram na tua cara, me desonraram e você não fez nada? Ele falou, não, é que se eu matasse ia ser de raiva e não pelo senhor. E o rei é o princípio, então pelo princípio você pode tirar a espada e até matar, mas não de raiva, não é o seu envolvimento pessoal. E disse para ele, então exercer a sua agressividade de forma sadia, de forma adequada, que nem gente que rói unha, unha é uma arma que vem comigo de fábrica, está aqui, eu tenho unha grande, minha unha é dura, tenta dobrar essa unha, naturalmente ela é assim, minhas filhas não têm unha dura assim não, mas quem rói unha está desbastando as próprias armas, a pessoa está sabotando a própria agressividade, e a própria capacidade de defesa, eu mandei esse bilhetinho para ele, ele respondeu, doutora, eu voltei a roer unha. Eu falei, então cara, o sintoma dele, ele estava em pânico com a possibilidade de voltar para lá, é um dos caras que ficou menos tempo preso, todos injustamente presos, absolutamente injustamente presos. Então se você não sabe dizer não, não sabe usar sua agressividade saudável, você fica com medo porque você está tendo que ficar bonzinho com tudo, isso é saudável é sim quando quer sim, não quando quer não, é ser extremamente generoso e bom e carinhoso quando deve na maior boa, não ser agressivo de maneira nenhuma porque é desnecessário, ser assertivo e não agressivo, mas na sociedade que a gente tem é melhor com arma, será melhor.

Luciano Pires: Eu lancei um PodCast infantil, para famílias que tem crianças, que é o Café com Leite.

Cláudia Riecken: Ah, eu estou propagando isso aí direto.

Luciano Pires: É uma festa, e na apresentação de abertura dele, eu tenho uma apresentação que eu levo para mostrar para potenciais patrocinadores e tudo mais, na abertura dele eu começo com uma frase, uma frase comprida que tem três páginas, e tem uma figura difusa no fundo, a frase, essa figura é o Walt Disney, ela aparece só quando termina a frase, é o Walt Disney. E nessa frase é uma resposta que o Disney deu aos críticos que diziam para ele o seguinte, teus filmes são sensacionais, mas tu dá muito palco para os bandidos, seus vilões são as melhores coisas do filme, você não pode dar tanto espaço, o vilão é muito bom, não pode ter vilão assim no filme. E a resposta do Disney é sensacional, ele falou, cara, eu não posso sonegar das crianças o fato de que o mal existe, eu faço os filmes com esses vilões para mostrar que o mundo mal existe e que é possível derrotá-lo, porque se eu sonegar o vilão, essa garotada vai crescer achando que ele não existe, e o vilão, ele existe, e a hora que ele aparecer, elas não vão conseguir nem reconhecer o vilão. Disney nos anos 60.

Cláudia Riecken: E o que é pior, fazer amizade com o mal, que é o que os shows estão fazendo, esses satanistas estão fazendo, pega o mal e vai romanceando o mal, o mal não é tão mal, o mal é meu amigo, o homem não é tão homem, o homem é meio mulher, a mulher não é tão mulher, a mulher é meio homem, nada é muito nada, tudo é mais ou menos, então você começa a ficar com dissonância cognitiva, meio louquinho, e com medo, porque se o mal pode ser meu amigo, eu fico assim mas a alma sabe que o mal vai me matar, vai me pegar, vai me ferrar, vai me roubar, minha alma não vai saber isso? Desde que o mundo é mundo, mas eu estou com o papinho de positivo, budista que quer bem ao outro, cristão que é cristão compreende tudo, a gente não quer mal para ninguém, eu não odeio alguém, não quero mal para ninguém, mas eu quero limites para abusadores, eu quero claramente parou, não quero... nunca tive essa coisa com ninguém de opositor ou de qualquer tipo, mas limites e de verdade sem dó, nem piedade, botar limite, tira a espada, pelo princípio, pelo rei, que é o princípio, a gente tira a espada, pela minha família, pela ética, pelo respeito ao meu corpo, à minha vida, ao seu corpo, à sua vida, à nossa sociedade, ao bom, ao bem e ao belo, o bom, o bem e o belo tem que ser defendido, ele não fica vivo sozinho.

Luciano Pires: E por isso é que nós temos que entender muito bem o que que é o bom, o que que é o belo.

Cláudia Riecken: Pelo amor de Deus, que está vindo travestido.

Luciano Pires: Está acabando com isso tudo aí. Querida...

Cláudia Riecken: Gente, Merdades e Ventiras.

Luciano Pires: Obrigado pela visita, obrigado pelo papo, fica com Deus, tem assunto aqui para mais de metro, dá para fazer outro ainda, depois eu te chamo outra vez.

Cláudia Riecken: E eu te chamo lá também.

Luciano Pires: Vamos nessa, beijo.

Cláudia Riecken: Obrigada, beijo.

Luciano Pires: Muito bem, termina aqui mais um LíderCast, a transcrição deste programa você encontra no LíderCast.com.br.

Voz masculina: Você ouviu LíderCast com Luciano Pires, mais uma isca intelectual do Café Brasil, acompanhe os programas pelo portalcafebrasil.com.br.

 

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