Café Com Leite 44 - Um dragão na garagem

Data de publicação: 08/05/2023, 18:57

Bárbara: Bom dia, boa tarde, boa noite! Babica, você gostou do episódio anterior onde falamos da importância de ser cético?

Babica: Ah, Bárbara, eu adorei!

Bárbara: Então hoje a gente vai falar mais a respeito. E com a ajuda de um dragão!

Babica: O dragão na garagem? Ebaaaaaaaaaaaaaaaaaa

Bárbara: Ahahahahahaha Meu nome é Bárbara Stock e este é o Café Com Leite, um podcast para famílias com crianças inteligentes e para pais que se importam.

Babica: E eu sou a Babica, o avatar da Bárbara que vive dentro do celular dela! Também estarei aqui com você!

Bárbara: Babica, quem é o ouvinte de hoje?

Babica: Hoje são A Giovana e a Bianca!

COMENTÁRIO DO OUVINTE

Bárbara: Oiiiiiiiiiiii Giovana e Bianca! Que legal, é o avô que mostrou o Café Com Leite para vocês, é? Obrigado por divulgar a gente, avós!

Babica: Giovana e Bianca, que legal! Eu não sei se o avô de vocês é o mesmo, mas já sei que ele é muito legal! É um avô que se importa! Quer netas inteligentes!

Bárbara: Isso mesmo! Famílias com crianças inteligentes e avós que se importam. Ahahahahahha

Babica: Ahahahahahahha

Bárbara: E se você gostou do nosso Café com Leite, mande uma mensagem de voz para nós no whatsapp 11915670602. Se sua mensagem for escolhida, vamos publicá-la no próximo episódio e você ganhará uma camiseta muito legal!

Sobe

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Bárbara: Babica, lembra do Carl Sagan do episódio anterior?

Babica: Claro!

Bárbara: Ele escreveu um livro chamado “O Mundo Assombrado por Demônios”. E lá tem um capítulo chamado “O dragão na minha garagem”.

Babica: Ah, eu adoraria ter um dragão na garagem!

Bárbara: Babica! Um dragão na garagem? Você está pensando que dragão é esse bichinho de vídeo game. É?

Babica: Ué? Os meus são!

Bárbara: Mas você é um avatar! No seu mundo tá cheio de bichinhos fofinhos. Mas se existissem dragões no mundo real, tudo que eu não ia querer era um na minha garagem!

Babica: Pois é. Essa é a vantagem de ser um avatar...

Bárbara: Bom, eu vou contar o que o Carl Sagan escreveu no seu livro, tá bem?

Babica: Tá. Vou procurar o livro aqui, assim eu te ajudo.

Bárbara: Combinado! Vamos supor que eu lhe faça seriamente a seguinte afirmação:

— Um dragão que cospe fogo pelas ventas vive na minha garagem.

Babica: Ventas? O que são ventas?

Bárbara: A palavra "ventas" se refere às narinas de animais como touros, cavalos e outros animais grandes. É comum dizer que o animal está "bufando pelas ventas" quando ele está soltando ar com força pelas narinas, especialmente quando está agitado ou nervoso. Dragões soltam fogo pelas ventas.

Babica: Eu, hein?

Bárbara: Ahahahahaha... ainda quer um na sua garagem? Bom, mas se eu dissesse seriamente que tinha um dragão morando na minha garagem, com certeza você iria querer ver por si mesma, não é?

Babica: Claro que sim!

Bárbara: Pois é. São inumeráveis as histórias de dragões ao longo da história, mas não há evidências concretas de sua existência. Então você ia querer que eu mostrasse o dragão, não é?

Babica: Claro que ia, né Bárbara!

Bárbara: Bom, eu levo você até a minha garagem. Você olha para dentro e vê uma escada, latas de tinta vazias, um velho triciclo, mas nada de dragão.

Babica: Ué? Cadê o dragão?

Bárbara: Ah, está ali. E eu aponto para um canto. E digo: esqueci de dizer que é um dragão invisível.

Babica: Dragão invisível, Bárbara?

Bárbara: É. Mora ali e é invisível!

Babica: Vai dizer que só gente inteligente que enxerga?

Bárbara: Ahahahahaha, não Babica. Mas ele está ali.

Babica: Tá bom. Então vamos espalhar farinha no chão da garagem. Assim poderemos ver as pegadas do dragão quando ele caminhar sobre a farinha.

Bárbara: Excelente ideia. Mas esse dragão não pisa no chão, ele flutua no ar.

Babica: Então vamos usar um sensor infravermelho para detectar o fogo invisível!

Bárbara: Boa ideia! Mas o fogo invisível não tem calor! O sensor não vai pegar!

Babica: Já sei, então! Vou pegar um spray de tinta e jogar na direção dele. A tinta vai pintar o dragão e ele vai ficar visível!

Bárbara: Boa ideia. Mas o dragão é incorpóreo, a tinta não vai grudar.

Babica: Incorpóreo?

Bárbara: Sim. Como uma ideia ou pensamento. Não tem um corpo físico. É como um anjo ou um espirito. Não adianta jogar tinta nele.

Babica: Puxa, mas para cada ideia que eu dou pra provar que o dragão está lá, você acha uma explicação pra não funcionar?

Bárbara: Pois é. É para mostrar pra você como funciona ideia de ser cética. Existe alguma diferença entre um dragão invisível, que flutua no ar, incorpóreo, que cospe fogo que não tem calor e um dragão que não existe?

Babica: Ué, se não tem como provar que ele existe, não tem diferença.

Bárbara: Se não é possível desmentir a minha afirmação de que o dragão existe, vendo o dragão, o que significa dizer que ele existe? Você vai acreditar só porque eu disse?

Babica: Ah, não dá pra acreditar, né?

Bárbara: Então... Coisas que são ditas pra gente, que nos deixam ansiosas ou na expectativa, mas que não podem ser testadas e que são imunes a serem desmentidas, não são verdades. Não importa o valor que elas possam ter.

Babica: Isso me lembra de uma frase famosa de um ator de cinema chamado Groucho Marx...

Bárbara: O que ele disse, Babica?

Babica: “Afinal, você vai acreditar em mim ou nos seus próprios olhos?”

Bárbara: ahahahahahah olha que tem muita gente que pensa exatamente assim! Quer que acreditemos nelas só porque elas querem.

Agora, imagine que o tal dragão invisível deixa pegadas na farinha enquanto você observa. Que o seu detector de infravermelho faz uma leitura curiosa de certas fontes de calor no ambiente. Que a tinta borrifada revela o contorno do monstro. Por mais cética que você seja a respeito da existência do dragão — ainda mais um dragão invisível —, teria de reconhecer que existe alguma coisa no ar que parece com um dragão invisível que cospe fogo pelas ventas!

Babica: Bom, aí sim!

Bárbara: É por isso que uma hipótese que não pode ser testada, não é considerada seriamente pela ciência. Um dragão que não pode ter sua existência provada, para a ciência, não existe.

Babica: entendi. É por isso que muita gente duvida que existem seres de outros planetas?

Bárbara: Sim. Ninguém conseguiu ainda mostrar uma prova de que eles existem. Tudo que existem são muitas histórias e evidências, mas não se conseguiu ainda provar nada. E tem mais uma porção de coisas assim.

Babica: Por exemplo?

Bárbara: Ah, dizem que existe um Yeti, o abominável homem das neves, uma criatura que anda por lugares selvagens, que parece um homem peludo. Tem um lago na Escócia chamado de Lago Ness, onde dizem que tem um monstro. Tem gente que jura que existem duendes e fantasmas.

Babica: Eu conheço um avatar que diz que viu um saci-pererê!

Bárbara: Ahahahahaha, sempre tem gente que diz que viu alguma coisa. Mas sem a evidência científica transformada em prova, é melhor permanecer cético.

Babica: Entendi. Ceticismo é a atitude de questionar e duvidar das coisas que as pessoas falam ou que estão escritas em livros, revistas, jornais, ou em qualquer lugar.

Bárbara: Isso. Lembra do episódio passado? Ceticismo é importante porque ajuda as pessoas a não acreditarem em tudo o que ouvem ou leem, e ajuda a terem um pensamento crítico, ou seja, a pensar com a própria cabeça.

Babica: Pensar com a própria cabeça! Isso ajuda a entender melhor as coisas que aprendemos na escola e em outros lugares.

Bárbara: Sim, Babica. Quando ouvimos uma explicação de um professor, por exemplo, podemos questionar e fazer perguntas para entender melhor o que está sendo explicado. Isso nos ajuda a aprender mais e a ter um conhecimento mais profundo sobre um assunto. Quer um exemplo?

Babica: De dragão?

Bárbara: Não. De voar. Imagine que você está brincando com seus amigos e um deles diz que é impossível voar. Se você não pensa com a própria cabeça, pode acreditar no que seu amigo disse sem questionar. Mas, se você pensa por si mesmo, pode começar a pensar sobre pássaros, aviões, helicópteros e balões de ar quente, e perceber que, na verdade, é possível voar.

Babica: Entendi.

Bárbara: Imagine que alguém fale para você que se você tomar um remédio de ervas, vai ficar curado de uma doença que você tem. Se você não for cética, pode acreditar nessa pessoa e tomar o remédio sem questionar, sem saber se ele realmente funciona ou se pode até mesmo piorar sua situação. Mas se você for cética, vai fazer algumas perguntas e pesquisas para saber se o remédio realmente funciona e se é seguro para você tomar.

Babica: Entendi! Então, ser cético é importante porque ajuda a pessoa a avaliar as informações que ela recebe e a tomar decisões mais informadas. Isso é especialmente importante quando se trata de assuntos que envolvem a saúde, a segurança e o bem-estar das pessoas.

Bárbara: isso mesmo. Lembre-se, ser cética não significa que você nunca deve acreditar em nada que lhe dizem, mas sim que você deve questionar e avaliar a informação antes de aceitá-la como verdadeira.

Babica: Ou você vai acreditar que tem um dragão na garagem,

As duas: ahahahahahahahhaah

sobe

Bárbara: Muito bem! Eu sou a Bárbara Stock…

Babica: E eu sou a Babica! O avatar de Bárbara que mora no super celular dela.

Bárbara: somos suas companheiras neste Café Com Leite, que é feito com muito carinho pela turma de super heróis do Podcast Café Brasil. A edição é do Senhor A e a direção é do Luciano Pires.

E hoje vamos encerrar como o episódio?

Babica: Ah, fui buscar mais uma frase de Carl Sagan

"Afirmações extraordinárias requerem evidências extraordinárias."

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